Com o foco em ajudar pessoas com vícios e seus respectivos familiares, o programa social Vício Tem Cura desenvolveu, na última terça-feira (12), um trabalho especial de distribuição de donativos e oferecimento de serviços gratuitos para a população carente que reside no bairro Jardim Novo Horizonte — localizado na zona sul de São Paulo.

Cerca de 250 pessoas foram beneficiadas por meio da distribuição de marmitas, peças de roupas e também kits de doces para as crianças. Além disso, voluntários ofereceram, gratuitamente, serviços como corte de cabelo e esmaltação de unhas.

Segundo o responsável pela iniciativa, Nilton Donizeti, o local da ação foi escolhido por se tratar de uma comunidade carente onde residem muitos viciados. “Queremos que esse trabalho seja como uma luz no fim do túnel para essas pessoas e que elas se sintam acolhidas. Afinal, hoje em dia é raro vermos o amor ao próximo, mas queremos levar esperança e alegria a quem está necessitado”.

De acordo com uma pesquisa Datafolha, divulgada no dia 2 de setembro, 53% dos paulistanos afirmam que existem “cracolândias”, locais com cenas de uso de drogas em áreas públicas, nos bairros onde residem, principalmente na zona leste, região com 61% dos entrevistados com essa percepção. A presença desses pontos de uso aberto de entorpecentes também foi apontada por 59% dos moradores de bairros da região central, seguido por 50% de pessoas que moram na zona sul de São Paulo.

A dona de casa Clara Simone dos Santos, 41 anos, participou da ação no Jardim Novo Horizonte, junto do esposo e da filha, e afirma que iniciativas como essa são muito necessárias. “Eu mesma tinha problemas com vícios na minha casa, por conta do meu esposo, e percebo que no bairro há muitos viciados, tanto na cachaça como nas drogas, adultos e adolescentes, além de muitos moradores de rua. São poucos os que acolhem, mas nós gostamos muito e continuaremos indo aos domingos nas reuniões do Vício Tem Cura”.

O Vício tem Cura foi criado pela Igreja Universal do Reino de Deus com o objetivo de auxiliar usuários de drogas e pessoas com outros tipos de vícios, assim como seus familiares. Semanalmente, são realizadas reuniões abertas e encontros individuais para dar suporte emocional a esses grupos.

“Eu tinha preconceito quando ouvia uma reportagem da pessoa drogada, a pessoa lá na Cracolândia. E apesar de nunca ter tido problemas financeiros, ter tudo do bom e do melhor, eu tinha um vazio tão grande que isso me levou às drogas. Fiquei 16 anos viciado no crack, e hoje estou livre há 6 anos, graças ao trabalho do programa social”, relata o voluntário e empresário de agronegócio, Dagoberto Cardilli, 58 anos.

O Vício Tem Cura também atua em meio às comunidades, na prevenção e combate aos vícios, levando também assistência social àqueles que vivem em situação de vulnerabilidade.