Feminicídio deixa 2 mil crianças órfãs por ano no Brasil

Muitos irmãos acabam sendo separados nesse processo e a família fica desestruturada

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O aumento de casos de violência contra a mulher é um dos impactos da pandemia na sociedade que têm ficado cada vez mais evidente. Ainda em março de 2020, no início do isolamento social mais restritivo, o número de ligações para o canal que recebe denúncias de violência contra a mulher no Brasil, o Ligue 180, já mostrava um aumento de quase 9%.

Segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), 90% dos casos de violência contra a mulher ocorrem no lugar onde as vítimas moram.

Um balanço dos dez primeiros meses de atendimento online do projeto ‘Carta de Mulheres’, lançado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) em abril do ano passado, revelou que os maridos ou companheiros são os principais acusados pelas agressões. Diante dessa realidade, muitas acabam se tornando vítimas recorrentes, até mesmo fatais.

Muitos casos de violência doméstica recorrente acabam desencadeando em feminicídio, o homicídio cometido contra mulheres, motivado por violência doméstica ou discriminação de gênero. E, embora já tenha sido incluído no Código Penal Brasileiro pela Lei 13.104/15, com pena prevista de 12 a 30 anos de reclusão, a cada duas horas uma mulher é assassinada.

Feminicídio deixa 2 mil órfãos por ano

O feminicídio evolui para um cenário ainda mais agravante, quando envolve as crianças que perderam a mãe para a violência e o pai para a prisão. De acordo com levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o feminicídio deixa duas mil crianças órfãs, por ano, no Brasil.

Com o núcleo familiar desestruturado, crianças e adolescentes são amparados por familiares, amigos da família, ou levadas para abrigos. Irmãos acabam sendo separados nesse processo.

É a Justiça quem determina com quem a criança deve ficar e também se precisa receber do estado acompanhamento psicológico gratuito. O Ministério da Justiça desenvolve um programa de políticas públicas para os órfãos da violência doméstica.

Assista à matéria sobre este assunto exibida recentemente no Jornal da Record:

Rede de apoio

É muito importante, diante de uma situação de violência doméstica, buscar ajuda e também denunciar.

A saber, o Disque 180, serviço gratuito e confidencial da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos (MDH), além de registrar denúncias de violações contra mulheres, as encaminha aos órgãos competentes e realiza seu monitoramento. Além disso, dissemina informações sobre direitos, amparo legal e rede de acolhimento. Ademais, o canal funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.

Se você está passando por uma situação de violência ou conhece uma mulher que esteja, o grupo Godllywood está aberto para atender todas as mulheres, sem exceção. As voluntárias do grupo oferecem orientações, bem como apoio emocional e espiritual, e em todos os estados brasileiros. Clique aqui para mais informações.

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Colaborador

Redação/ Foto: Getty Images