Hepatite: saiba como identificar e tratar

Dia Mundial de Combate à Hepatite é celebrado em 28 de julho. Confira dicas para garantir a saúde do seu fígado

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O Dia Mundial de Combate à Hepatite é celebrado em 28 de julho e tem como objetivo alertar as pessoas acerca deste grave problema de saúde pública, que pode levar à morte. A data faz parte da campanha Julho Amarelo, para conscientizar a população sobre os riscos da doença, uma inflamação do fígado que age de forma silenciosa.

Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais do Ministério da Saúde indica que mais de 74 mil mortes foram causadas pela doença no Brasil, entre 2000 e 2018. O documento destaca ainda que 76% destes óbitos ocorreram em decorrência da hepatite do tipo C.

Tipos de hepatite

A infectologista Tassiana Rodrigues dos Santos Galvão explica que a hepatite é separada em 5 tipos, identificadas pelas letras A, B, C, D e E. “Os vírus receberam a nominação em ordem de descoberta, sendo atribuída uma letra para cada nova hepatite (A, B, C, D e E).

“As mais comuns no Brasil são as hepatites A, B e C, sendo a D mais frequente na região Norte. Os tipos B e C são considerados silenciosos e de cronificação, ou seja, quando a doença se torna crônica e segue até o final da vida do paciente”, explica.

De acordo com ela, é necessário estar atento, pois as manifestações são muito variáveis, podendo ser assintomáticas ou apresentarem desde quadros de icterícia (amarelidão da pele), mal-estar, fraqueza, náuseas e vômitos até dores abdominais e alterações na coloração da urina e fezes. “Os quadros podem ser graves, com estágios fulminantes, necessidades de transplante, evolução para câncer hepático e até morte”, complementa.

Contágio

As hepatites podem ser transmitidas por meio de relações sexuais ou exposição direta com o sangue infectado, através de objetos contaminados (como agulhas, seringas, alicates, etc), transfusões sanguíneas ou durante o parto.

“No caso da B, a maioria das pessoas que têm contato com o vírus consegue controlar a infecção e a evolução. Porém, os pacientes que ‘cronificam’ apresentam uma doença silenciosa, que, se não tratada, pode evoluir para cirrose e/ou câncer de fígado”, afirma a médica.

Ela reitera que, nos casos de hepatite do tipo C, as chances de a cronificação acontecer são maiores. Além disso, risco de desenvolver cirrose e câncer hepático.

Má alimentação, falta de exercícios, além da má metabolização da gordura também podem evoluir para hepatite gordurosa ou cirrose.

Prevenção

Existem muitas formas de prevenir a hepatite. A infectologista explica que a prevenção pode ser feita de forma simples, com hábitos como consumir apenas água tratada, manter boa higiene e utilizar preservativos durante as relações sexuais.

Para as hepatites dos tipos A e B, há vacinas que podem ajudar na prevenção. Por isso, é importante estar com elas em dia.

Tratamento

O tratamento contra a patologia tem evoluído muito e as chances de cura já superam 95%, quando a assistência é realizada corretamente. Ele acontece por meio de antivirais, além de medidas de prevenção, como evitar medicações que possam prejudicar a saúde do fígado.

Pacientes que já convivem com a doença, devem realizar um acompanhamento adequado com médicos infectologista, gastroenterologista ou hepatologista.

Ambos são oferecidos de forma gratuita pelo SUS (Sistema Único de Saúde), assim como os testes capazes de diagnosticar a doença, que podem ser realizados de forma rápida e discreta em qualquer UBS (Unidade Básica de Saúde).

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Colaborador

Rafaella Rizzo / Foto: iStock