“Eu estava no lugar errado e na hora errada”

Só quando se reaproximou de Deus, Jones da Purificação percebeu quem era seu verdadeiro amigo

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Quem não gosta de ter amigos, ser querido e se sentir acolhido? Esse era o desejo do técnico em logística Jones da Purificação quando era mais jovem. Hoje, aos 30 anos, ele relata o alto preço que pagou por querer satisfazer essa vontade sem avaliar as amizades com as quais se envolvia. “Eu tinha 14 anos e mudei de Salvador para Simões Filho, na região metropolitana. Eu fui criado na Igreja, mas, com os novos amigos, me afastei e comecei a usar maconha, cocaína e lança-perfume, pois queria ser popular”, revela.

Mas Jones logo percebeu que não tinha dinheiro para comprar drogas. “Eu ficava sempre dependendo das amizades para usá-las e elas começaram a se afastar. Para sustentar o vício, me aproximei dos traficantes, passei a traficar e a roubar e fui conhecendo pessoas influentes dentro do tráfico.”

Ele conta que um acontencimento o fez sair do bairro onde morava: “eu estava no lugar errado e na hora errada quando aconteceu uma morte. Depois disso, fui levado ao candomblé, por um amigo que insistiu que eu tomasse um banho, mas a mãe de santo se recusou a me dar banho e tomei o banho sozinho.”

Depois de uma semana, ele diz que tudo começou a dar errado na vida dele. “Passei a me prostituir e fiquei violento. Fui denunciado à polícia e, uma noite, fui preso. Apareci até em matéria de televisão. Eu estava esperando pelo julgamento na prisão e minha família estava sempre buscando pela minha transformação, mas eu só pensava que, se eu estava envolvido em um homicídio e ocultação de cadáver, a minha sentença seria de muitos anos.”

Quem não gosta de ter amigos, ser querido e se sentir acolhido? Esse era o desejo do técnico em logística Jones da Purificação quando era mais jovem.

O cunhado dele buscou informações sobre o processo de Jones. “A juíza falou que eu era uma abominação para a sociedade e eu achava que não tinha mais chances. Como os amigos me mandavam drogas na prisão, comecei a traficar lá dentro, até que recebi um exemplar da Folha Universal. O Bispo que me entregou o jornal disse que em oito dias eu seria solto: ‘aqui está o seu alvará de soltura, você crê?’ eu saí em cinco dias.”

Mesmo livre, Jones ainda não estava firme na Fé. “Voltei a traficar e quase fui morto duas vezes. Fiz um voto com Deus e a partir daí minha vida mudou. No primeiro dia que botei os pés na Igreja não era mais o Jones agressivo e nervoso e sabia que eu tinha que buscar o Espírito Santo.”

Ele começou a obedecer à Palavra de Deus. “No Jejum de Daniel terminei um relacionamento que era do mundo. Deus me mostrou que eu tinha que largar aquele namoro. Entreguei o meu espírito e quando acabou aquela busca eu já estava transfigurado e sabia que tinha tido um encontro com Deus.”

Jones diz que tem suas guerras, mas com a certeza de que está com o Espírito Santo. “Hoje minha família vê os frutos da minha transformação e minha mãe consegue dormir em paz. A sociedade acha que não tem mais chance para nós, mas para Deus a esperança é a última que morre. A partir do momento que você foca na vida eterna e não na bênção, mas no Abençoador, há uma nova oportunidade”, diz.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Fotos: Cedidas