Gesto emocionante de amizade emociona mãe de filho autista

Em carta, Kate agradece atitude e revela o que significa a verdadeira inclusão

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“Obrigada por incluir meu filho”. Assim começa a carta da americana, Kate, divulgada em seu blog, o This Special Journey. Ela é mãe de três filhos, todos possuem necessidades especiais. Nicholas, o mais velho, com 5 anos, tem autismo.

No relato emocionante, ela conta sobre a amizade dele com uma menina de sua escola que chamou de “E”, para preservar sua identidade. Kate revelou que o que mais chamou atenção foi que “E” tratou seu filho como qualquer outra criança.

“Você pode pensar que esta é uma típica história de amizade (…) Mas, é uma história de inclusão, aceitação e gentileza (…) A coisa mais bonita sobre a amizade deles é que ela fala com ele. Ela fala com ele, embora ele não possa responder. Ela entende que ele não fala, mas o faz mesmo assim”, diz a mãe.

Nicholas precisou ficar em classes de educação especial devido ao grau alto do autismo, só que durante o recreio, ele tem liberdade para brincar com outras crianças. Foi dessa forma que Nicholas e “E” se conheceram. A mãe explica que o filho gosta muito dela e, por isso, resolveu dedicar um post para essa história inspiradora. “Ela não é agressiva e não o incomoda porque ele é diferente. Ela não o trata menos porque ele tem autismo”, acrescenta Kate.

Precisamos falar sobre bullying

Essa história me chamou atenção porque é muito comum a prática do bullying entre crianças e quando se trata de crianças com algum tipo de deficiência o cenário tende a piorar.

Uma pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) realizada em 501 escolas em todo o Brasil com 18 mil estudantes, professores, funcionários e pais constatou que 96,5% dos entrevistados admitem o preconceito contra pessoas com deficiência.

Especialistas destacam que o preconceito costuma ser estimulado pela falta de conhecimento sobre as deficiências, físicas ou intelectuais, e também pelo preconceito que vem de casa.

Me recordo de uma matéria que fiz sobre a rotina de pais de uma criança com síndrome de Down. A acompanhei em um dia de aula e ela tinha ficado “mocinha” naquela ocasião, o que a fazia pedir auxílio de uma monitora escolar para ir ao banheiro.

Os alunos que descobriram isso passaram a cochichar, a rir dela, a ponto de fazer a menina chorar.

Outro caso que passei aconteceu anos antes, quando estava na adolescêcia, e tinha uma amiga que era deficiente auditiva. Ela usava um aparelho para conseguir ouvir um pouquinho. Muitos colegas da escola caçoavam dela por isso. Me envolvi em alguma confusões para defendê-la.

Até que entendi que não se trata de estabelecer vítimas e culpados, mas sim de estabelecer a importância do diálogo.

É preciso incentivar a empatia

Quando imaginei “E” conversando com seu amigo, Nicholas, logo pensei que ela deve ter um bom exemplo dentro de casa, com sua família, sobre como tratar o próximo. E foi exatamente isso que Kate confirmou. “Estendi a mão para sua mãe para expressar minha gratidão por criar uma filha tão atenciosa.”

Por isso, é tarefa dos pais e educadores colocar em prática ações pedagógicas inclusivas para reverter, ou impedir, esse cenário.

Além disso, a Sociedade Brasileira de Pediatria orienta que os pais, ou responsáveis, estejam sempre presentes no dia a dia dos filhos e sejam espelhos positivos.

As crianças de hoje serão os adultos de amanhã, responsáveis por criar ambientes com respeito e harmonia, ou não. Tudo depende da criação e orientação que receberem no presente.

Para ler mais reflexões como do blog Refletindo sobre a notícia por Ana Carolina Cury clique aqui.

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Colaborador

Ana Carolina Cury, do R7 / Foto: Reprodução This Special Journey