Mais de 5 milhões de brasileiros têm fibromialgia

Conheça as características dessa doença, que é incapacitante, e como lidar com ela

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Se você tem ou conhece alguém que tenha uma dor em várias partes do corpo simultaneamente, sente cansaço extremo, alterações no sono e distúrbios cognitivos, é bom ficar alerta, pois esses são sinais de fibromialgia. A doença atinge cerca de 2% da população mundial – algo em torno de 160 milhões de pessoas e cerca de 5,6 milhões de brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira do Estudo da Dor (SBED). Ela costuma incapacitar as pessoas para a realização tanto das atividades diárias como para o trabalho, o que traz ainda mais prejuízos emocionais para quem sofre com ela.

Joaquim Maluf Neto, médico ortopedista e traumatologista, diretor-médico da Clínica Especializada em Fraturas e Ortopedia (Cefor), em São Paulo, e médico-cirurgião na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), diz que a queixa de dor é um dos sintomas mais frequentes apontados por quem é acometido pela doença. “O paciente não suporta, às vezes, nem que você encoste nele. Para muitos, até uma roupa mais apertada incomoda. Há pacientes que nos falam que até o cabelo dói”, conta.

Ele afirma que a fibromialgia costuma ser confundida frequentemente com diversas doenças reumatológicas, como artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico. “A médio e longo prazo, ela vai piorando porque é uma espiral descendente. O paciente tem dor e ninguém compreende. Ela está associada com afastamento do trabalho e as pessoas acham que é fingimento. Também existe uma associação clara da fibromialgia com depressão. Todos que têm fibromialgia têm algum grau de depressão, que, normalmente, não é gravíssimo, mas é um estado depressivo”, avalia.

O médico sugere a quem apresentar os sintomas da doença (veja quadro ao lado) que procure ajuda médica. “A fibromialgia é um problema atual, cada vez mais frequente e de difícil diagnóstico. É o médico que vai orientar qual deve ser o tratamento. É necessário dizer ao paciente que não existe cura, mas que ele pode melhorar se seguir as orientações dadas à risca e que a grande maioria das pessoas sente melhora ao agir assim. O mais importante para que você possa sanar uma doença é você querer realmente melhorar e uma boa orientação médica”, conclui.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Arte: Edi Edson