“Eu desejava a morte todos os dias”

Acompanhe a história de Roberta Naiara Sousa. Na juventude, ela conheceu o abandono, a violência, os vícios e as traições, mas encontrou suporte na Fé para vencer as adversidades

Imagem de capa - “Eu desejava a morte todos os dias”

A estilista de cílios e depiladora Roberta Naiara da Silva Sousa, de 39 anos, teve uma infância cheia de desafios e de momentos de depressão, mas encontrou a possibilidade de uma nova vida na Fé.

Nascida em uma família numerosa na pequena cidade de Mirangaba, na Bahia, Roberta se separou dos seis irmãos quando sua mãe, afetada por problemas financeiros, entregou cada um deles a diferentes familiares. Criada por parentes, ela passou por vários lares e conviveu com o abandono do pai, até que, aos 7 anos, se mudou para a capital paulista com a mãe.

A chegada à cidade grande não trouxe alívio a ela. Mais uma vez, Roberta foi morar na casa de tios e tias, trocava de lar de tempos em tempos e muitas vezes não era bem recebida por eles. Ela se casou pela primeira vez e teve a primeira filha quando ainda era adolescente, mas foi abandonada pelo marido e, com apenas 14 anos, já enfrentava a difícil tarefa de criar sozinha uma criança.

Ela teve relacionamentos tumultuados com homens mais velhos, até que se casou pela segunda vez aos 18 anos, quando acreditou que tinha encontrado um porto seguro. Entretanto ela teve de lidar com a violência, o alcoolismo e as traições por parte do marido. “Eu tentava dar o troco na mesma moeda. Ele me traía, então eu também o traía. Ele bebia e passava dias fora e eu também bebia. Eu era alcoólatra. Cheguei a usar maconha e fumar cigarro. Quando estava deprimida, eu bebia demais. Eu sentia dor na alma e tinha a vida financeira amarrada. Eu culpava minha mãe por tudo que estava vivenciando”, diz.

Além disso, ela acrescenta que passou a ter desejo de morrer. “O meu fundo do poço foi quando perdi a vontade de viver. Eu desejava a morte todos os dias. Nunca tentei o suicídio, mas pedia a Deus que me matasse. Eu era dependente de calmantes e não tinha vontade de trabalhar. Mordia tanto minha boca por ansiedade que provocava feridas”, lembra.

Foi nesse momento crítico que ela teve contato com a Fé. “Eu recebia tratamento psicológico e psiquiátrico e me recusei a aumentar as doses dos medicamentos. Encontrei apoio na Igreja Universal, próxima ao posto de saúde em que fazia tratamento.” Inicialmente resistente, ela se entregou à busca do Espírito Santo frequentando a Universal. Segundo ela, a caminhada espiritual não foi fácil, especialmente porque seu marido, ainda preso aos vícios, não aceitava sua mudança. “Meu marido chegava em casa bêbado e brigava comigo. Eu queria mudar por fora, mas por dentro continuava a mesma e alimentava mágoas e pensamentos negativos”, afirma.

Apesar das dificuldades, ela persistiu na Fé e, após quatro anos, recebeu o Espírito Santo. Sua vida começou a mudar e a depressão deu lugar à alegria de viver. “Eu tinha mágoa do meu marido, então decidi perdoá-lo. Hoje, minha vida interior é feliz, tenho sonhos, metas e busco a Salvação diariamente”, detalha ela, que agora é obreira.

Ela formou uma família abençoada, com três filhos, e seu casamento se tornou uma parceria de respeito. “Minha maior conquista foi receber o Espírito Santo, que trouxe amor à minha vida. Agradeço a Ele pelas bênçãos recebidas”, conclui.

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Colaborador

Kaline Tascin / Foto: Mídia FJU Ferraz de Vasconcelos