“No que me tornei?”

Pelo fato de sempre colherem resultados frustrantes, muitas pessoas se fazem a pergunta acima. Entenda o que as leva a essa indagação e o que precisam fazer para que se tornem uma nova pessoa

Imagem de capa - “No que me tornei?”

A paz é um dos principais desejos das pessoas neste período do ano. Para atrair esse objetivo tão desejado, muitas fazem questão de passar a virada do ano vestidas de roupas brancas e ao longo dos meses investem em outras simpatias e até em técnicas de respiração, por exemplo. O problema é que, por desconhecimento, elas estão colocando sua fé em superstições como essas e ignorando o fato de que essa condição só é obtida a partir de uma sequência de atitudes corretas. De forma semelhante, as ações erradas, ou seja, que são contrárias a Deus, as afastam da Presença dEle e, por isso, as deixa vulneráveis ao sofrimento que existe no mundo.

Diferentemente do que muitas pessoas acreditam, Deus não colabora para o sofrimento de ninguém, mas deu liberdade a cada uma delas para que façam suas escolhas. A grande questão é que a maioria não escolhe sabiamente como conduzir a própria vida e, apesar de desejar concretizar seus sonhos, tem colhido apenas frustrações, o que as leva a questionar: “como cheguei até aqui e me tornei essa pessoa?”

Na verdade, sem a direção certa, a tendência do ser humano é se deixar guiar pelos sentimentos, desejos e vontades. Contudo, se por um lado, fazer tudo que quer gera satisfação, por outro é preciso entender que essa sensação é passageira e que no final restam apenas as más consequências. É o caso, por exemplo, das pessoas que consomem drogas para fugir da realidade, mas veem o rastro da destruição que é deixado em suas vidas. Com certeza, não era isso que desejavam, mas, sem a orientação adequada, elas caem nessa cilada.

Também podemos pensar em quantos homens e mulheres sonham ter uma família, mas, quando conseguem, se tornam agressivos com o cônjuge e os filhos. Ou ainda os que tentam manter o relacionamento baseado em mentiras e, muitas vezes, até repetem o erro que seus pais cometeram. Sem que percebam, eles se tornam quem um dia mais odiavam. Isso é mais comum do que se imagina. “É como aquela pessoa que pegou o caminho errado na estrada e só foi perceber quando estava bem longe”, comentou o Bispo Renato Cardoso no programa Inteligência e Fé. “Muitas pessoas seguiram suas vidas confiando no GPS interno que elas têm, chamado coração. É aquele GPS que o mundo aconselha as pessoas a seguirem por meio de filmes, novelas e músicas. E agora elas pensam: ‘como eu vou voltar?’”

O primeiro pensamento que surge é que a mudança é impossível e uma lista dos erros cometidos, das pessoas afetadas e dos problemas gerados ganha espaço na mente delas. Nesse ponto é comum que muitos simplesmente aceitem a realidade e decidam permanecer em sofrimento. “É assim que muitas pessoas têm se tornado aquilo que elas não gostam e até o que elas abominam”, salienta o Bispo. A boa notícia, porém, é que, independentemente do caminho que a pessoa tenha escolhido, é possível traçar um novo.

O mapa desenhado por Deus
A história do rei Davi descrita na Palavra de Deus chama a atenção tanto para o caminho da destruição como para o que leva ao recomeço. Davi começou sua história muito bem, matou um gigante, foi ungido a rei e era considerado o “homem segundo o coração de Deus”. Mas, em determinado momento, ele se deixou levar pelos seus desejos e usou o seu poder para se deitar com a mulher de um de seus soldados e cometeu adultério. Para esconder seus erros, ele ainda praticou uma série de outras falhas.

O desgosto de ver que tipo de pessoa tinha se tornado o levou a se encher de culpa, como afirmou em Salmos 32.3-4: “Quando eu guardei silêncio, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio”.

O Bispo Renato explicou que Davi se via mais velho do que era. “Ele se sentia literalmente doente, porque abominava a si mesmo”, declarou. No entanto ele buscou a cura interior e encontrou a solução. “Davi resolveu aquela situação tirando a sua máscara, os seus adornos. Enquanto guardou e escondeu o seu pecado, ele só apodreceu os seus ossos, mas, quando finalmente se humilhou e o confessou a Deus, recebeu o perdão e obteve paz”, completou.

