A empresária Sabrina Carla dos Santos, de 42 anos, nasceu na cidade de São José dos Campos, em São Paulo. A convivência entre os pais de Sabrina era conturbada. Seu pai bebia e, por vezes, aconteciam agressões em casa. Ela e a irmã testemunhavam tudo. Em uma ocasião, a mãe dela saiu de casa. “Minha mãe se separou do meu pai quando eu tinha 5 anos e eu passei a morar com ele. Tive uma infância difícil e bem complicada. Vivia mais na rua e dependendo de vizinhos, que me davam almoço ou me chamavam para comer na casa deles. Digo que já nasci amaldiçoada, que não imaginava o que era ser feliz e ter paz”, conta.

Por necessidade, ela começou a trabalhar cedo. Aos 9 anos já cuidava de crianças para garantir algum dinheiro. A adolescência também não foi fácil. A irmã dela saiu de casa aos 15 anos. Ao concluir os estudos, Sabrina fez o mesmo: saiu de casa. Logo casou e engravidou. Acreditou, portanto, que finalmente seria feliz, mas a tentativa não deu certo.

Na ocasião, Sabrina já conhecia a Universal, porém não permaneceu na Presença de Deus. Quando se afastou, entrou no segundo relacionamento e as coisas pioraram. Desempregado, o casal sentiu na pele a miséria e a dor de passar necessidade. “Cheguei a ponto de ir à padaria, grávida do meu segundo filho, e falar que estava com desejo de comer pão, pois sabia que acabaria ganhando o pão que seria o sustento da família. Por vezes, recorri à ajuda da assistência social para garantir ao menos uma cesta básica. Quando meu segundo filho nasceu, precisei fazer uma carteirinha para retirar o leite que o governo dava. Eu e meu filho mais velho íamos ao posto e ele ficava olhando quando sobrava leite para poder levar mais um. Eu era totalmente dependente dos outros. Até as roupas eram doadas. Eu nunca tinha nada para dar para eles. Não tinha um pacote de bolacha para dar aos meus filhos e mal tinha dinheiro para pagar as contas”, recorda.

A realidade dura da infância perdurou na fase adulta. “Eu não era feliz no casamento. Havia brigas e agressões físicas e fui humilhada. Minha vida foi um grande fracasso. Eu não acreditava em mim mesma nem que a minha vida poderia mudar”, diz. O segundo relacionamento não durou.

“TUDO OU TUDO”
Quando retornou à Universal, em 2011, ela já sabia que a Fé era o caminho que poderia transformar sua vida. A princípio, ela relutou e deixou de olhar para o Altar. Contudo, quando veio a Campanha da Fogueira Santa de dezembro daquele ano, ela se agarrou à Palavra de Deus como nunca havia feito antes. “Eu já sabia o que era a Fogueira Santa, mas nunca tinha me lançado. Dessa vez, no entanto, fui para o tudo ou tudo.”

Foi quando ela teve a ideia de montar uma mercearia. Mesmo sem ter um espaço físico e com pouco a oferecer aos clientes, o negócio começou do zero e dentro de casa. Tudo que tinha era o valor da bicicleta vendida pelo filho mais velho, que deu o dinheiro para que o negócio pudesse começar. Eles começaram com duas tortas. Esse começo, no entanto, não a intimidou. De Fé em Fé, o negócio foi crescendo e virou uma padaria. A padaria, por sua vez, logo virou um mercado. “Deus enviou pessoas que acreditaram em mim.

Compramos o mercado sem contrato, sem nada. Deus mudou a minha vida. O Altar não deve nada a ninguém”, observa Sabrina, que credita à Fé o início de sua nova história.

Mãe do também empresário Pablo Henrique dos Santos de Oliveira, de 23 anos, e do estudante Thales Fernandes Santos da Silva, de 17 anos, hoje, ela pode dizer que tem uma vida abençoada e marcada por conquistas: carros, a possibilidade de morar em um condomínio fechado de luxo e, recentemente, ela pôde adquirir um terreno. No entanto ela faz questão de salientar qual é a maior de todas as conquistas: “para mim, nada se compara a ter o Espírito Santo. Ele é minha riqueza, minha herança, meu bem maior”, finaliza.