Negócios à parte
Ser sócio do cônjuge, de um familiar ou de um amigo pode ser ótimo para os negócios, mas essa interação profissional precisa de cuidados para não afetar o relacionamento pessoal
Empreender é o sonho de muitas pessoas e iniciar um negócio com alguém do seu convívio parece ser a melhor opção. Essa ideia muitas vezes decorre do fato de vocês se conhecerem, se darem bem e um querer ver o sucesso do outro. Mas, para que essa sociedade funcione bem e não interfira negativamente no relacionamento pessoal, é importante ficar atento a alguns detalhes.
O que é uma sociedade?
O primeiro passo é compreender o que de fato é uma sociedade empresarial, mesmo que o negócio seja pequeno. Jhonny Martins, contador e vice-presidente do Serac, hub de soluções corporativas nas áreas contábil e jurídica, explica o que ela significa: “Uma sociedade é caracterizada pela união de duas ou mais pessoas que decidem empreender em conjunto, compartilhando responsabilidades, investimentos, riscos, lucros e decisões de um negócio, e com um objetivo comum”.
Além desse aspecto, a sociedade deve estar formalizada por um contrato social e respeitar a legislação. Aliado ao cumprimento dessa burocracia, Fernanda Tochetto, especialista em educação empresarial, defende que uma sociedade é um contrato formal, mas, principalmente, um acordo de mentalidade, maturidade e valores entre os sócios: “É, antes de tudo, a união de visões de mundo, valores, caráter e competências complementares”.
Prós e contras
Cada tipo de relacionamento anterior entre os sócios apresenta vantagens e desvantagens. “A escolha dos sócios e a estruturação adequada da sociedade são fatores determinantes para a saúde e a longevidade do negócio. Relações pessoais podem ser uma força propulsora, mas exigem uma gestão criteriosa para que não comprometam a racionalidade empresarial”, diz Adriana Faria, advogada especializada em direito empresarial.
Reproduzimos os prós e contras de cada tipo de integrante da sociedade listados pelos especialistas. Entre amigos, a vantagem é a confiança preexistente, enquanto a desvantagem é que os conflitos pessoais podem abalar o negócio ou vice-versa. Entre pais e filhos, a maior vantagem é que os valores são compartilhados desde a infância e há o interesse de perpetuar o patrimônio familiar. Por outro lado, podem ocorrer conflitos geracionais e maior risco de misturar os papéis e a vida pessoal e a profissional. Já com outros familiares (irmãos, primos e tios, por exemplo) a desvantagem é o risco de existirem rivalidades ou diferentes expectativas.
E se o sócio for o cônjuge? A sociedade é possível (desde que o casamento seja em regime de comunhão parcial de bens, conforme o artigo 977 do Código Civil) e a maior vantagem está no alinhamento de sonhos e na flexibilidade de compartilhar as conquistas e os riscos, mas também há desvantagens, como a possibilidade de a vida conjugal afetar os negócios e vice-versa.
Avalie
Ponderar os prós e contras é essencial antes de iniciar a sociedade e tirar o seu sonho de empreender do papel ou reavaliar o negócio já existente. Também é necessário avaliar os objetivos e expectativas de cada um dentro dessa sociedade, o estilo de trabalho e as aptidões de cada um. Outra questão importante é definir os detalhes do negócio, planejar cada passo e formalizá-lo conforme a legislação vigente. O ponto principal, entretanto, é estar disposto a investir no seu sonho e não descuidar do seu relacionamento. Assim, tanto a vida pessoal como a profissional podem caminhar lado a lado sem conflitarem.
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