Da mesma forma que Davi se rendeu e conseguiu o perdão de Deus, todos aqueles que seguem o mesmo caminho são recebidos pelo Criador de braços abertos e têm a oportunidade de recomeçar. Você poderá entender como isso ocorre por meio das histórias a seguir.

Uma vida de engano
Desvalorizar a Presença de Deus é como rasgar um mapa que aponta o caminho mais seguro para alcançar a realização terrena e a Salvação da alma. Foi exatamente isso que Thayane Vilarino de Resende, (foto abaixo) de 39 anos, e Vinícius Mateus Mundim Oliveira, de 39 anos, fizeram na juventude. Ambos frequentavam a Universal, se conheceram e algum tempo depois se casaram. Em seguida, foram ocupando a mente e a vida com inúmeros objetivos e, em determinado momento, o Criador deixou de ser a prioridade deles.

“Eu comecei a fazer faculdade e sonhava me formar em Direito e em ter uma carreira. Passei a me dedicar tanto a essa área que não lia mais a Bíblia, não orava nem ia mais à Igreja”, comenta Thayane, que acrescenta: “quando cheguei a esse ponto, a impressão inicial era de que a minha vida estava andando e de que eu continuava bem com Deus. Eu não percebia que a minha morte espiritual estava acontecendo. Hoje, olhando para trás, consigo identificar o quanto eu tinha ficado mais nervosa, que meu caráter estava corrompido e como eu passei a fazer até aquilo que antes para mim era errado”.

Vinícius, que também estava passando por um esfriamento espiritual, acompanhou a esposa e abandonou a fé. “As mudanças foram acontecendo aos poucos e o mundo foi entrando em mim. Tudo aquilo que eu tinha aprendido com a fé foi se apagando e eu voltei a ser quem eu era antes, inclusive enganei minha esposa. Me viciei em pornografia e comecei a traí-la, algo que antes eu abominava. Nessa época, pensei em tirar minha vida”, relembra.

Além desses problemas, o casal enfrentava dificuldades financeiras. “Mesmo assim, pensávamos que um dia isso iria mudar com muito trabalho, esforço e estudo”, ressalta Thayane. Contudo, depois de 17 anos longe da Presença de Deus, ela chegou ao pior momento, como relata: “fui diagnosticada com transtorno de ansiedade e início de depressão e, mesmo me consultando com psiquiatras e psicólogos, meu problema não era resolvido. Então, decidi voltar para a Igreja”.

Vinícius resolveu acompanhá-la e, assim, ambos se batizaram nas águas e se dedicaram para ficarem cheios da Presença de Deus. “Eu tinha muitos pensamentos de acusação que diziam que eu não merecia o Espírito Santo porque um dia eu tinha virado as costas para Ele, mas entendi que o Espírito Santo era uma promessa e que, se eu entregasse tudo a Ele, eu teria o direito de recebê-Lo. Foi quando O recebi”, explica Thayane.

A experiência de Vinícius foi diferente: “eu estava decidido a me entregar e, apesar de já ter deixado de fazer o que era errado, eu sabia que para ter uma vida nova teria que ser verdadeiro com minha esposa. Eu resisti muito, mas venci o meu orgulho para ser limpo por Deus”.

Apesar de ter sido surpreendida pelo marido com tantas revelações, Thayane pôde contar com o Espírito Santo para perdoá-lo e recomeçar seu casamento. “Hoje temos paz no nosso relacionamento, confiança e uma vida completa. O Espírito Santo nos mudou por fora, mas principalmente por dentro. Ele mudou a nossa essência”, finaliza.

Acorrentada pela mágoa
Marislane Alves Machado, (foto abaixo) de 30 anos, guardou por muito tempo as lembranças das brigas constantes entre os pais e um abuso que sofreu aos 3 anos por parte de uma babá. “Mesmo com pouca idade, eu saí correndo de casa, pedi ajuda e acabei apanhando muito por conta disso”, lembra. Pouco tempo depois, sua mãe passou a ter sérios problemas de saúde que a levaram a ficar internada. “Eu ficava na rua ou passando pela casa de vizinhos e familiares”, recorda.

Vítima de uma série de abusos e humilhações e convivendo com uma tristeza intensa, aos 5 anos, ela recorreu à primeira tentativa de suicídio. “Minha mãe estava de alta do hospital e em casa tinha muitos remédios controlados. Então, peguei uma cartela, tomei os remédios e quase morri”, afirma.

