Faça as pazes com Deus
Entre o arrependimento e o recomeço, há um Deus disposto a perdoar
Um dia você e Deus estavam juntos. Havia paz e alegria. Com o passar do tempo, porém, os seus olhos, antes no Senhor Jesus, passaram a focar no que você ainda não tinha alcançado ou nas injustiças cometidas pelas pessoas. O que antes era feito com prazer, como orar e obedecer a Palavra de Deus, não fazia mais sentido e inúmeros pensamentos começaram a surgir. Algo começou a acontecer dentro de você que o conduziu para longe da Presença de Deus.
Fator de separação
Ao se afastar da Presença de Deus, a pessoa apresenta suas razões, como as que você lerá nestas páginas. No entanto, o apóstolo Paulo, em Romanos 8:35-39, um dos trechos mais conhecidos de sua carta a eles, faz o seguinte questionamento: “Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?” E logo a seguir declara com convicção: “… nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor”. Com isso, ele refuta todos os motivos que alguém possa alegar para ter se afastado de Deus.
Mas há algo que Paulo não cita: o pecado. Este, sim, afasta a criatura do Criador. Ele ocorre quando a base do relacionamento com Jesus deixa de ser vivida no dia a dia, ou seja, quando falta o sacrifício pessoal de negar a si mesmo, tomar a própria cruz e segui-Lo (Marcos 8:34), para fazer a vontade de Deus. “O pecado faz com que a mente da pessoa seja tomada pela dúvida e a dúvida abre a porta para todos os males: desânimo, ansiedade, depressão”, diz o
Bispo Adilson Silva, em entrevista à
Folha Universal.
Aos poucos
Ninguém se afasta da Presença de Deus da noite para o dia. Embora a saída da pessoa da igreja e o afastamento dela de Deus possam parecer algo repentino, trata-se de um processo gradual. Como explica o Bispo Adilson, a pessoa vai fazendo concessões, até que não consegue mais se arrepender: “Tudo o que fazemos do lado de fora é um reflexo do que acontece dentro de nós. Então, o processo que leva a pessoa a se afastar da Presença de Deus geralmente começa quando ela deixa de cuidar do seu interior. Como está escrito em Provérbios 4:23: ‘Sobre tudo o que se deve guardar, guarda, pois, o seu coração’”.
O Bispo observa que muitos atribuem seu afastamento a decepções. Por isso, a mágoa, para ele, é uma das principais causas desse distanciamento. Mas, independentemente da razão, os verdadeiros motivos são sempre os mesmos: a falta de cuidado com o interior e a negligência na manutenção da vida espiritual.
“São desculpas que a pessoa usa para justificar o próprio erro. Em algum momento ela deixou de priorizar a salvação, se esfriou e deixou de praticar uma das primeiras lições que aprendemos na caminhada da fé: olhar para o Senhor Jesus. Há uma frase que diz: aquele que fala que saiu da igreja por causa de pessoas, na verdade, não estava na igreja por causa do Senhor Jesus. Afinal, se alguém depende da ausência de falha humana para permanecer em uma denominação, não ficará em nenhuma, porque falhas existem em todas. A Obra é de Deus, realizada por homens de Deus, mas que são seres humanos sujeitos
a falhas”, completa.
Se apagando
É comum ver pessoas se afastarem de Deus por não priorizarem o Novo Nascimento e o selo do Espírito Santo. Sem raízes profundas na fé, elas acabam desanimando e deixam a Presença de Deus, mas há também os que um dia receberam o Espírito Santo e, por não vigiarem, se afastaram.
A Bíblia alerta a não apagarmos o Espírito (1 Tessalonicenses 5:19). Imagine morar com alguém que ignora tudo que você diz. Não faria sentido manter essa convivência.
O mesmo acontece com o Espírito Santo: Ele habita em você para ser ouvido, não ignorado.
Suas palavras não são sugestões, mas instruções personalizadas de Deus para cada um de nós. Ignorá-Lo é como assinar um divórcio espiritual com o Próprio Deus.
“O Espírito Santo é um Guia dentro da pessoa. A Bíblia fala ‘não apagueis o Espírito’, porque, se não houver manutenção da vida espiritual, mesmo quem tem o Espírito Santo, vai sucumbir. A vida espiritual se assemelha à vida física. Todos os dias temos que nos alimentar, senão vamos perecer. Assim também acontece espiritualmente, se a pessoa faz concessões, tolera o pecado, descuida do seu interior. Porque o Espírito Santo guia a pessoa, mas não a controla”, afirma o Bispo.
Perdido dentro da Igreja
Outro sinal de afastamento é a frieza espiritual – observada na ausência de oração, jejum, serviço e temor. Embora muitos a encarem como apenas uma fase, trata-se de um afastamento real, ainda que a pessoa permaneça na igreja.
O Próprio Senhor Jesus alertou as Igrejas de Sardes e Laodiceia em relação a isso. A primeira parecia viva, mas estava morta. E a segunda, por ser morna espiritualmente, estava prestes a ser vomitada (Apocalipse 3). Essa condição é tão perigosa que se assemelha à das cinco virgens néscias. Se o Senhor Jesus voltar e a pessoa estiver assim, ficará para trás tanto quanto os que já se afastaram explicitamente.
Pronto para perdoar
Qual seria sua reação ao julgar os três casos abaixo? Um rei que sacrificou os próprios filhos, construiu altares pagãos no Templo de Deus e levou seu povo à idolatria e ao pecado. Outro que cometeu adultério com a esposa de um fiel soldado e, para encobrir a gravidez dela, mandou seu marido para a linha de frente da batalha, para que morresse. E um discípulo que, ao ver seu Mestre ser preso injustamente, negou três vezes que O conhecia. Todos conheciam a Palavra de Deus e O serviam.
