O espírito enganador de Jacó, Pedro e Judas
Eles tinham aparência de santidade, mas não era o Espírito Santo que carregavam dentro de si
A Bíblia cita inúmeros exemplos de pessoas que, apesar de estarem no meio cristão, conhecerem a Verdade e terem os costumes cristãos, eram dissimuladas, fingidas, estavam envolvidas com a Obra de Deus, mas não O conheciam.
Existem muitas pessoas assim fazendo a Obra de Deus hoje. Conheciam sua real condição espiritual mas omitiram, porque consideraram mais a posição do que a própria Salvação. E, em vez de pedir ajuda, preferem se esconder atrás de uma aparência de santidade, caminhando a passos largos para o abismo.
O mais nocivo dos demônios
O bispo Sergio Corrêa, responsável pelos obreiros da Universal no Brasil, destaca que o espírito enganador é o mais nocivo dos demônios e o mais perverso também, porque ele se faz passar pelo Espírito Santo, atuando dentro da Igreja, no ministério daqueles que fazem a Obra de Deus. Ele destaca Jacó, Pedro e Judas como exemplos claros de pessoas aparentemente de Deus, mas que tinham dentro de si um espírito enganador.
Tudo que Jacó construiu, em termos de patrimônio, foi fundamentado numa mentira. Ele se passou pelo irmão, Esaú, para lhe roubar a bênção da primogenitura. E conseguiu. Porém, mais tarde, a bênção se tornou um peso para ele.
Assim acontece com aqueles que vivem ou começam seu ministério apoiados numa mentira, afirmam que têm o Espírito Santo quando sabem que não têm. No interior deles não há paz, vivem atormentados pela dúvida e pelo medo. “O medo é característica de quem ainda não teve um encontro com Deus”, destaca o bispo.
No caso de Pedro e Judas, ambos andavam lado a lado com Jesus. “Pedro viu Jesus realizar muitos milagres. Ele foi o único homem, além do Senhor Jesus, a andar sobre as águas.” Estava entre os três discípulos que subiram com Ele ao Monte da Transfiguração. Judas, por sua vez, tinha uma grande responsabilidade em suas mãos: cuidava da oferta da Igreja – um cargo de confiança. Ambos estavam intimamente envolvidos com a Obra de Deus, no entanto, nenhum dos dois era convertido, não haviam nascido de Deus.
Na passagem bíblica abaixo, fica claramente comprovado que havia um espírito enganador na vida de Pedro:
“E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso.” Mateus 16.22.
A resposta de Jesus para Pedro foi dura e reveladora:
“Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de Mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens.” Mateus 16.23.
Judas também apresentava sintomas de que tinha um espírito enganador. Além do fato de ele roubar as ofertas, tinha atitudes e reações que indicavam um caráter duvidoso, como na ocasião em que se mostrou contrariado ao presenciar Maria lavando os pés de Jesus com um perfume caríssimo. Ele não enxergou o valor espiritual daquela oferta, mas considerou a atitude de Maria um desperdício (João 12.5). Infelizmente Judas, embora tenha tido a oportunidade de mudar, preferiu manter a falsa aparência de discípulo, levar adiante a sua farsa e receber a condenação do inferno.
Jacó e Pedro, no entanto, tomaram a decisão de se arrepender, de se humilhar diante de Deus, O buscaram com sinceridade de coração e alcançaram o perdão, por isso se tornaram grandes instrumentos nas mãos de Deus e conquistaram a Salvação.
Foi o que a obreira Indianne Barbosa Pinheiro (foto abaixo), de 28 anos, também fez ao reconhecer sua real condição espiritual e que precisava de ajuda.
Fazendo a Obra de Deus sem Deus
Indianne conta que, quando foi levantada a obreira, aos 16 anos, tinha certeza do seu encontro com Deus e do batismo com o Espírito Santo, mas, com o passar do tempo, esfriou espiritualmente. “Chegou um tempo na minha vida em que eu, mesmo fazendo a Obra, fingia ser algo que não era. Sempre dava um jeito de fazer algo para ser vista pelo pastor, para ser elogiada. Eu era aquela dracma perdida dentro da Igreja – e de uniforme de obreira. Era aquela obreira ‘pau para toda obra’, mas que estava muito longe de Deus.”
Ela não orava e não jejuava mais, não tinha mais vida com Deus. “Comecei a sair com os colegas de trabalho para esquecer o conflito que havia no meu interior. Mesmo fazendo a Obra de Deus, eu já não era mais uma obreira ativa, não atendia o povo.”
Mas, a exemplo de Jacó e de Pedro, chegou um momento em que a jovem cansou de viver de aparência e tomou uma decisão.
“Decidi ‘jogar na lama’ o tempo de Igreja e o tempo em que eu estive na Obra. Até quando eu ia colocar uniforme somente de aparência? Eu não tinha nada a perder, já que o mais precioso eu não tinha: a certeza da minha Salvação.”
Numa madrugada, Indianne se derramou diante de Deus e O buscou com sinceridade, como há muito tempo não fazia, e a transformação ocorreu. Ela se reencontrou com Deus. “Foi um coração sincero, rasgado, diante de uma situação que chegou no seu limite, em que eu só tinha Deus a quem recorrer.”
Se você vive hoje na mesma situação em que Indianne vivia, avalie-se: “você acha que está enganando quem? Deus, que é onipotente, onisciente e onipresente? Ou o diabo, que é a essência do engano? Você não está enganando ninguém a não ser a si mesmo”, alerta o bispo Sergio Corrêa.
Lembre-se: “Os néscios são mortos por seu desvio, e aos loucos a sua impressão de bem-estar os leva à perdição.” Provérbios 1.32.