Família: a estrutura da sociedade

Muitos hábitos modernos têm tirado a atenção das pessoas para o relacionamento dentro de casa e esse afastamento afeta o presente e o futuro de pais e filhos

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Em todo o mundo, pesquisadores vêm notando uma espécie de epidemia silenciosa relacionada ao distanciamento familiar. Nos Estados Unidos, um estudo publicado em 2020 apontou que mais de um em cada quatro norte-americanos afirmaram ter se distanciado de algum membro da família. No Reino Unido, outro levantamento teve resultados semelhantes. Por lá, um em cada cinco indivíduos passou por um rompimento com algum parente. O mesmo cenário também foi observado na Austrália e no Canadá.

As pesquisas sobre o assunto ainda são limitadas, mas sugerem algumas razões que aumentam a distância entre pais e filhos, como: abuso do pai ou da mãe em algum período da vida, seja físico, verbal ou emocional; divórcio dos pais; e a diferença de valores morais. Mas é preciso entender que o afastamento não apaga o passado ou resolve problemas, simplesmente os “esconde”. Com isso, eles sempre vão existir nos pensamentos e no interior dos envolvidos.

“A família tem a função de suprir emocionalmente a criança. Então o pai e a mãe precisam dar atenção, amor, proporcionar diálogo, agir com respeito e estabelecer limites, ou seja, proporcionar um vínculo seguro. E com essa estrutura, essa criança provavelmente vai ser um adulto saudável emocionalmente”, explica a psicóloga Camila Galhego.

Sem essa rede de apoio, as consequências são negativas. “Quando temos a ausência de um lar vemos adultos adoecidos por causa de uma infância adoecida. Esse adulto é mais propenso a ter depressão, transtorno de personalidade, ansiedade e bipolaridade. Todos esses transtornos têm por trás um ambiente familiar disfuncional”, pontua.

As armadilhas atuais

O mundo atual tem oferecido muitas distrações que têm distanciado aqueles que moram na mesma casa, como a tecnologia. Ela, que foi criada para agilizar processos a fim de poupar tempo, está na verdade consumindo a maior parte do dia das pessoas. Sem perceber, minutos preciosos com a família se perdem em razão das redes sociais, de jogos ou mesmo séries e filmes. Esse novo hábito tem mudado até a cultura familiar. A mesa, por exemplo, já tem sido cada vez menos usada para compartilhar refeições.

“Esse excesso de tecnologia tem tirado o vínculo do ao vivo, do real.  E, assim, não tem aquele momento de conversa, do filho se sentir cuidado. Temos visto que os filhos têm tido uma tendência ao isolamento, porque os próprios pais estão dando esse exemplo e não a atenção necessária para a criança”, comenta a psicóloga.

No programa Entrelinhas, exibido pelo Univer Vídeo no último dia 24 de setembro, o Bispo Renato Cardoso pontuou que a vida financeira também tem tomado o lugar que deveria ser ocupado pelos familiares. “Hoje se vê uma desconstrução familiar e um apelo para que as pessoas invistam na carreira, no bem material, no avanço profissional, como se isso fosse trazer uma solução para a vida delas. Somos a favor do seu crescimento pessoal, mas não adianta você investir na sua carreira e se tornar um profissional egoísta, frio, agressivo e depressivo, uma pessoa que não tem nada a oferecer à sociedade a não ser dinheiro, a não ser trabalho. E o ser humano é mais do que dinheiro e trabalho”, explicou.

Outros ataques

Recentemente, os noticiários ficaram repletos de anúncios de divórcios de pessoas famosas. E, infelizmente, esse tipo de rompimento afeta até a forma com que as pessoas pensam nos relacionamentos. Muitas passam a acreditar que realmente não foram feitos para durarem. E, na prática, atacar a instituição “casamento” é implodir a família, pois é através dessa união que nasce o elo familiar.

“As pessoas estão desacreditadas na família, estão mais individualistas, mais egoístas e, infelizmente, pagam um alto preço por isso também”, comentou o Bispo Renato, que destacou o grande número de tragédias que acontece entre familiares: “são pessoas que não têm estrutura para lidar com os problemas dentro da própria casa e assim vemos violência doméstica e sexual, suicídio, homicídio”.

