“Eu não estava vivendo, apenas existindo”

Edgar de Andrade tinha atingido muitos de seus objetivos, mas reconhecia que o essencial ainda lhe faltava

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Edgar de Andrade, que é empresário e tem 57 anos, encontrou uma nova direção para a sua vida depois de passar por grandes adversidades e um conflito interno. Apesar de uma trajetória de altos e baixos, ele viveu uma transformação notável impulsionada por sua Fé.

Na infância, Edgar, integrante de uma família de classe média, viu seu pai trabalhar como comerciante, enquanto sua mãe desempenhava o papel de dona de casa. Ele enfrentou uma situação delicada com pouca idade, quando caiu em um esgoto próximo de casa e contraiu uma perigosa infecção que colocou sua vida em risco. Contudo, ao sobreviver e não ter sequelas, ele percebeu que Deus já lhe concedia a vida e a misericórdia. Apesar do incidente, sua infância transcorreu normalmente e sua juventude foi repleta de sonhos típicos dessa fase, acrescida da aspiração de crescer e não seguir o árduo trabalho de seu pai, que dedicava esforços incansáveis ao comércio, inclusive aos domingos e feriados, para sustentar a família.

Edgar conta que um dos desafios que enfrentou ao longo de sua vida foi sua batalha pessoal para vencer um persistente sentimento de vazio: “na época da adolescência, eu já tinha um tremendo vazio e me isolava das pessoas que mais amava. Além disso, eu era um jovem tímido, o que agravava a minha solidão”. Ele admite que durante a juventude buscou preencher esse vazio com experiências mundanas, como frequentar baladas e consumir bebidas alcoólicas e por muito tempo foi influenciado por más amizades.

FOGO RELIGIOSO

Houve um momento na vida em que Edgar seguiu um ciclo repetitivo: trabalhava arduamente, obtinha sucesso por um período, mas não conseguia manter o que conquistava. Aos 17 anos, ele já tinha gerenciado três empresas, mas perdeu tudo. Posteriormente, investiu em lojas de carros e teve algumas parcerias.

Ele considera que o fundo do poço, porém, ocorreu quando ele acendeu uma vela em uma de suas lojas e, ao fechar o estabelecimento no final da tarde, essa vela caiu, o que ocasionou um grande incêndio. Naquele momento, ele perdeu tudo o que havia construído nesse empreendimento. Ele já vinha enfrentando diversos desafios e teve, inclusive, dois veículos destruídos pelo fogo.

Em menos de seis meses, Edgar perdeu todos os bens materiais e a saúde física e a emocional estavam comprometidas. Foi então que ele compreendeu que a religião que praticava não o estava ajudando. “A vela que acendi foi dedicada à religião. Eu acreditava que seria para minha proteção, mas, infelizmente, resultou no incêndio. A partir desse momento, decidi abandonar essa vida religiosa e passei a buscar a Deus, embora não soubesse exatamente como deveria fazê-lo.”

JEJUM DE DANIEL

Edgar se casou e foi trabalhar em uma cidade do interior para cuidar de uma empresa da família no ramo frigorífico. Em determinado momento, sua esposa notou que ele estava apenas ocupando um cargo de gerente, apesar de coordenar mais de 50 funcionários. “Eu me sentia vazio e triste, como se estivesse numa espécie de casulo emocional. Eu não estava vivendo, apenas existindo. Na verdade, eu agia mais como uma tartaruga. Eu me esquivava dos problemas e delegava tarefas aos subordinados. Ao perceber essa postura, minha esposa me convidou para ir à Universal”. Inicialmente, Edgar relutou, questionando a relevância dessa atitude, mas não criticou a postura da esposa e, surpreendemente, na semana seguinte já estava frequentando as reuniões.

Sua transformação interior começou assim que ele seguiu a orientação de um pastor que o aconselhou a agir com racionalidade, em vez de se deixar levar pelo coração. Edgar seguiu as instruções do Altar e começou a aplicar os ensinamentos em sua vida cotidiana, o que culminou em um profundo compromisso com Deus. “Em uma Fogueira Santa, eu me entreguei de fato e de verdade no Altar. Subi ao Altar como uma tartaruga, um homem dominado pela emoção e com um vazio de tristeza na alma. Ao descer dEle, tive certeza de que era o início de uma transformação”, afirma.

Pouco tempo depois, Edgar se comprometeu com o Jejum de Daniel e nutria o desejo de receber o Espírito Santo acima de tudo. “Quando fui batizado com o Espírito Santo, tive uma certeza profunda e uma alegria e uma paz interior contagiantes. Deus respondeu às minhas orações. Foi um momento poderoso na minha vida. Foram quase cinco anos de busca e entrega para que essa experiência maravilhosa acontecesse”, explica.

Ele detalha sua transformação: “houve um tempo em que eu almejava uma vida melhor e consegui alcançá-la. No entanto o que conquistei não se compara ao valor do Espírito Santo e à paz inestimável que Ele me proporciona. O vazio que eu tinha foi preenchido. Não me sinto mais triste nem sozinho. Hoje minha maior alegria é guiar almas para servir a Deus e buscar a Verdade. Ao observar tantas pessoas sedentas e vazias, sinto a responsabilidade de dar o meu máximo. Sinto uma alegria indescritível cada vez que alguém se entrega a Deus por meio do meu testemunho ou das minhas palavras. Para mim, as coisas materiais são apenas uma consequência. Deus tem honrado os meus esforços e desejo continuar a valorizar profundamente o Espírito Santo em minha vida”.

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Colaborador

Kaline Tascin / Foto: mídia FJU- Sorocaba/SP