"Eu era muito explosivo, então não pensava e já partia para a agressão"

Por ter crescido em uma família disfuncional, Williams Braga tinha um temperamento que quase o fez cometer um homicídio

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Segurança e estabilidade são essenciais para que uma criança se torne um adulto saudável. Entretanto elas não fizeram parte da infância do consultor de pista roraimense Williams Souza Braga, de 29 anos. “Não fui criado por pai e mãe, mas por tios e avós. Meus tios já tinham filhos e não tinham condições de cuidar de mim. Até que, quando atingi certa idade, meus avós paternos resolveram cuidar de mim e minha irmã foi morar com uma vizinha”, conta.

A associação natural que fazemos dos avós a pessoas carinhosas não correspondeu à experiência de Williams. “Meu avô era muito bruto, ignorante e fui aprendendo as coisas na brutalidade. Quando eu não sabia fazer algo do agrado dele, ele me batia, sem contar os trabalhos que eu fazia na roça. Ele não permitiu que eu tivesse uma infância com brincadeiras. Eu ia de casa para a escola e da escola para casa”, revela.

Bomba-relógio
O relacionamento familiar conturbado gerou nele uma mágoa e um temperamento agressivo. Ele relata que entendia errado tudo que lhe falavam e, em vez de dialogar, preferia agredir a pessoa e chegou até a tentar matar um colega. “Eu era muito explosivo, então não pensava e já partia para a agressão. Eu só resolvia as situações na ignorância”, diz.

Por causa desse comportamento, ele se envolveu em uma briga com membros de um grupo rival e foi apreendido e levado pela primeira e única vez a uma casa para menores infratores.

Aos 18 anos, ele conheceu Camila Bento Pinheiro Braga, com quem é casado hoje. Naquela época, porém, o relacionamento era marcado por brigas constantes. “Não havia respeito entre nós e chegamos até a nos agredir fisicamente. Por causa desse desrespeito, terminamos
o relacionamento.”

Após o término, bebidas e drogas passaram a fazer parte do cotidiano de Williams. “Quando saí de casa, fui para outra cidade e não tinha onde morar. Então me chamaram para morar em uma
boca de fumo.”

Reencontro e Salvação
Um dia, Williams decidiu voltar para sua cidade natal e reencontrou a ex-sogra. Foi quando descobriu que ela, que frequentava a Igreja Universal, nunca tinha deixado de orar por ele. Sua ex-namorada, que também participava das reuniões, o convidou para uma vigília que aconteceria na igreja. “Quando cheguei à Universal, eu estava totalmente sem rumo, desempregado e sem perspectiva de vida.”

À medida que participava das reuniões, Williams entendia o que precisava mudar. Quando se deu conta, ele já sentia repulsa pela velha vida e decidiu se batizar nas águas. A partir daquele momento, ele passou a buscar o Único que poderia gerar sua verdadeira transformação interna: o Espírito Santo. “Ele me deu paz e força, ocupou o vazio que eu tinha e surgiu em mim a vontade de levá-Lo a quem precisa e dizer que existe uma saída.”

A transformação de Williams foi notória e ele e Camila se casaram. “Amadureci como homem, tenho autocontrole e passei a fazer tudo com excelência. Hoje sou feliz. Não existem mais mágoas do passado em mim. Meu casamento é totalmente abençoado e vivo para mostrar o quanto Deus pode fazer na vida daqueles que O desejam”, finaliza.

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Colaborador

Núbia Onara / Foto: Mídia FJU