"No auge da depressão, tentei me jogar na frente do trem"

Ingrit Dutra virou a página de uma história de tristeza, transtorno compulsivo e rancores ao encontrar em Deus o que não achava em nenhum lugar

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A jornalista Ingrit Dutra de Oliveira, de 22 anos (foto abaixo), se afastou da Universal aos 13 anos. Nessa época, o casamento dos pais já não andava bem. Ela se recorda que desde quando tinha 6 anos as brigas e o descontentamentos já eram evidentes entre eles. “Essa situação gerou conflitos e revolta em mim”, conta Ingrit.
Então, ela começou a se comparar com outras meninas da mesma idade. Os questionamentos vieram. “Eu tinha duas vidas: a de filha que ia à Igreja e todos achavam exemplar e a garota popular que tinha muitos amigos e pretendentes e fazia tudo que queria. Mentia muito para sustentar os dois estilos de vida sem ser descoberta”, relembra.

Problemas não resolvidos também vieram à baila, como a rejeição que sentia do próprio pai. “Ele era ausente e não queria filhos e, se tivesse, não queria que fosse mulher. Guardei mágoa e a presença dele passou a me irritar”, diz. Com isso, tornou-se insegura e carente. Envolveu-se em vários relacionamentos na ânsia de amenizar aquele vazio, mas foi em vão.
“Me achava a garota mais feia do mundo, incapaz e infeliz. Meu objetivo era ter uma carreira bem-sucedida, um currículo acadêmico bacana que me proporcionasse viajar, tudo que preenchesse o buraco sem fundo que havia em mim. Tive depressão e problemas de saúde que não eram detectados, ouvia vozes, via vultos e desmaiava repentinamente. Era agressiva, só sabia falar gritando e tinha Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). Eu era uma bomba-relógio prestes a explodir. No auge da depressão, tentei me jogar na frente do trem a caminho da faculdade, mas alguém me puxou de volta. Eu tinha 19 anos”, descreve.
Ajuda
Há dois anos, Ingrit voltou à Universal, mas a decisão de se entregar realmente a Deus aconteceu há quatro meses. “Reconheci que meu problema era estritamente espiritual. Entendi que fiz muitas escolhas erradas e que elas foram a porta de entrada para a atuação das forças malignas causadoras do meu sofrimento”, revela. Por isso, participou das reuniões voltadas à libertação.
Dessa forma, o rancor deu lugar ao perdão. Não restaram mais os complexos, as perturbações nem o histórico de negatividade. Tudo ficou para trás. “Voltei a ter vontade de viver. Me batizei nas águas.Desci com o peso do concreto, mas levantei leve como uma pena e pronta para viver em novidade de vida”, relata.
Ela recebeu o Espírito Santo no encerramento do último Jejum de Daniel, em 26 de agosto. “A velha Ingrit era egoísta, vingativa, insegura e indiferente, mas a nova é forte, corajosa, segura de que tudo vai dar certo e tem amor pelas pessoas. O calor de Deus tomou o meu ser e fez tudo novo. Ele me proporcionou uma alegria que nada nem ninguém nesse mundo foi capaz de dar”, conclui.

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Colaborador

Flavia Francellino / Fotos: Marcelo Alves