“Estava na Igreja, mas não vivia nada do que era ensinado”

Anielly Rodrigues superou uma vida de tristeza, solidão e rebeldia com a ajuda da Fé de sua mãe

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A autônoma Maria Anielly Rodrigues de Sousa Silva, de 21 anos, conta que teve uma infância feliz na cidade de Nova Russas, no Estado do Ceará, onde nasceu. Ela diz que nunca lhe faltou carinho dos pais nem assistência material. Ela cresceu frequentando a Universal com toda a família, mas revela que na adolescência foi se afastando dos caminhos de Deus.

Os problemas começaram quando ela entrou para um time de futebol da cidade: “eu gostava de jogar futebol e com 16 anos comecei a jogar oficialmente, mergulhei fundo nas amizades e a maioria delas vivia no mundo da homossexualidade. Nesse período, também comecei a ter um relacionamento lésbico na escola, via outras meninas próximas a mim vivendo assim, achava isso normal e fui me iludindo. Por causa do futebol, eu viajava para cidades vizinhas e lá me relacionei com várias meninas”.

Anielly enfatiza que se deixava influenciar facilmente pelas amizades, tanto que se tatuava cada vez que alguma amiga fazia isso. “Eu queria fazer tudo que os que estavam próximos a mim faziam e só não usei drogas. As tatuagens eram feitas tanto por rebeldia contra meus pais, que nunca as aceitaram, como por querer parecer com os amigos”, esclarece.

Apesar de ver sua vida como de curtição, Anielly afirma que não tinha paz e que o vazio e a solidão eram companheiros diários. “Quando eu estava com várias pessoas em baladas, bebendo e sorrindo, contagiava todos ao meu redor, mas, quando chegava em casa, me transformava em outra pessoa e era completamente revoltada com meus familiares. Eu não aceitava nada que meus pais falavam, brigava muito com minha irmã e falava que queria matá-la. Eu não tinha paz, tinha dificuldades para dormir, me sentia muito sozinha e o vazio e a tristeza me dominavam”, recorda.

Anielly diz que em nenhum momento deixou de frequentar a Igreja, mas relata como era seu comportamento: “eu ia à Igreja, mas não vivia nada do que era ensinado. Eu tinha consciência de que se morresse naquela vida que levava minha alma iria para o inferno”.

Ela ressalta que a situação mais difícil que viveu foi o fim de um relacionamento. “Eu fiquei sem chão porque fazia dela o meu deus e já tinha planos com essa pessoa. Então, quando o término ocorreu, fiquei no fundo do poço, só chorava, fiquei sem comer, não falava com ninguém nem saía de casa. Foi quando a solidão e a tristeza vieram com força.”

A mãe de Anielly seguia usando a Fé em prol da mudança e da felicidade dela: “minha mãe nunca deixou de lutar por mim. Ela nunca me julgou nem desprezou, não lutou com a força do braço, mas usou a Fé”. Segundo a jovem, sua mãe buscou ajuda no Altar. “Ela não brigava comigo, sempre me abençoava quando eu saía para algum lugar, me via como uma mulher de Deus e sempre falava isso. Deus honrou a Fé que ela agiu e o Altar do sacrifício e lhe deu uma filha transformada.”

A transformação
Foi em meio à tristeza e à solidão que, em 2020, Anielly percebeu que precisava de ajuda e, em uma quarta-feira, foi à Igreja com a mãe. “Diante do Altar, coloquei tudo para fora, falei para Deus o que tinha vivido até ali e que tinha brincado com as coisas dEle, me esvaziei e, ao término da oração, tive certeza de que fui perdoada, me senti forte e mais leve. Comecei a participar das reuniões de libertação, me batizei nas águas e passei a buscar o Espírito Santo, pois sabia que sem Ele eu voltaria para a vida de antes”, destaca.

Anielly conta que não foi fácil, mas estava decidida a mudar de vida e, por isso, foi radical e abriu mão de amizades e de tudo que ameaçasse sua decisão. Livre da solidão e dos desejos homossexuais, em 2021 ela e a família se mudaram para o Rio de Janeiro, mas antes disso ela já tinha recebido o seu bem maior: o Espírito Santo. “Vivo em paz com a minha família, não preciso de bebidas nem de festas ou relacionamentos errados. Sou amiga da minha mãe, trago alegria para ela e não mais tristeza. O Espírito Santo é meu melhor amigo, meu bem maior e a certeza de que tudo que vivi ficou no passado”, conclui.

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Colaborador

Kelly Lopes / Foto: Mídia FJU Del Castilho/RJ