Jovens trans que se arrependeram das mudanças

Jornal dos EUA destaca que mais de 19 mil jovens gostariam de não ter realizado a troca de gênero

Imagem de capa - Jovens trans que se arrependeram das mudanças

O jornalístico “60 Minutes”, que está no ar na televisão americana há 53 anos, exibiu esta semana um episódio especial sobre pessoas transgênero que se arrependeram das mudanças realizadas.

Durante a reportagem, mais de 30 jovens arrependidos foram entrevistados e deixaram claro que há muito mais. Apenas em um grupo de mídia social, 19 mil jovens compartilham as experiências desastrosas que tiveram ao mudarem de gênero.

O processo de mudança no organismo ao qual pessoas trans se submetem são invasivos e, quase sempre, irreversíveis. Por isso é necessário refletir muito bem antes de realizar tais processos.

Um jovem identificado como Garret (foto ao lado) conta que não recebeu acompanhamento médico e psicológico adequado antes de tomar sua decisão. De acordo com ele, em duas sessões de terapia recebeu autorização para o tratamento hormonal para remover seus testículos em apenas três meses. Pouco depois ele recebeu autorização para implantação de seios. Ao invés de se sentir melhor em seu novo corpo, ele quis se matar:

“Eu nunca tinha realmente tentado o suicídio antes, até que fiz a implantação dos meus seios […] Cerca de uma semana depois eu queria realmente me matar. Eu tinha um plano e ia fazer isso, mas fiquei pensando em minha família para me impedir. Eu me perguntava: Como vou me sentir normal novamente, como os outros caras agora?”

Leia também: “Não existe criança trans”, afirma ativista da causa

Esse e outros depoimentos permearam o jornalístico, que destacou ainda a criação de diversos projetos de lei que têm, por objetivo, proteger os jovens de realizarem mudanças tão drásticas antes de estarem completamente formados e conscientes de suas decisões.

“No mês passado, Arkansas aprovou uma lei proibindo os médicos de tratar jovens transgêneros com bloqueadores da puberdade, testosterona ou estrogênio e cirurgia para ajudar em suas transições. Como parte de uma nova guerra cultural, projetos de lei semelhantes foram apresentados em pelo menos 20 outros estados”, relatou o programa.

Essa resposta política surge em meio ao grande aumento de clínicas “especializadas” em mudança de gênero. Um senador republicano relatou que, esses tratamentos, “na melhor das hipóteses, são experimentais. Na pior, são sérias ameaçadas ao bem-estar das crianças”.

Embora ativistas transgêneros tratem iniciativas como essa como casos de transfobia, até mesmo a primeira psicóloga da primeira grande clínica de gênero para jovens no país, Dra. Laura Edwards-Leeper (foto abaixo), relatou estar “muito preocupada” em relação ao que está acontecendo atualmente.

“Eu sinto que o que está acontecendo é antiético e irresponsável em alguns lugares”, ela afirmou. “Todos estão com muito medo de falar porque temos medo de não ser vistos como afirmando ou apoiando esses jovens ou fazendo algo que prejudique a comunidade trans. Mas, mesmo alguns dos responsáveis por esses jovens, sendo eles próprios trans, compartilham dessas preocupações ”.

No próximo sábado (29/05), estreia, no Univer Vídeo, o documentário “O Vestido Roxo“. Nele, o Walt Heyer conta sua experiência mudando de gênero e voltando ao gênero em que nasceu. Clique aqui e conheça o Univer Vídeo, plataforma onde o documentário estará disponível.

imagem do author
Colaborador

Redação / Foto: Getty Images