Lia, Raquel e o olhar de Deus

A história das irmãs na novela Gênesis esclarece quais são as escolhas do Altíssimo

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A novela Gênesis, da Record TV, entra na sexta e penúltima fase, na qual será contada a história de Jacó (Miguel Coelho) e o surgimento das 12 tribos de Israel. As esposas dele, as irmãs Raquel (Thais Melchior) e Lia (Michele Batista), são bem diferentes não apenas fisicamente, como descrito na Bíblia, mas também em suas personalidades.

Na trama, elas são órfãs de mãe e, como sofrem certa rejeição por parte do pai, Labão (Heitor Martinez), foram criadas pelos servos Yarin (Andrea Avancini) e Jasper (Maurício Mattar). Assim, embora não tenham crescido dentro da família ideal, ambas receberam carinho e cuidado por parte do casal de servos. Enquanto Lia é grata por tudo que recebeu, Raquel só consegue pensar naquilo que o pai deixou de lhe oferecer. Lia sempre tenta ver o melhor lado das coisas, enquanto Raquel não consegue enxergar nem as coisas boas que lhe acontecem e acredita que “o mundo tem que girar em torno dela” para compensar suas frustrações.

Desprezada, porém escolhida
Sob orientação de seus pais, Isaque e Rebeca, que não queriam que ele se casasse com uma mulher cananeia, Jacó vai a Padã-Arã, à casa de Labão, irmão de sua mãe, para encontrar uma esposa. Jacó se apaixona por Raquel e propõe ao sogro e tio que trabalharia para ele por sete anos para se casar com a jovem. Com o fim do prazo, em vez de dar a filha mais nova, Labão, de maneira fraudulenta, fez com que Lia, a filha mais velha, fosse para a lua de mel. No dia seguinte, detectada a fraude, a única saída proposta pelo sogro é que Jacó trabalhasse mais sete anos por Raquel.

Em entrevista à Folha Universal, Stephanie Ribeiro, uma das autoras da novela, conta que o fato de Jacó ter trabalhado 14 anos por Raquel gera nas pessoas uma certa “ilusão” em torno do casal. “Quantos são aqueles que amam a pessoa errada? O sentimento que Jacó tinha por Raquel não significava que ela fosse a esposa adequada para ele, mas as atitudes de Raquel, sim, mostram que tipo de moça ela era de verdade”, destaca.

Um exemplo dessa inadequação de Raquel pode ser encontrado na passagem bíblica em que ela roubou os ídolos do pai (Gênesis 31.19).

“Percebemos que nela havia um traço de ambição e que sua fé não estava no Deus de seu marido, Jacó. Isso porque, de acordo com pesquisas históricas, no passado, quem tinha os ídolos da família era reconhecido como o dono daquelas terras. Então, quando Raquel decidiu levar os ídolos de Labão consigo, ela claramente tinha a intenção de um dia reivindicar as terras dele. Isso significa que Raquel estava sendo injusta com Labão e não cria realmente que o Deus de Jacó daria a ele a terra de Canaã”, explica a autora.

Por outro lado, os olhos de Deus estavam sobre Lia e Ele a fez gerar sete dos 13 filhos que Jacó teve. E, apesar de Raquel ter dado à luz José, que foi governador do Egito, foi da descendência de Lia que veio o Senhor Jesus.

Stephanie ressalta que, apesar dos infórtunios que viveu, Lia não os usou como justificativa para ser uma pessoa amarga e egoísta. “Isso mostra que, apesar de não termos o controle sobre o que acontece ao nosso redor, podemos escolher se nos tornamos um produto das coisas ruins que nos acontecem ou não, se nos fazemos de vítimas da situação ou se buscamos uma forma de aprender com ela.”

Outro aspecto importante pontuado pela autora é a postura de Jacó, que “quebrou” o padrão ensinado por Abraão e Isaque de ter apenas uma esposa. “Por que Jacó não seguiu o exemplo e os ensinamentos dos pais e avós em relação à sua vida amorosa? Concluímos que realmente Jacó deveria estar bem confuso naquela época. Provavelmente porque tinha a questão mal resolvida do passado com Esaú, seu irmão, e também por conta de seus sentimentos, já que gostava de Raquel”, destaca.

O Olhar de Deus
No programa Entrelinhas especial sobre Lia, disponível na plataforma Univer Vídeo, o Bispo Edir Macedo ressaltou que o fato de Deus ter visto que Lia era desprezada é mais significativo do que a situação da jovem, pois revela o caráter dEle. “Deus vê os desprezados. Quando Ele dá atenção para os desprezados, você vê o interesse Divino por nós. Vê o interesse do Altíssimo por aqueles que estão vivendo o lado avesso da vida.”

O Bispo esclareceu que, mesmo não sendo tão bonita quanto a irmã, Lia tinha algo especial: ela cria em Deus. “Você, mulher, que se vê desprezada e rejeitada, em vez de seguir o curso deste mundo que prioriza a beleza física, seja inteligente e priorize a beleza espiritual. Você passa a ter essa beleza quando recebe o Espírito do Altíssimo”, disse.

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Colaborador

Núbia Onara / Foto: Reprodução