A lista de situações com capacidade para afetar negativamente uma família é imensa e, além de todos os exemplos citados anteriormente, ainda há traição, vícios, doenças, ideologias e valores controversos, distorção da família criada por Deus, entre outros fatores. Por isso, é imprescindível que aquele que ama o seu lar se posicione para protegê-lo.

Proteção que vem do Alto

Em Salmos 91, Deus promete proteger aqueles que estão no Seu Esconderijo, guardando a casa dos que crêem de todos os males. E diante de todos os perigos a que o ser humano está exposto atualmente, existe algum lugar mais seguro do que junto ao Criador? Mas há um detalhe importante: “Deus não fala ‘aquele que visita o Esconderijo do Altíssimo, aquele que passa pelo Esconderijo do Altíssimo ou corre para lá quando vê o perigo’, mas fala ‘Aquele que habita no Esconderijo do Altíssimo’”, explicou o Bispo Renato, no programa Inteligência e Fé.

E o verbo ‘habitar’ não foi colocado por acaso, mas, segundo o Bispo, indica ao ser humano que “ele tem que tomar uma decisão. Estando em tempos de perigo ou não, em tempos maus ou bons, com céu azul ou em uma tempestade, ele vai habitar na Presença de Deus”. Ele ainda lembra que a decisão de habitar no Esconderijo do Altíssimo também exige que o indivíduo deixe o lugar que tem habitado e decida ter Deus como o seu tudo, não enxergando, portanto, a sua vida sem Ele.

E é justamente em busca dessa promessa que na próxima quinta- feira, dia 12 de outubro, acontecerá em todos os templos da Universal o dia da “Minha Família no Esconderijo do Altíssimo”, para blindar a família dos que estiverem presentes.

Uma vida de fracassos

A história de Margarete das Neves Francisco, (foto abaixo) de 41 anos, nos lembra sobre a importância de permanecer na Presença de Deus. Isso porque ela começou a sua trajetória na fé ainda muito jovem, mas se encantou pelas propostas do mundo e decidiu virar as costas para o Criador. “Passei a viver com muitas amizades, indo a bares e boates. Cheguei a me relacionar com um homem casado, sem saber que ele tinha compromisso, e, quando quis deixá-lo, fui ameaçada a ponto de ter que mudar de casa. Uma vida amorosa totalmente  destruída”, diz.

Com uma série de questões mal resolvidas e tomada pelo desejo de ser feliz, Margarete conheceu Alexandro dos Santos Henriques, (foto abaixo) de 46 anos, seu atual marido. “Com cerca de um mês de namoro, fomos morar juntos e, depois de dois anos, descobri que ele era usuário de drogas, além disso ele também plantava maconha e a vendia. Fiquei muito nervosa, mas não o deixei”. Ao longo desse período, ela, segundo conta, teve dois abortos espontâneos, até que seu primeiro filho nasceu.

Apesar de ter o molde de uma família, não havia na casa estrutura alguma para o desenvolvimento de uma criança. Alexandro comenta que passava a maior parte do tempo sob efeito de drogas. “Eu usava tanto, que lembro de pouca coisa, vivia constantemente fora de mim”, explica. As drogas, portanto, eram o principal motivo das brigas.

“Quando eu engravidei da minha segunda filha, cheguei ao meu limite. Cansada das grosserias dele, da falta de atenção e das drogas, eu quis ir embora. Pedi a ajuda de uma vizinha para voltar para a casa da minha mãe. Ele descobriu o que eu ia fazer, ficou furioso e ameaçou matar nosso filho”. No auge do desespero, Margarete chegou a avançar na direção do seu marido com uma faca, mas, conforme ela recorda, “ele correu e entrou dentro do carro. Mesmo assim, eu furei três pneus do veículo e saí de casa grávida, com nosso filho pequeno, sem dinheiro, sem rumo e com fome”.

O amparo imediato foi dado justamente em uma Igreja Universal. “Conversei com o pastor, que nos deu de comer. E ficamos lá deixando a poeira baixar. Já à noite, meu esposo apareceu e pediu para voltar para casa, para a criança não ficar na rua. Então voltamos”, comenta Margarete. Porém, a ida à igreja abriu os olhos dela para a necessidade de mudar de vida. Foi então que ela começou a lutar pela família. “Primeiro investi na minha mudança, entreguei o meu marido no Altar, confiei em Deus e Ele o libertou”, garante.

