“Lockdown é uma falácia”, aponta estudo da UFRGS

Cientistas afirmam que não há diferença entre ficar ou não em casa no combate à pandemia

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Estudo realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e publicado na revista Scientific Report – um dos mais importantes periódicos do mundo – aponta que permanecer em casa não é eficaz no combate à pandemia de COVID-19.

Para chegar a essa conclusão, os autores analisaram os dados de mortes, medidas de lockdown e adoção de quarentena pela população (para essa última análise, foram utilizados dados do localizador do Google). Foram 87 diferentes regiões analisadas, incluindo cidades, estados e países.

“Um modelo matemático recente sugeriu que ficar em casa não desempenhou um papel dominante na redução da transmissão de COVID-19. A segunda onda de casos na Europa, em regiões que eram consideradas controladas pela COVID-19, pode levantar algumas preocupações”, afirmam os autores no artigo publicado. “Nosso objetivo foi avaliar a associação entre a permanência em casa e a redução / aumento do número de óbitos por COVID-19 em diversas regiões do mundo”.

De acordo com eles, “após o pré-processamento dos dados, 87 regiões ao redor do mundo foram incluídas, resultando em 3.741 comparações de pares para análise de regressão linear. Apenas 63 (1,6%) comparações foram significativas”.

Ou seja: em 98,4% dos casos, regiões que adotaram o lockdown tiveram o mesmo desempenho no combate às infecções e mortes do que aqueles que não adotaram lockdown.

“Em conclusão, usando esta metodologia e dados atuais, em aproximadamente 98% das comparações usando 87 regiões diferentes do mundo, não encontramos evidências de que o número de mortes / milhão é reduzido por ficar em casa”, concluem os autores.

O estudo foi realizado por profissionais respeitados de uma das maiores universidades brasileiras, a UFRGS. Após a conclusão, outros cientistas revisaram os resultados. Responsáveis por uma revista renomada no mundo inteiro, os editores da Scientific Reports também revisaram o estudo, inclusive enviando perguntas aos autores e obtendo respostas satisfatórias.

Após todo esse rigoroso processo científico, o estudo foi aprovado e publicado.

Agora, imprensa e alguns outros cientistas questionam a validade do trabalho da UFRGS. A Scientific Reports mantém aberto o espaço para contestações científicas que apresentem argumentos e estudos rigorosos. Entretanto, até o momento, nenhuma refutação foi publicada.

Esse resultado complementa os resultados de um estudo realizado pelo Governo da Espanha ainda em 2020. Na ocasião, ficou comprovado que pessoas que permaneceram em casa adoeceram mais do que as pessoas que saíram as ruas. Clique aqui e relembre o estudo espanhol.

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Colaborador

Andre Batista / Foto: Getty Images