Mutirão nacional auxilia 8 mil caminhoneiros a enfrentar desgaste da profissão

Atividade tem maior índice de mortes por acidente de trabalho no Brasil

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No último domingo (8), o programa socialrealizou o mutirão mensal, em todos os estados do país, que ajudou 8 mil caminhoneiros a superar os desafios da jornada extenuante que a profissão impõe. Dados do Ministério da Saúde apontam que os motoristas de caminhão exercem a atividade que, no Brasil, mais mata em decorrência de acidentes de trabalho. 

Os 571 eventos aconteceram em postos de serviço, terminais de carga e rodovias. Os 4,4 mil voluntários dos Guardiões da Estrada que participam da ação, montaram estruturas para oferecer, gratuitamente, atendimento jurídico, fisioterapia, aferição de pressão arterial, teste de glicemia, corte de cabelo e manicure. O evento nacional acontece, sempre, todo segundo domingo do mês.  

“Nosso objetivo é acolher os caminhoneiros — trabalhadores que passam a maior parte do tempo nas rodovias. Muitos permanecem longe de casa por várias semanas e até meses, tendo que lidar com a solidão, os perigos das estradas e com as dificuldades para suprir suas necessidades básicas”, explica Edson Silva, responsável pelo programa social no Brasil. 

Edson relata que “as aulas de fisioterapia, por exemplo, ajudam muito aqueles que sofrem com problemas na coluna, por causa das longas horas de trabalho”, proporcionando mais qualidade de vida aos profissionais.  

Outro serviço muito demandado pelos caminhoneiros nos eventos dos Guardiões da Estrada é o atendimento jurídico, com advogados voluntários tirando dúvidas sobre pensão alimentícia, assuntos relacionados ao Direito do Trabalho, contratos de prestação de serviço, entre outro temas. 

Longe de casa 

“Encontrei no pátio da Vila Sabrina (SP) os voluntários dos Guardiões da Estrada, que me fizeram o convite de participar de um evento. Fiquei muito feliz pela forma que fui recebido. Em meio às dificuldades da nossa profissão, encontrar todo esse carinho, tudo feito especialmente para nós, é muito gratificante”, avaliou José Ailton, caminhoneiro de 35 anos de idade, natural de Alagoas, que participou da ação organizada em um grande terminal localizado próximo à Rodovia Fernão Dias, na zona norte da capital paulista. 

Além dos serviços, o programa social doou 8,3 mil lanches e 6.2 mil kits de higiene para os motoristas de caminhão. Todas as orientações e determinações do Ministério da Saúde e das autoridades sanitárias de cada localidade foram observadas nos eventos, para se evitar a propagação do novo coronavírus. 

A frota brasileira de caminhões é de 1,941 milhão de unidades, segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Do total, cerca de 703 mil veículos pertencem a caminhoneiros autônomos e 26 mil são cooperados. Os demais, são de propriedade de empresas de transporte e logística. 

De acordo com o Ministério da Saúde, em um período de dez anos, os caminhoneiros lideraram as mortes de trânsito relacionadas à profissão, representando 13% do total.

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Colaborador

UNIcom