João Doria veta projeto que tornaria atividades religiosas como essenciais

Agora, o projeto volta à Assembleia Legislativa de São Paulo, onde os deputados podem derrubar o veto. Entenda

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O governador de São Paulo, João Doria, vetou nesta quarta-feira (24), todo o texto do projeto de lei n° 299/2020, que visava estabelecer atividades religiosas como essenciais em tempos de crises, como em pandemias, por exemplo.

O texto, de autoria do deputado estadual Gil Diniz (sem partido) havia sido aprovado na Assembleia Legislativa de São Paulo, em dezembro de 2020, por unanimidade.

Mesmo que as entidades religiosas tenham desempenhado papel fundamental – durante a pandemia de COVID-19 causada pelo coronavírus – o governador do estado não entendeu desta forma e vetou o projeto.

Em seu veto, Doria destacou que, embora seja um projeto louvável, sancioná-lo seria assegurar “tratamento diferenciado” aos templos religiosos em momentos de “restrições ao exercício de certas liberdades”. 

Além disso, Doria ainda pontuou que a decisão de estabelecer o que é ou não essencial “insere-se no âmbito das decisões que devem ser tomadas pelo Poder Executivo, com fundamento em disciplinas técnicas” e que não cabe aos deputados definir tais atividades.

O deputado Gil Diniz utilizou sua rede social para criticar a atitude do governador. “João Doria, inimigo do Cristianismo e de todas as religiões em nosso estado! O povo vai lembrar que dentre tantas coisas, o Governador fechou nossas Igrejas, nossos trabalhos e foi para Miami! O ateísmo militante é a religião oficial em São Paulo”, disse o deputado.

Para o coautor do projeto, Gilmaci Santos (Republicanos), faltou “sensibilidade do governador”. Isso porque, segundo ele, “as igrejas têm feito um trabalho de ajuda social e espiritual, em meio à pandemia e fora dela”, enfatizou.

O presidente da União Nacional das Igrejas e Pastores Evangélicos (Unigrejas), Bispo Eduardo Bravo, lamentou a decisão do governador. 

“As igrejas – como importantíssimas e essenciais – têm trabalhado muito durante a pandemia, a fim de ajudar as pessoas, principalmente as que mais necessitam. O nosso governador tinha de aplaudir o trabalho das igrejas, pois elas chegam aonde o poder público não chega; as igrejas alcançam todas as camadas sociais, levando ajuda social e, sobretudo, emocional e espiritual, que é exatamente o que as pessoas estão mais precisando neste momento de incertezas, dúvidas, preocupações e desespero que estamos vivendo”, ponderou o Bispo Eduardo.

Agora, o projeto volta à Assembleia Legislativa, onde os deputados podem derrubar o veto do governador.

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Colaborador

Rafaela Dias / Foto: Valter Campanato/Agência Brasil