O tempo passou, mas não resolveu esses conflitos – pelo contrário, eles ganharam mais força. “Meu pai era muito violento com a minha mãe e eu assistia a tudo aquilo com medo de também ser vítima dele. As palavras que eu ouvia me machucavam muito. Certa vez, ele disse que eu era culpada pelos problemas familiares e que eu deveria ter morrido quando minha mãe fez uma tentativa de aborto. Eu acreditei naquelas palavras e tentei me matar novamente, dessa vez enforcada. A corda, porém, arrebentou, como se tivessem passado uma faca nela”, conta.

As brigas se repetiam diariamente até que, depois de ser vítima de uma tentativa de homicídio, a mãe de Marislane fugiu da casa em que morava no Piauí e se mudou para São Paulo. “Eu passei a ter ódio do meu pai e ele ficou violento comigo e com o meu irmão. Nós não conseguíamos dormir de tanto medo. Até que um dia juntamos as nossas coisas e fugimos. Fomos para a casa da minha avó e depois para São Paulo para morar com a minha mãe”, relata.

Por conta de muitas dificuldades financeiras, Marislane, o irmão e a mãe foram morar na rua. “Ficamos oito meses nessa condição precária. O ódio pelo meu pai aumentou muito e eu deixei de acreditar em Deus, mas foi nessa época que minha mãe conheceu a Universal”, cita.

Em pouco tempo, as mudanças já eram visíveis na vida familiar e, por meio da fé, eles alugaram uma casa em troca de serviços domésticos. “A vida da minha mãe foi evoluindo, mas eu não ia à Igreja com ela. Sem conhecer a Deus, eu passei a ter mais problemas. Entrei na faculdade, me envolvi com más amizades, me viciei em bebida alcoólica e também desenvolvi depressão, tive crises de pânico e paralisia do sono”, destaca.

Durante uma crise, Marislane assistia a um programa da Igreja Universal na TV e resolveu dar uma chance à fé. “Não demorou muito para que todo o meu sofrimento acabasse, mas eu me acomodei. Apesar de ter me batizado nas águas, fiquei seis anos na Igreja sem me entregar verdadeiramente a Deus. Quando despertei para a necessidade de ter o Espírito Santo, coloquei o meu eu de lado para tê-Lo. Abri mão da mágoa, liguei para o meu pai, o perdoei e me limpei de tudo que me afastava de Deus”, descreve.

Depois que recebeu o Espírito Santo, Marislane garante que aconteceu a verdadeira transformação: “eu passei a ser mais forte e definida e a ajudar as pessoas, mostrando que Deus realmente existe. Eu deixei uma vida vazia para me encher do Senhor Jesus”, encerra.

O colecionador de erros
Os traumas familiares também marcaram a trajetória de William Cristiano de Oliveira, (foto abaixo) de 37 anos. “Eu cresci em um ambiente em que meu pai agredia muito a minha mãe e, por isso, a polícia sempre estava dentro de nossa casa”, relembra. Vendo todo o sofrimento familiar, a avó de William chegou à Universal e fez o primeiro convite para que todos conhecessem o poder da fé. “Nós íamos escondido do meu pai, porque ele odiava a Igreja. Um dia, ele descobriu e rasgou todas as nossas roupas e expulsou a minha mãe de casa”, afirma.

No entanto a semente plantada no interior de William na infância floresceu ao longo da adolescência e ele permaneceu frequentando a Universal. Contudo ele diz que não se entregou completamente e que aos 17 anos se afastou. Ele menciona quais foram as consequências que colheu ao agir assim: “pouco tempo depois, fui diagnosticado com uma doença congênita no pulmão e pedi a Deus que me curasse. Fiz um propósito e fui curado. Em seguida, fui abençoado com um emprego em uma multinacional, mas nada disso me fez permanecer na fé”, diz.

Com a frequência em festas noturnas, William se envolveu em um relacionamento amoroso. “Fui orientado a focar na vida espiritual, porque a moça não tinha interesse em conhecer a Deus, mas me convenci de que a levaria para a igreja. Só que aconteceu o contrário: fui eu que saí da igreja e mergulhei no mundo”, destaca.