Alexandro diz o que aconteceu: “a mudança e as reações dela me chamaram a atenção e ela tinha um brilho diferente no olhar. Tudo isso me fez querer mudar também. Passei a frequentar as reuniões da Universal junto com ela e tirei da minha vida o que desagradava a Deus, como os vícios, o meu jeito e as amizades”.

A família que antes era conhecida pela destruição e pelas brigas, se transformou em uma referência. “Podemos dizer que somos felizes e abençoados. Hoje eu e minha família estamos no Altar, somos do Altar e todos nós estamos envolvidos com as coisas de Deus, inclusive nossos filhos”, finaliza Margarete.

Contrariando a medicina 

Patrícia Meira, (foto abaixo) de 36 anos, e Uemerson Noberto, de 38 anos, cresceram em ambientes de fé e aprenderam que o melhor lugar para se estar é no Esconderijo do Altíssimo. Porém, mesmo assim, passaram por situações difíceis ao longo de suas trajetórias, só que, em vez de desistirem, perseveraram e se aproximaram ainda mais de Deus.

“Eu perdi a minha mãe no mês de abril de 2021 e em dezembro do mesmo ano nos deparamos com uma nova situação de saúde, desta vez com a nossa filha mais nova, Rebeca. Durante a gestação, foi identificado que ela tinha um rim dilatado. Mas, quando nasceu, fomos surpreendidos com os dois rins dilatados e com a dificuldade dela para respirar”, comenta Uemerson.

Ao todo, a bebê ficou internada por 135 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, enquanto travava uma luta pela vida, os pais também enfrentavam os próprios conflitos. “Ela passou por duas cirurgias e foi intubada cinco vezes, teve uma parada respiratória e infecção hospitalar. Era uma situação que estávamos dependendo de Deus, pois nem os médicos tinham total controle da situação”, diz ele.

Um outro detalhe que mexeu com Uemerson é que Rebeca chegou a ser internada na mesma UTI em que a mãe dele faleceu. “Quando eu cheguei no leito, tive vários pensamentos ruins de que eu perderia a Rebeca da mesma forma que tinha perdido a minha mãe. Foi uma das noites mais tristes para mim, mas foi também quando pedi forças para Deus. Lembro que tive um conforto tão grande que de manhã estava com outros pensamentos e com força para lutar por ela”, comenta.

Já Patrícia enfrentou seus conflitos por ter vivido uma gestação de alto risco, um parto complicado e uma alta hospitalar sem sua filha. “Quando eu cheguei em casa sem a Rebeca eu não cabia dentro de mim, foi desesperador. Por mais que eu estivesse firme na fé, o meu emocional estava deplorável. Ver o berço dela vazio foi como uma facada, aí vieram questionamentos como: ‘por que eu estou passando por isso?’, ‘que pecado eu cometi?’”, relembra.

Porém, mesmo em um momento delicado, Patrícia conseguiu entender que não podia se entregar aos sentimentos, mas precisava manifestar a fé. “Fiz uma oração muito difícil, pedindo a Deus que Ele restaurasse a saúde dela ou a levasse, porque não queria que ela sofresse”.

A entrega da vida da criança nas Mãos de Deus tirou um peso de dentro do casal, que passou a ter forças para enfrentar o processo. “Nós íamos para a UTI com a armadura da fé, indo até mesmo contra os médicos, mas não aceitávamos nenhuma limitação. Até que ela veio para casa e tivemos que montar uma estrutura hospitalar nos primeiros meses. Mas ali passamos a usar mais a fé e Deus operou o milagre ao longo do primeiro ano de vida dela”, conta Patrícia.

Segundo os médicos, a criança não se desenvolveria, pois não tinha coordenação na respiração para sugar e engolir, acarretando desnutrição e diversos problemas neurológicos. “A fé nos fez passar por coisas que para a medicina é loucura, mas hoje a Rebeca se alimenta pela boca, ganhou peso, aprendeu a sentar, a engatinhar, a andar, a rolar, já fala algumas palavras e não precisa mais da estrutura hospitalar que tínhamos em casa. Ela saiu de uma situação apática e hoje é esperta. Os médicos que a acompanham se surpreendem com a sua evolução”, cita Patrícia.

Ninguém está isento de passar por dificuldades, porém aquele que tem a proteção de Deus sabe que a Vontade dEle é a melhor. “Ter o Espírito Santo conosco nesse processo foi fundamental, pois Ele nos fazia ver o que ninguém mais via e a ter esperança. Nós tínhamos clareza sobre o que fazer, como agir e a ter força. Só com Deus estamos verdadeiramente seguros”, diz Uemerson.

