Este mês é dedicado à campanha Novembro Azul, criada na Austrália em 2003 e apoiada pelo Ministério da Saúde no Brasil desde 2011, cujo foco é a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata. Diversas ações são promovidas por hospitais e organizações não governamentais (ONGs) para ampliar o acesso à informação e acabar com o preconceito em relação aos exames preventivos. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), esse é o tipo de tumor mais comum entre os homens no País. A cada ano, cerca de 72 mil brasileiros recebem o diagnóstico da doença. Contudo, se for detectada precocemente, a chance de cura é de até 95%.

Efeito positivo

Segundo Victor Srougi, urologista do Hospital Moriah e da Universidade de São Paulo (USP), o câncer de próstata acomete um em cada oito indivíduos do sexo masculino. “O número de casos novos aumentou nas últimas décadas, mas, provavelmente, é um efeito do diagnóstico mais amplo e da informação sobre rastreamento desse tipo de tumor, que hoje é bem difundida. O risco de câncer aumenta de duas até cinco vezes conforme o número de parentes de primeiro grau que tiveram o mesmo diagnóstico. Além disso, a alimentação rica em gordura saturada também pode aumentar os riscos em até 30%”, adverte.

Rastreamento

Ele sugere que o rastreamento seja feito a partir dos 50 anos em homens que não tenham risco ou não tenham doença na família: “Afrodescendentes ou os que têm algum parente de primeiro grau com câncer de próstata talvez devam começar a fazer exames com 45 anos ou até antes, a partir de 40 anos, com pelo menos um PSA [leia mais no quadro ao lado]. O câncer de próstata geralmente só apresenta sintomas em estágios muito avançados e, por isso, a detecção precoce é crucial e é feita por meio de campanhas de rastreamento antes que os sintomas apareçam”, explica.

Exames conjugados

Outro exame para a detecção é o de toque retal. “O toque de próstata é um exame bem simples e super-rápido. O toque de próstata sozinho pode falhar assim como o PSA sozinho também pode falhar, mas juntos eles captam grande parte dos tumores. Há casos em que as pessoas não veem alteração de PSA e só veem alteração no toque. Isso acontece em cerca de 15% dos casos. Contudo, quando um dos dois mostra alteração, começamos a fazer uma investigação mais profunda, geralmente com uma ressonância magnética. Se a ressonância mostrar algo, fazemos a biópsia, que determina o diagnóstico ou não”, conclui.