Esses atos podem parecer imperdoáveis aos olhos humanos, mas, diante do arrependimento sincero, todos foram perdoados e restaurados. Manassés, o primeiro rei, humilhou-se diante de Deus ao ser capturado e foi perdoado e reconduzido ao trono. Davi, que adulterou e provocou a morte do fiel soldado, arrependeu-se e encontrou graça diante de Deus. Pedro, o discípulo que negou Jesus três vezes, também foi perdoado e reafirmado como líder da Igreja Primitiva. A história deles e de tantos outros homens e mulheres ilustram que nenhum pecado é tão grande que não possa ser perdoado por Deus. Mas, para isso, é preciso arrependimento.
Um único passo
Se para sair da Presença de Deus os pensamentos têm um papel crucial, o mesmo acontece para que se consiga voltar. Segundo o Bispo Adilson, muitos que retornam alegam que pensavam que não havia mais solução. Isso porque o diabo atua como acusador, lança dúvida e culpa, enquanto Deus trabalha com a fé.
O Senhor Jesus contou três parábolas sobre quem se perdeu – a dracma, a ovelha e o filho pródigo – que eliminam qualquer dúvida sobre a impossibilidade de retorno. As duas primeiras exemplificam a busca incansável do Senhor Jesus e a terceira revela a decisão a ser tomada para voltar. Mas em todas fica evidente a alegria dEle ao reencontrar quem estava perdido.
Para que isso aconteça, basta uma atitude. “A pessoa precisa dar um único passo: olhar para a Palavra de Deus. A Bíblia está repleta de passagens que confirmam que Deus é misericordioso, longânimo e se compadece dos que se arrependem. Quando a pessoa foca na Palavra, então ela cala as vozes do mundo e foca no que realmente importa: o que Deus diz. E a Palavra de Deus mostra claramente que é possível que aquele que está caído se levante”, orienta o Bispo.
Reconheça que precisa de Deus e decida voltar. Faça os sacrifícios necessários para agradar a Ele, para receber o Espírito Santo e para permanecer fiel. Adiar a decisão de se reconciliar com Deus é arriscar a eternidade, já que não sabemos quando morreremos ou quando Jesus voltará. Faça isso, pois Deus está esperando por você.

Não renunciar lhe custou muito caro
A vendedora Raquel Pina, de 52 anos, passou 14 anos na igreja. Apesar das inúmeras bênçãos que recebeu, sua resistência em abrir mão de muitas coisas revelava a sua falta de confiança em Deus. O resultado foi um afastamento cruel do Único que mais queria estar com ela.
Parecia um inferno
Cresci sem meu pai, com um padrasto violento e doente. Via minha mãe apanhar e a polícia ser chamada. Aos 10 anos, já enfrentava a depressão. Na adolescência, fui rebelde e mergulhei em drogas e álcool. Me apaixonei por um jovem ainda mais envolvido com vícios, nos casamos e tive uma filha. O casamento foi marcado por violência e caos — e minha filha nasceu em meio a esse inferno.
Uma saída
Aos 28 anos, precisei me separar — era uma questão de vida ou morte. Numa madrugada sem sono, liguei a TV no porão onde morava e vi um testemunho em um programa da Universal que parecia falar diretamente comigo. No dia seguinte, fui com minha filha até lá. Aos poucos, entendi que meus problemas iam além do aspecto físico e familiar: havia forças espirituais
O autoengano
Comecei então um profundo processo de libertação, cura interior e superação das mágoas. Mas, durante 14 anos, vivi na ilusão de ter o Espírito Santo. Fui obreira por oito anos, mas nunca renunciei aos meus desejos, especialmente ao sonho de casar. Na verdade, eu buscava as bênçãos e não o Abençoador.
O afastamento
A ansiedade, o nervosismo e os conflitos nos relacionamentos acabaram me afastando de Deus. Influências negativas e maus pensamentos tomaram conta de mim. Eu fazia parte da igreja física, mas não do Reino de Deus. Minha saída não foi por mágoa, mas por querer seguir minha própria vontade.
Pior do que antes
Voltei a usar drogas com intensidade, frequentava biqueiras diariamente e, por conta da minha idade, era chamada de “tia” pelos traficantes. Também mergulhei nas noitadas e na depravação. Eu já estava envolvida com fantasias sexuais e relações virtuais. Minha filha era menor de idade, minha responsabilidade, e eu só a envergonhava.
Decidida a voltar
Mesmo mergulhada nos vícios, eu pensava: “Vou voltar para Deus”. Eu sabia que, se morresse assim, meu destino seria o inferno. Numa sexta-feira, voltei à igreja, me arrependi e, em 15 dias, larguei tudo, cortei contatos e me entreguei totalmente a Deus. Eu estava decidida — sabia que aquela era uma chance única. Após 11 dias de busca intensa, fui preenchida pelo Espírito Santo e me tornei Filha dEle.
Reconciliada
Tudo mudou quando fui transformada espiritualmente. Fui curada da ansiedade e hoje tenho paz. Mesmo solteira, sou firme, verdadeira e compartilho essa luz com os outros. Entendi que focar apenas na solução dos problemas, e não nos colocarmos no Altar, faz com que corramos o risco de nos afastarmos de Deus, porque a alma
fica cansada. Sem o Espírito Santo, mesmo com conquistas, somos um alvo fácil.
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