A vergonha da família 

O sonho da maioria dos pais é ver seus filhos felizes, se desenvolvendo e crescendo em todas as áreas da vida, longe de confusão. Porém, de forma completamente oposta, Carlos dos Santos, de 76 anos, passou sete anos vendo a filha Luana Rodrigues (foto abaixo) (hoje com 36 anos) provocando uma série de problemas para si mesma e até para a família.

“O vício em drogas e bebidas tomou conta dela e a transformou. Ela saía de casa às seis horas da tarde e chegava às seis horas da manhã, caindo de bêbada. Ela ficava em uma noitada atrás da outra”, conta o pai. Tudo isso começou na escola, quando ela tinha 15 anos. “Eu era muito complexada e, para me enturmar, comecei a beber, depois conheci a maconha. E quando a droga não fazia mais efeito, eu passei a usar a cocaína e o uso era incontrolável, a ponto de eu passar por duas overdoses”, conta Luana. Nessa situação, ela desenvolveu depressão e tentou o suicídio várias vezes.

Vendo a filha se perdendo aos poucos, o pai tentou lutar com a força do braço durante muito tempo, mas sabia que só o poder de Deus poderia fazer a transformação. “Eu a convidava para as reuniões da Universal e ela não queria nem ouvir sobre isso”. Votos, propósitos e muitas orações foram realizadas por Luana, que aparentemente piorava a cada dia. “Eu o afrontava, falando que, se eu fosse na Igreja, eu ficaria pior, que a calça dele até se rasgaria de tanto ficar ajoelhado orando, sem que eu mudasse. Mas ele insistiu”, afirma Luana.

Ela conta que para sustentar o vício chegou a vender entorpecentes. Assim, o problema que já desestabilizava a família passou a ganhar ainda mais força. “Eu peguei a droga de um traficante para vender, mas não consegui e, ao invés de vender, eu usei tudo durante três dias. E só depois que o efeito passou eu fui pensar no que eu ia fazer para pagar a dívida”. Sem dinheiro, Luana teve que fugir e se submeter a situações degradantes. “Eu pedi ajuda a um rapaz que gostava de mim e ele me escondeu na casa dele, mas em troca tínhamos que dormir juntos. Fiquei durante um tempo vivendo com o medo constante de alguém me descobrir e me matar ou de machucar meus pais, até que meu pai negociou com o traficante e assumiu a minha dívida”.

Carlos conta que a mudança só aconteceu quando ele tirou de dentro de si todas as dúvidas e os medos, ignorou o sofrimento e colocou no Altar a própria vida e a vida da filha. “Depois disso, ela foi até a igreja me procurar”, diz ele. Ela foi até a Universal, mesmo drogada, e conta que foi tão bem recebida que se sentou para assistir a uma reunião. “Quando acabou, procurei o pastor, contei para ele a minha história e disse que queria mudar. Ele me indicou o Altar”, afirma.

Depois de entender que muito mais do que bênçãos Deus tinha uma proposta de transformação completa para a sua vida, Luana colocou um ponto final nos vícios, nas amizades e em tudo o que a ligava ao passado. “Eu me arrependi de fato e de verdade e pedi forças a Deus para mudar. Foi uma mudança de dentro para fora e não precisei mais das drogas. Aquela pessoa que era uma vergonha para a família hoje leva a felicidade. Sou casada com um homem de Deus e tenho a verdadeira alegria dentro de mim”, assegura.

A decisão de lutar 

As três histórias mostram o quanto o problema de um familiar afeta toda a estrutura do lar. Mas, da mesma forma, o empenho de uma pessoa também é capaz de salvar uma família completa da destruição por meio da fé. Por isso, no próximo dia 12 de outubro, quinta-feira e feriado, esteja presente no grande encontro da “Minha Família no Esconderijo do Altíssimo”. Reúna a sua família para receber a proteção que vem do Alto. No Templo de Salomão e em todos os templos da Universal, estarão reunidos aqueles que prezam pelo seu lar e querem mantê-lo protegido  de todas as adversidades.

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Colaborador

Cinthia Cardoso / Fotos: Jamie Grill/getty images / Produção Solo Sagrado/DF