Ele conta que eles se casaram e o sonho de constituir uma família feliz – diferente de sua referência na infância – se tornou um pesadelo. “As brigas eram constantes e eu não conseguia ver o quanto estava me afundando. Tivemos um filho na tentativa de salvar o relacionamento, mas ele passou a ver exatamente o que eu vivi na infância. Eu agredia minha esposa com palavras e, apesar de nunca antes ter passado pela minha cabeça traí-la, por causa do que havia visto com o meu pai, li em um jornal uma propaganda sobre acompanhantes de homens e a prática de me relacionar com elas se tornou um vício”, esclarece.

A vida na prostituição e a pornografia não preencheram o interior de William, mas lhe trouxeram vários medos, como conta: “fui diagnosticado com síndrome do pânico e pensava que tinha contraído Aids. Tive uma série de crises e até acreditava que iria morrer”. Afastado do trabalho e com a saúde mental abalada, ele buscou a cura em Deus e mais uma vez alcançou a bênção. Porém, ele ignorou a necessidade da Presença do Criador. Em seguida, seu casamento acabou. “Naquele momento, me desesperei e pensei em me matar, mas, por conhecer a Palavra de Deus, não fiz nada”, alega.

A vida seguiu e algum tempo depois William entrou na faculdade de medicina veterinária e viveu um novo relacionamento. “Eu conheci a Carol, minha esposa atualmente, e começamos a namorar. Eu ainda seguia com a vida paralela na prostituição e adquiri um novo vício: comprar animais. Quando me dei conta, já estava negociando no mercado ilegal”, declara.

Sem ter um local para abrigar tantos animais e com falta de dinheiro para mantê-los, ele foi denunciado por maus-tratos, detido pela polícia e, depois de prestar esclarecimentos, liberado. Ele conta o que aconteceu a partir daí: “uma equipe de TV foi à minha casa para fazer uma reportagem e todos ficaram sabendo o que eu fazia escondido. Perdi o emprego, mas não mudei. Gastei quase toda a rescisão contratual de mais de R$ 300 mil comprando cobras. Eu as levava para a casa dos meus sogros, onde eu morava de favor”, detalha.

Além de gastar esse dinheiro, William contraiu uma dívida de R$ 370 mil. Sem nenhuma perspectiva de melhora, ele e a esposa decidiram se mudar para o exterior, mas, no caminho para buscar o passaporte, viram o Templo de Salomão, em São Paulo. “Nós entramos para que ela conhecesse o local, mas a mensagem da reunião ‘falou’ comigo e saí de lá decidido a me tornar uma nova pessoa. Eu fiz um voto com Deus, me batizei nas águas e lutei pela minha libertação. Entreguei tudo que eu era e fazia de errado, agarrei aquela chance como se fosse a última e recebi o Espírito Santo”, diz.

Atualmente, livre de todos os vícios, ele se tornou Filho de Deus. “Hoje, eu tenho o caráter de Deus, um relacionamento abençoado, recuperei o meu emprego e sou uma referência para o meu filho. Mas o principal é que tenho a Presença de Deus dentro de mim e a paz que Ele me dá”, conclui.

Recalculando a rota
É possível concluir, por meio dos relatos acima, que não há paz, realização nem felicidade longe de Deus. Apesar de muitos venderem a ideia de que uma vida profissional realizada é suficiente, que ter um casamento já basta ou que praticar hobbies preenche a vida, a verdade é que nada disso faz sentido se o interior não for transformado. É essa transformação que possibilitará que você se torne alguém que sempre desejou ser.

“Quem sabe as suas muitas dores e esse desgosto que você sente em relação à sua vida sejam porque você não se arrependeu, não fez as pazes com Deus, com outras pessoas e, principalmente, consigo mesmo. Então, siga essa receita, que é reconhecer o erro diante do Criador e buscá-Lo, porque Deus vai dar a você a oportunidade de reconstruir a sua vida”, concluiu o Bispo Renato.

Estamos começando mais um ano, quer melhor oportunidade do que essa para recomeçar? Se até hoje você agiu baseado em sentimentos e viu que se tornou uma pessoa que não quer mais ser, mude de estratégia: deixe que Deus recalcule a rota da sua vida e O obedeça. Deixe para trás o passado, pois 2024 pode ser o seu melhor ano. A decisão está nas suas mãos.

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Colaborador

Cinthia Cardoso / Fotos: produção solo sagrado / Demetrio Koch