Filme Bird Box inspira desafio de risco aos espectadores

Vendar os olhos para realizar práticas cotidianas está colocando a vida de muitos em perigo

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Mais uma mania da internet faz “sucesso” entre os “sem- noção”. A tolice da vez é bem perigosa: pessoas vendam os olhos e tentam realizar tarefas como andar por ruas movimentadas e até dirigir, inspiradas no filme Bird Box, lançado recentemente pela plataforma on-line Netflix.

No filme, a personagem da atriz norte-americana Sandra Bullock tenta sobreviver, com um grupo, a uma ameaça que assola o mundo: criaturas misteriosas causam perturbações e atitudes suicidas em quem as enxerga. Daí a necessidade de se vendar para não dar, de repente, de cara com tais monstros.

Em menos de um mês, Bird Box, que também tem John Malkovich no elenco, já foi visto por mais de 45 milhões de pessoas mundo afora. Só que vários desses espectadores começaram a vendar os olhos para atravessar ruas movimentadas, cozinhar e até fazer coisas que exigem uma visão aguçada, como dirigir. Um homem, que dirigia vendado ao lado da namorada, bateu em outro automóvel no Estado de Utah, nos Estados Unidos. Ninguém se machucou no acidente, mas o risco não foi pequeno.

A polícia de Layton, cidade em que ocorreu o absurdo no trânsito, emitiu um comunicado pedindo para que a população evite a prática: “é inacreditável pedir para que não dirijam de olhos vendados”.

A Netflix também emitiu um alerta para que ninguém participe do “desafio” e para deixar claro que não foi a empresa que o lançou. Muitos ignoram, fazem o desafio e ainda postam vídeos dessa prática irresponsável. Em um deles, um homem venda um bebê, que bate forte a cabeça na parede, enquanto familiares acham engraçado.

Correr risco para quê?
Não é de hoje que pessoas de mente vazia gostam de aparecer cometendo tolices. A própria Bíblia já mostrava isso há milênios, o que só foi potencializado com o alcance da internet: “Todo prudente procede com conhecimento, mas o insensato espraia a sua loucura.” (Provérbios 13.16).

É triste perceber que muitas pessoas enfrentam perigos reais e sofrem acidentes, enquanto outros, que estão completamente bem, escolhem correr riscos e causar males desnecessários deliberadamente. Por enquanto não há notícias de mortes ocasionadas pela mais nova besteira da internet, mas cabe aos sensatos desejar que essa mania passe tão rapidamente quanto surgiu.

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Colaborador

Marcelo Rangel / Fotos: Reprodução