Não deu para segurar

Entenda como a incontinência urinária afeta a qualidade de vida das pessoas e como tratá-la

Rir até fazer xixi nas calças pode parecer apenas o resultado raro de um momento de descontração, mas, quando há perda involuntária de líquido, pode ser um sinal de um problema mais comum do que se imagina: a incontinência urinária. Ficar atento a ela é tão importante que 14 de março foi escolhido como Dia Mundial da Conscientização sobre Incontinência Urinária e, durante todo o mês, em diversos locais no mundo, eventos são realizados para esclarecer a população sobre este problema de saúde pública que afeta cerca de 5% da população mundial – aliás, pelo fato de o assunto gerar constrangimento, a taxa de incidência pode até ser maior.

Apesar de a incontinência urinária afetar pessoas independentemente de idade, gênero, nível social ou econômico, as mulheres apresentam maior predisposição para a doença. Isso acontece por questões específicas da anatomia feminina, sendo que a maior incidência é entre gestantes, assim como em pessoas idosas (60 anos ou mais). Contudo, mesmo que a frequência seja maior em uma determinada fase da vida, a incontinência urinária nunca deve ser considerada normal.

O médico urologista Vinicius Terra ressalta que, atualmente, entre 25% e 40% das mulheres têm alguma queixa de incontinência urinária, seja ela de esforço ou de urgência. Ele explica que a incontinência de esforço tem alguns estágios. Ela geralmente começa quando a pessoa faz algum tipo de esforço, como, por exemplo, ao espirrar ou tossir, o que aumenta a pressão dentro do abdômen. Com o passar do tempo, essa pressão vai diminuindo e a pessoa vai perdendo cada vez mais urina, mesmo que realize esforços menores.

Terra explica que “no início do quadro pode haver a perda em gotas ou até ser insensível, mas depois a perda começa a ser em jatos”. Por isso, ele diz que uma das formas de o indivíduo perceber se está com o problema é ficar atento à roupa íntima e verificar se ela está molhada com urina mesmo que o vazamento não tenha sido perceptível. Outro sintoma que é um sinal de alerta é o fato de acordar muitas vezes durante a noite para ir ao banheiro.

O problema afeta a qualidade de vida da pessoa e compromete seu bem-estar físico, emocional, psicológico e social. “De certa forma, quem sofre com a doença evita comparecer a certos tipos de ambiente, como academia, porque tem medo da perda de urina. Essas pessoas evitam rir em alguns ambientes, pois podem ficar constrangidas. Algumas mulheres perdem urina durante o ato sexual e isso pode atrapalhar o relacionamento delas”, destaca Terra. A boa notícia é que a doença tem cura e, de acordo com o médico, a melhora do quadro é de cerca de 90%. Para isso, basta que cada paciente seja tratado de forma individualizada. Saiba mais lendo o infográfico ao lado.

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Colaborador

Núbia Onara / Arte: Edi Edson