Mais racismo no futebol. Agressores não enxergam o problema

Presidente de time que atacou jogador, sequer admite as ofensas da torcida. Entenda o caso

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“Não percebi insultos racistas, percebi uma atitude provocadora de um futebolista”. Essa foi a afirmação realizada pelo presidente do time de futebol Vitória de Guimarães, Miguel Lisboa. Isso após torcedores de sua equipe utilizarem xingamentos racistas para retirar do jogo o atacante adversário Moussa Marega.

Conforme dezenas de vídeos publicados nas redes sociais mostram, Marega foi ofendido desde que o time do Porto subiu para o aquecimento antes do jogo. Durante toda a partida, ele foi insultado. Já no segundo tempo, quando marcou um gol, o racismo se tornou insuportável. Marega reclamou para o árbitro e foi advertido com cartão amarelo. Revoltado, abandonou o campo. Sozinho e sem o apoio, sequer, de seus companheiros de time, que tentaram fazê-lo relevar a situação.

O caso aconteceu no domingo (16) e durante toda a semana gerou manifestações de times do mundo inteiro. Todos apoiando o atacante. Até mesmo o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, se manifestou:

“O povo português sabe, até por experiência histórica, que o caminho do racismo, da xenofobia e da discriminação, além de representar a violação da dignidade da pessoa humana e dos seus direitos fundamentais, é um caminho dramático em termos de cultura, civilização e de paz social […] Condenar, como sempre, veementemente, todas as manifestações racistas, quaisquer que sejam”.

O único envolvido que segue negando a situação registrada em vídeo é quem deveria ter se desculpado imediatamente: Miguel Lisboa.

“Houve comportamento provocatório de profissionais de futebol que pretenderam incendiar o espetáculo”, afirmou ele. Para o dirigente, Marega tem histórico de manter “comportamentos inadequados”.

O tempo perdido com o tolo

A Bíblia orienta: “Não fales ao ouvido do tolo, porque desprezará a sabedoria das tuas palavras.” Provérbios 23:9

O Bispo Renato Cardoso utiliza essa passagem para se referir a racistas:

“Há pessoas que simplesmente não reagem a um argumento inteligente. Por alguma razão, é como se a sua massa encefálica tivesse virado gelatina. Não funciona. É o caso de pessoas preconceituosas, por exemplo”.

De acordo com o Bispo, “preconceito, por definição, não é resultado de inteligência. Uma pessoa que considera outra inferior simplesmente pela cor da pele, nacionalidade, religião ou outra característica, não está usando a inteligência. E se ela não se tornou preconceituosa por razões inteligentes, tampouco deixará de ser por elas”.

Esse, provavelmente, é o motivo pelo qual Miguel Lisboa não vê o ato de seus torcedores como ofensivos. Da mesma maneira, milhões de pessoas no mundo inteiro seguem cometendo racismo sem assumirem a agressividade de seus atos.

Expressões como “cor de pele”, “denegrir” e “criado mudo” permanecem no vocabulário de muita gente, que não vê maldade em utilizá-las. Assim como não acham errado “piadas” racistas.

Infelizmente, com muitas dessas pessoas, não vale a pena manter um diálogo. Elas não querem aprender sobre racismo nem eliminar seus preconceitos. Por isso, o Bispo orienta:

“Às vezes, você tem que apenas deixar que a tolice do tolo acabe lhe ensinando a lição que você, arduamente, tentou, mas não conseguiu lhe ensinar. Enquanto isso, fale a quem quer ouvir. Ensine quem quer aprender.”

Para ler o artigo completo do Bispo Renato Cardoso sobre o tema, clique aqui.

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Colaborador

Andre Batista / Imagem: Reprodução Facebook @moussamarega21