O ato de abandonar a Deus a levou ao abismo do suicídio

Se entregar no Altar foi a única oportunidade que Suenes Silva encontrou para salvar a própria vida

A atendente Suenes Cristina Turini da Silva, de 36 anos, nascida na zona leste de São Paulo, conta que teve uma infância conturbada e era cheia de complexos: “eu ouvia vozes e via vultos. Cresci complexada por acreditar que não era amada e sofri muito”.

Ela relata que, aos 16 anos, chegou na Universal, já casada e com um filho. Ela passou pelo processo de libertação e se sentiu bem. No entanto, ela reconhece que não teve um real encontro com Deus e, pelo fato de apenas frequentar a Igreja sem realmente se dedicar, sua conversão era algo de aparência e, por isso, ela logo se afastou.

Tempo de trevas
“Eu fiquei oito anos afastada da Universal e, nesse período, abandonei meu marido e meus três filhos. Me envolvi com pessoas que traficavam e roubavam e influenciada por essas companhias me tornei dependente de cinco tipos de drogas”, recorda.

Se antes ela achava sua vida sofrida, com a dependência química, ela conheceu o verdadeiro fundo do poço. Ela afirma que levava uma vida totalmente desregrada, frequentava casas noturnas, bebia muito e usava muitos tóxicos. Por esse motivo, teve três overdoses.

Apesar disso tudo, ela ainda mantinha uma vida de aparências. “Eu tinha prazer de ostentar uma vida falsa nas redes sociais. No final de ano era o momento que eu mais sofria, porque estava nas drogas e longe da família. Na virada do ano, eu fazia questão de escolher cores de roupa para me dar sorte e tinha várias superstições, mas nada mudava porque, quando fazemos as mesmas coisas, não temos como ter resultados diferentes. Se a pessoa não muda a plantação, não vai mudar a colheita.”

Como um abismo chama outro, Suenes recorda que parecia que estava na areia movediça pois, quanto mais tentava mudar sua situação, mais parecia que estava pior: “eu me afundava cada vez mais. Também tive depressão e crise de ansiedade generalizada. Fui para o hospital e fiquei dopada com remédios. Tive ainda síndrome do pânico e tentei me suicidar três vezes. Perdi a dignidade, meus relacionamentos, meus filhos – eles tinham medo de chegar perto de mim – e empregos, pois só vivia drogada e não conseguia trabalhar. Minha mãe não queria me ver. Eu perdi tudo.

Cheguei a uma situação em que, para poder ter dinheiro, me prostituía. Fui trabalhar como garota de programa. Foi quando comecei a ter insônia e bebia de seis a oito copos grandes de bebidas fortes. Eu misturava droga, bebida e remédio para dormir”.
Ela conta que se lembrava da época em que frequentava a Universal e de tudo o que tinha vivido e aprendido com Deus. “Eu era acolhida e amada por Deus e pelas pessoas. Quando eu saía da Igreja, sentia muita falta, mas achava que para minha vida não tinha mais jeito por conta de tudo o que eu tinha vivido e dos meus erros. Me sentia imensamente acusada.”

Em março de 2020, assistindo a um programa da Universal, ela despertou para a chance de recomeçar. Ela, que só pensava em morrer, diz que seus olhos se abriram e viram que, caso morresse daquela forma, perderia a Salvação. No fundo do poço, ela parou de cavar ainda mais e buscou ajuda. “Eu resolvi voltar e fiz as correntes direitinho, busquei minha libertação e minha cura espiritual. Me batizei nas águas, me libertei dos vícios e de toda opressão. Deus me perdoou. Dali para a frente Deus foi abrindo portas e me direcionando”, relata.

Se aproximando de mais um final de ano, Suenes já não buscava superstições nem simpatias, mas contava os minutos para participar da Vigília da Virada. “Foi maravilhoso poder voltar no momento que o mundo todo se dispersou por causa da pandemia. Eu voltei para a Igreja e me aproximei de Deus. Foi a virada da minha vida porque eu fiz diferente”, diz.

Quando começou a campanha da Fogueira Santa de Israel no Vale de Jaboque, cujo propósito é ter uma nova identidade, Suenes se lançou no Altar e teve a certeza de que sua vida jamais seria a mesma, porque ela já não era. “Eu recebi o Espírito Santo. Fui selada. Foquei na minha vida espiritual e deixei o restante para Deus cuidar e Ele cuidou. Me casei no Altar e meus filhos, que não falavam comigo e que eu abandonei vários anos, estavam no meu casamento. Não deixei de trabalhar e Deus não me deixou faltar nada, mas supriu todas as minhas necessidades. Hoje tenho uma nova vida e sou feliz de verdade. O melhor lugar para estar é no Altar. Eu falo que não tem lugar mais alto em que eu possa estar do que prostrada aos pés do meu Senhor. Deus me resgatou, é possível mudar de vida e eu sou prova viva disso”, finaliza.

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Colaborador

Kelly Lopes / Foto: Demetrio Koch