Num cenário de calamidade, há quem se aproveite da dor do outro

Desvios e falsas campanhas acometem doações destinadas para o Rio Grande do Sul. O que podemos refletir com isso?

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Há cerca de um mês uma tragédia climática assola o Rio Grande do Sul, deixando como consequências a destruição de cidades inteiras alagadas pelas enchentes, dezenas de mortos e desaparecidos, milhares de desabrigados, entre outros graves problemas. Diante de todo esse cenário de calamidade, no entanto, não podemos deixar de destacar a ajuda humanitária que chega de todos os cantos numa corrente emergencial de milhares de voluntários.

Contudo, infelizmente, há também quem consiga se aproveitar da dor do outro. Além de saques a imóveis que ainda estão parcialmente inundados e, por isso, temporariamente vazios, estão sendo aplicados golpes de todos os tipos, como desvios de doações e falsas campanhas de arrecadação online.

Montantes arrecadados em falsas campanhas:

  • A exemplo do caso de um adolescente de 16 anos investigado por fraude. Na internet, ele simulava o site oficial do governo do Rio Grande do Sul que redirecionava a uma página falsa de “vaquinha online”. Nesta fase da operação chamada de ‘Dilúvio Moral’, a Polícia Civil apreendeu computadores, celulares e equipamentos eletrônicos utilizados para praticar o golpe. Houve o bloqueio de valores de até um milhão de reais em cada conta do suspeito e das empresas vinculadas. O adolescente — que se denomina como “Dr. Money” — utiliza as redes sociais para ostentar um elevado padrão de vida, publicando fotos e vídeos em imóveis de luxo (um deles alvo da operação).
  • Anteriormente, esta mesma operação já havia desarticulado uma quadrilha em Santo André, região do Grande ABC de São Paulo, investigada por aplicar golpes simulando contas oficiais de doação nas redes sociais, divulgando chaves pix de pessoas físicas. Os suspeitos, que tinham entre 17 e 45 anos, tinham antecedentes em crimes como roubo, porte ilegal de arma de fogo, furto e tráfico de entorpecentes. Por meio do grupo destacado ao combate a fraudes, golpes e atentados aos serviços de utilidade pública, durante o período de calamidade, mais de 60 casos já foram analisados pela Polícia Civil do RS, sendo que cerca de 70% já foram concluídos. Além disso, 71 páginas, contas e publicações criminosas já foram retiradas do ar.

Ministério Público investiga desvio de doações:

  • Em outra situação, um esquema de desvio de doações em Eldorado do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre, fez o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) pedir assistência do Exército Brasileiro para que assuma a entrega dos donativos no município. A investigação do MP apura os crimes de apropriação indébita, peculato e associação criminosa durante estado de calamidade pública.
  • O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MP-RS) investiga três agentes públicos, sendo que pelo menos dois deles são pré-candidatos às eleições municipais deste ano. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas nas casas dos suspeitos, na Prefeitura e em depósitos da cidade. E também, apreendidos documentos, celulares, dinheiro e mídias eletrônicas.

O que podemos aprender com isso:

Há dois tipos de grupos de pessoas no mundo, aqueles que dão e os que tomam, os que querem para si e os que distribuem sem expectativa de que serão reconhecidos, os doadores e os recebedores. Conforme observa o Bispo Renato Cardoso, em publicação no seu blog, a Palavra de Deus nos mostra que esses dois grupos de pessoas estão constantemente interagindo.

  • “Então, há aqueles que são tomadores (estão sempre procurando uma oportunidade para tomar algo para si, para se beneficiarem). Essas pessoas pensam que o mundo é dos espertos, que elas têm que pensar nelas primeiro, elas centralizam a vida ao próprio redor, elas estão sempre pensando: ‘como eu posso tirar algo dessa pessoa’. Isso vai desde os golpistas ou aquelas pessoas de negócios que pensam em tirar do cliente ou do fornecedor para elas. Estão sempre pensando em receber. Esse grupo é amargo, não faz bem nem à sociedade, nem a elas mesmas. Nunca se satisfazem. Elas são sempre amargas dizendo que o mundo não as ajuda o suficiente”, pontua o Bispo.

Aquele que “tem origem no Espírito de Deus”:

  • “O outro grupo, o que distribui, tem origem no Espírito de Deus. Porque o Senhor Jesus disse: ‘Dai, e ser-vos-á dado (…)’ (Lucas 6:38). Ele nos ensinou que a melhor maneira de se viver é estar no grupo dos doadores. Por quê? É só fazer uma prova. Quando você dá algo para alguém, você fica mais feliz do que a pessoa que recebeu. Mas isso vai contra a natureza humana, que pensa: ‘vai faltar para mim. Eu tenho que cuidar de mim primeiro’. Porém, creia que assim como você está dando, voltará para você. Talvez, não volte de quem você atendeu, mas Deus providenciará uma forma para que haja o equilíbrio na sua conta. Então, o que você precisa é treinar ser um doador. Preocupe-se em dar. E, para dar, você precisa ter de onde tirar. Este é o segredo: quando Deus é a sua fonte, a sua fonte é inesgotável. Quando você está em Deus, você dá do que recebe dEle. Ele lhe dá e você dá para os outros”, conclui o Bispo.

Em qual destes dois grupos você quer estar?

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Colaborador

Redação / Fotos: Istock, arquivo e Rafa Neddermeyer_Agência Brasil