Filhos: Telas prejudicam vida escolar das crianças

Computadores, celulares e televisores prejudicam desenvolvimento

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Estudos realizados pela Universidade de Toronto (Canadá), demonstraram que a exposição a telas prejudica diretamente o desenvolvimento das crianças. Mesmo quando o computador é utilizado para aprender, ele não pode ser a única ferramenta de ensino.

De acordo com os pesquisadores canadenses, 20% das crianças de 18 meses de idade já utilizam dispositivos digitais.

Outros estudos, também canadenses, apontam que, atualmente, as crianças chegam às escolas sem a força e a desenvoltura que as crianças de dez anos atrás possuíam. E isto está diretamente ligado ao fato de os mais novos terem maior acesso às telas e menor acesso a atividades manuais.

Práticas manuais

Escrever, pintar, desenhar, brincar com blocos de montar, modelar em massinha… Todas essas atividades auxiliam no desenvolvimento cognitivo e de habilidades manuais. E o uso de telas não têm esse poder.

Você já percebeu que, após algum tempo sem escrever no papel, a caneta parece “esquisita na mão”? Imagine para uma criança que ainda nem aprendeu a segurar essa caneta!

Mesmo escrever no tablet é prejudicial. Isso porque tem efeito negativo sobre os movimentos da mão, mudança de pressão e velocidade do movimento, fortalecimento e ajuste muscular.

Tudo isso atrapalha não apenas o início da vida escolar, como toda a vida. Os cientistas descobriram que ter uma boa coordenação motora fina na primeira infância resulta em melhores resultados nas habilidades matemáticas e de leitura durante o ensino médio.

A coordenadora do projeto Escola de Mães, Edineia Dutra, ressalta que o período em quarentena não pode ser um tempo de “relaxamento” dos estudos:

“Mesmo sem ir à escola, acorde as crianças no mesmo horário, trocando o pijama por uma roupa normal e praticando algumas horas de estudo sem qualquer aparelho de comunicação como rádio, TV ou celular ligados em casa”.

Mesmo que as escolas transmitam conteúdos pela internet, é importante utilizar caneta, lápis e papel.

Tempo de aproximação

Edineia Dutra também explica que essa é a “oportunidade que muitos têm de se reaproximarem de seus filhos, já que a correria do dia a dia os distanciaram”. E essa reaproximação também pode ajudar no desenvolvimento das crianças.

Em vez de deixar os filhos o tempo todo assistindo ou jogando em telas, pratique atividades que permitirão um estreitamento de laços entre toda a família.

“Essa é uma boa oportunidade para os pais se aproximarem emocionalmente de seus filhos, contando como era sua infância, quando não tinham a tecnologia para distraí-los. Conte e ensine-os sobre as brincadeiras que faziam como jogo da velha, telefone de lata e barbante, stop, passa-anel, estátua, entre outras”, orienta a educadora.

De acordo com o estudo da Universidade de Toronto, esses jogos fortalecem os músculos. Utilizar dedos diferentes e manusear objetos diferentes também desenvolve habilidades físicas, cognitivas e motoras.

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Colaborador

Andre Batista / Foto: Getty Images