Mídias sociais: espaço aberto para o ódio

Como se proteger da ira espalhadas na internet

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A Espanha acaba de se comprometer mundialmente a trabalhar para o fim do ódio na internet. A declaração, realizada pelo presidente Pedro Sánchez, ressalta a importância de tomar atitudes concretas em relação aos “haters”, que abundam, especialmente, nas mídias sociais.

“Aproveitar a internet para difundir o discurso do ódio e o incitamento à violência não é aceitável”, afirmou Sánchez. “Não podemos permitir que o mau uso da internet prejudique os princípios e valores que estão no coração de nossas democracias”.

De acordo com o presidente espanhol, é necessário que governadores, empresas de tecnologia e a sociedade civil dialoguem e encontrem, o quanto antes, soluções para que a propagação da ira deixe de fazer tantas vítimas. Para ele, é o discurso de ódio na internet que gera, por exemplo, extremismos como o ataque às mesquitas neozelandesas ocorrido há dois anos, transmitido pelas mídias sociais e viralizado na internet.

O neurocientista e filósofo Fabiano de Abreu também acredita que o ódio destilado na internet é prejudicial e deve ser combatido:

“Seria de bom senso estabelecer os limites dentro do que se pode dizer que é liberdade de expressão, que é intocável, e o momento em que aquilo se torna uma ameaça e deveria receber imediatamente a atenção da polícia e do Judiciário. Existe uma linha tênue de passagem entre a ameaça na rede social e a confirmação que ela recebe do discurso nos comentários.”

Para ele, a internet não cria odiadores, apenas joga luz sobre uma conduta que já existe fora do mundo online: “Aquele que é radical e tem na sua constituição o desrespeito aos direitos humanos vai apenas acirrar isso na internet, porque é onde tem cada vez mais plateia e seguidores prontos para receber este ódio”.

Os seguidores do ódio

De fato, o ódio atrai muitos seguidores. O programador Bendev Júnior explica que muitas pessoas, a exemplo do influenciador digital Felipe Neto, ganha audiência cada vez que se envolve em uma polêmica, o que gera lucros para ele e sua carreira:

“O nome dele está sempre envolvido em polêmicas. E muitos do seu público acabam o apoiando pelas suas falas. Enquanto isso, ele recebe novos seguidores cada vez que fala algo do tipo, afinal, as pessoas se interessam em segui-lo, justamente, para ver o que pensa, aguardando a próxima polêmica que ele vai fazer parte…”

Assim, torna-se de suma importância estar atento aos discursos propagados pela internet. A avaliação do conteúdo consumido é fundamental para manter-se protegido do ódio.

A escritora Núbia Siqueira nos lembra que “Deus já sabia que viveríamos estes dias maus, por isso, nos concedeu do Seu Espírito para nos dar instrução, prudência e nos socorrer em cada situação da vida. O Espírito da Verdade é o Único capaz de nos dar sabedoria para identificar o mal e nos manter longe dele”.

Segundo ela explica, “desde o início, a arma mais eficaz de Satanás foi o engano, e ele encontra nas mídias sociais um campo fértil para usar sua ferramenta mais destruidora”. Por isso, “o cristão deve considerar que, na vida, teremos diante de nós a verdade e a mentira, e somente o discernimento espiritual pode nos qualificar a diferenciar o falso do autêntico”.

Essa consideração é importante a partir do instante em que o ódio não é destilado apenas em xingamentos, mas também disfarçado de “discurso do bem, justiceiro”. Clique aqui e saiba mais sobre o “ódio do bem”.

“Por isso, o Senhor Jesus alertou que nos finais dos tempos, nós teríamos que ser altamente cautelosos, pois o ministério do engano operaria de forma abundante no meio dos salvos e enganaria a muitos”, conclui.

Exemplo desse ódio do bem foi realizado por um “coletivo de arte”, que jogou futebol com uma réplica da cabeça do presidente Jair Bolsonaro e publicou na internet. Clique aqui e relembre o caso.

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Colaborador

Andre Batista / Foto: Getty Images