Lego lança brinquedo LGBTQIA+

"Crianças não conseguem entender esse assunto", comenta especialista. Confira detalhes

Imagem de capa - Lego lança brinquedo LGBTQIA+

A empresa de brinquedos dinamarquesa Lego lança neste começo de junho seu primeiro brinquedo com temática LGBTQIA+. Trata-se de um modelo com 346 peças e onze bonecos monocromáticos. O objetivo é imitar o arco-íris, símbolo do movimento LGBTQIA+.

Para Matthew Ashton, vice-presidente de design da Lego, cada boneco expressa sua “individualidade, embora permaneça ambígua”. Para alcançar esse objetivo, dez das 11 peças não têm gênero definido. A única que demonstra seu gênero é a peça roxa, que, de acordo com Ashton, “é um aceno claro para todas as drag queens fabulosas por aí”.

Vale lembrar que a Lego tem como público-alvo crianças que tenham entre dois e 11 anos de idade.

Ao jornal inglês The Guardian, Ashton contou que, quando criança, sentia-se confuso em relação ao seu próprio gênero. O designer, que é homossexual, acredita que esse novo brinquedo será capaz de encontrar identificação em muitas crianças e ajudá-las em sua inclusão.

Ele afirma que o brinquedo, batizado “Everyone is Awsome” (“Todos são Incríveis”, em tradução livre), não visa lucro.

Entretanto, Ashton confessa que os acenos realizados à comunidade LGBTQIA+ em 2020 levou a empresa a crescer 13%, alcançando uma receita de 7 bilhões de dólares – o equivalente a mais de 36 bilhões de reais.

O brinquedo ainda não está a venda no Brasil. Nos Estados Unidos, o kit custa 35 dólares (mais de 180 reais, em conversão).

Para qual idade é o brinquedo?

Matthew Ashton ressalta que a ideia do “Everyone is Awsome” foi bem-recebida pela comunidade LGBTQIA+. Mas ele esquece-se de que a Lego não é voltada a esse público, mas a crianças pequenas.

Embora adultos tenham capacidade cognitiva para entender o que é gênero e sexo, crianças de primeira e segunda infância não são. É o que explicou o chefe da seção de psiquiatria infantil e adolescente da Universidade de Louisville (EUA) Allan Josephson em debate educacional:

“Crianças não conseguem entender esse assunto, assim como não têm a capacidade de dirigir um carro ou fazer a escolha de ir para a cama no horário”.

De acordo com o especialista, é necessário desenvolvimento cognitivo maior do que essa idade permite para compreender questões tão complexas quando a identidade de gênero, pois “crianças pequenas não têm a capacidade de fazer escolhas sobre identidade sexual”.

O brinquedo da Lego chega às lojas anos após a Barbie lançar bonecos sem gênero, também voltados ao público LGBTQIA+. Clique aqui e relembre o caso.

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Colaborador

Redação / Foto: Divulgação