O homem aceita seus limites ou desafia o Criador?

Quanto mais o homem tenta ser independente de Deus, mais ele se arrisca em atitudes que colocam em perigo sua vida e sua alma

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Desde que o ser humano foi criado, ele recebeu de Deus livre-arbítrio e autoridade para dominar sobre a Terra e podia se alimentar de todas as árvores, com exceção de uma, a do conhecimento do bem e do mal (Gênesis 2.17). Ou seja, apesar de o homem ter o domínio sobre tudo o que há na Terra, ele não é o dono e seu poder é limitado.

Já nos primórdios o homem foi tentado a desejar ser como Deus, quando a serpente disse a Eva: “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal” (Gênesis 3.5).

O desfecho é conhecido: Adão e Eva desobedeceram a ordem Divina, pecaram ao comer o fruto proibido e pagaram um preço alto. Desde então, ficou claro que a tentativa de ultrapassar os limites de Deus gera consequências.

Apesar disso, de tempos em tempos, o ser humano desafia Deus. Foi assim com a Torre de Babel, quando o homem decidiu construir uma torre que tocasse os céus e contestar a autoridade do Altíssimo (Gênesis 11.1-9).

Recentemente, o mundo assistiu atônito às notícias relativas ao submersível Titan, da empresa OceanGate, que desapareceu em meados de junho durante uma expedição para ver os destroços do Titanic a 3,8 quilômetros de profundidade, no Atlântico Norte. O passeio custava US$ 250 mil (R$ 1,2 milhão) por pessoa. O submarino levava o CEO da empresa, Stockton Rush, de 61 anos, e Hamish Harding, de 58 anos; Shahzada Dawood, de 48 anos, e seu filho, Suleman, de 19 anos;
e Paul-Henri Nargeolet, de 77 anos.

Apesar do alto valor, o passeio não era seguro, como já tinham alertado diversos especialistas. Mesmo assim, essas pessoas desafiaram os limites e acabaram vítimas de uma tragédia: o submersível não aguentou a pressão da água e implodiu nas profundezas do oceano. Antes de embarcar na aventura, os tripulantes assinavam termos de responsabilidade e ciência quanto aos riscos de morte ou ferimentos graves, o que impossibilitava entrar com recursos contra a empresa. A embarcação era experimental e não tinha certificações.

Para muitas pessoas, a ilusão de superar o Criador não tem limites. O homem é mortal, mas essa afirmação já não é aceita facilmente, pelo menos por militantes do antienvelhecimento, que, há algumas semanas, anunciaram o desejo de criar um Estado com uma legislação mais flexível para acelerar a aprovação de tratamentos que detenham a velhice. Para eles, velhice é doença e “a morte é moralmente ruim”, como afirmou Nathan Cheng, responsável pela comunidade on-line Longevity Biotech Fellowship. Eles buscam, assim, a eternidade. Esse tipo de ambição ignora que a eternidade não está no exterior, mas dentro do homem: em sua alma, que é eterna.

Todo ser humano é fruto da junção entre o espermatozoide do pai e o óvulo da mãe. O homem, porém, por meio da ciência, também está tentando mudar essa realidade. Pesquisadores dos Estados Unidos e do Reino Unido afirmaram que criaram versões sintéticas de embriões humanos a partir de células-tronco, sem o uso de óvulos ou espermatozoides. Embora pareçam embriões reais em estágio inicial, eles não têm todas as características de um embrião natural, como coração e estrutura cerebral, mas têm células que, em gestações humanas, levariam à formação da placenta, do saco vitelino e do próprio embrião, dizem os criadores.

Eles justificam que a pesquisa será para compreender doenças e abortos durante o desenvolvimento do embrião e que o material criado em laboratório não poderá ser usado para gerar uma vida. Contudo os resultados provocaram controvérsias quanto ao aspecto ético desse tipo de trabalho.

ACIMA DAS LEIS DIVINAS?
Em entrevista à Folha Universal, o Bispo André Cajeu afirmou que a natureza humana, também chamada de natureza adâmica, se mantém nos dias de hoje no ser humano. Essa é a razão do desejo desenfreado de ultrapassar limites de forma inconsequente: “quando controla o ser humano, o coração, centro das sensações e emoções, sempre quer mais. Ele nunca se sacia”.

Questionado sobre o motivo que leva bilionários a buscarem aventuras que colocam a vida em risco e a investirem em procedimentos para deter a morte, ele afirmou que esse comportamento é natural para os que têm a ilusão de que o dinheiro proporciona poder sem limites. “Esse poder faz a pessoa acreditar que pode tudo. Por outro lado, a busca incessante por aventura e conquista desenfreada é o grito da alma que não está saciada, pois só a Presença de Deus é capaz de supri-la e, quando isso acontece, a pessoa se torna a mais feliz e satisfeita da face da Terra, independentemente do que possui ou não. O dinheiro dá poder, mas ele é limitado e não eterno. É por isso que vemos bilionários desesperados quando vão chegando ao fim da vida. Eles não têm a certeza da vida eterna dentro de si”, assegurou.

O Bispo alertou sobre as consequências de se colocar acima de Deus e disse que essa foi a atitude de Lúcifer, quando era anjo de luz (Isaías 14.13-15). “Com o objetivo de estar acima da Soberania Divina, ele se rebelou e se tornou satanás. O lago de fogo e enxofre está preparado para ele e para os que seguem seu exemplo, consciente ou inconsciente”, enfatizou.

Independentemente de ter riquezas ou não, o ser humano é dependente de Deus. Infelizmente, muitas pessoas não entendem a dimensão da criação de Deus e até O desafiam, ignoram que o bem maior que possuem é a alma e que com ela não existe barganha.

Kelly Lopes / Fotos: arte sobre foto VisualCommunications/getty images, Rasi Bhadramani/getty images e reprodução

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Colaborador

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