Escola passa a tratar aluna como menino, sem consentimento dos pais, e é processada

Caso aconteceu no estado de Wisconsin, nos Estados Unidos

Imagem de capa - Escola passa a tratar aluna como menino, sem consentimento dos pais, e é processada

Já imaginou colocar sua filha em uma escola e ela passar a ser tratada como menino? Foi o que aconteceu no estado de Wisconsin, nos Estados Unidos, onde uma rede de ensino pública passou a chamar uma aluna de 12 anos com nome e pronomes masculinos, sem o consentimento dos pais e por isso foi processada.

De acordo com os autores do processo, o Instituto pela Lei e Liberdade (Wisconsin Institute for Law and Liberty) e a Aliança em Defesa da Liberdade (Alliance Defending Freedom), a instituição violou os direitos dos pais. Antes de entrar com o processo, eles chegaram a mandar uma carta para o distrito escolar, relatando a situação da criança, que apresentou sintomas de  “disforia de gênero de forma abrupta”, assim como “ansiedade e depressão significativas”, em dezembro de 2020. 

Inclusive, diante do quadro, os pais da menina a afastaram da escola, para que ela fosse tratada em um centro de saúde mental. “Mas, em vez de ajudá-la a resolver suas questões sobre seu gênero, o centro rapidamente ‘afirmou’ que ela era realmente um menino trans e a encorajou a fazer a transição para uma identidade masculina”, contaram os advogados do caso. 

Princípios contraditórios

Ao afastá-la do centro de saúde e voltá-la à escola, os pais solicitaram que os funcionários e professores não a tratassem como menino, sendo que eles decidiram que “a transição imediata não seria do interesse de sua filha”. Porém, o pedido não foi respeitado e a instituição alegou que isso iria contra sua doutrina disciplinar.

Por fim, os pais retiraram a filha da escola, do centro de saúde mental e do terapeuta que atendia a criança para impedir “que a afirmação diária de uma identidade masculina pudesse prejudicá-la”. 

Jovens arrependidos

Em maio deste ano, uma reportagem do jornal americano “60 Minutes”, foi sobre as questões de saúde para transgêneros. O relatório apresentado mostra que nos Estados Unidos não há um número confirmado de detransicionadores, isto é, pessoas que se arrependeram de terem feito a cirurgia para mudança de gênero, porém, eles estão se tornando mais públicos.

Foi encontrado na rede social Reddit um grupo com mais de 19.000 membros em todo o mundo, alguns dizendo que mudaram de ideia por causa da pressão familiar ou discriminação no emprego e outras áreas ou simplesmente por arrependimento. Também foram entrevistados mais de 30 detransicionadores, que dizem que também sentiram arrependimento, incluindo quatro, que foram entrevistados no relatório sendo que estes fizeram questão de deixar claro que aprenderam sobre a transição na internet, onde há vídeos de transformação no youtube, influenciadores trans e fóruns.

Um deles é o jovem identificado como Garret (foto ao lado), que contou que não recebeu acompanhamento médico e psicológico adequado antes de tomar sua decisão. Com isso, em duas sessões de terapia recebeu autorização para o tratamento hormonal e remoção dos seus testículos em apenas três meses. Logo depois, recebeu autorização para implantação de seios. Ao invés de se sentir melhor em seu novo corpo, ele quis se matar.

“Eu nunca tinha realmente (tentado) cometer suicídio antes, até que fiz o aumento do meu peito. E cerca de uma semana depois eu queria, tipo, realmente me matar”, desabafou.

Outra entrevistada arrependida foi Grace Lidinsky-Smith. Ela disse que encontrou um terapeuta de gênero na Internet e, após algumas sessões, foi  encorajada por ele a realizar a transição. Por ter mais de 18 anos e não precisar do consentimento dos pais, ela assinou um termo de consentimento livre e esclarecido em uma clínica e tomou injeções de hormônios.

Apenas quatro meses depois de começar a usar a testosterona, ela diz que foi aprovada para uma mastectomia (remoção das mamas), que para ela foi algo traumático.

“Comecei a ter uma sensação realmente perturbadora de que, como se uma parte do meu corpo estivesse faltando, quase um membro fantasma sentindo como se, houvesse algo que deveria estar lá. E a sensação realmente me surpreendeu, mas foi muito difícil negar.Eu não posso acreditar que fiz a transição e destransicionei, incluindo hormônios e cirurgia, no curso de menos de um ano. É uma loucura total”, lamenta.

grace“Um ano depois, eu estaria enrolada em minha cama, segurando minhas cicatrizes de mastectomia dupla e soluçando de arrependimento.”

Após a reportagem ir ao ar, Grace (foto ao lado) fez o desabafo acima em um artigo na revista e site Newsweek. Além de dar mais detalhes de todo sofrimento que passou ela revela ter sido muito criticada pelo depoimento e acredita saber o motivo de tanta resistência. “Eu entendo porque a mídia tem medo de cobrir histórias como a minha; há uma longa história de estigma em torno de pessoas trans, e lançar luz sobre os problemas com a medicina trans leva a mais e estigma. E ainda, quando ativistas empurram histórias como a minha para debaixo do tapete e tentam encerrar histórias de negligência médica, eles estão apenas protegendo os médicos, não os pacientes. Vidas reais estão em jogo. Sem esse apelo à verdade, mais pessoas – especialmente os jovens – serão vendidos para cuidados trans que sirvam para todos, que podem causar-lhes cicatrizes e arrependimento para toda a vida”, alertou.

No documentário “O Vestido Roxo“, disponível na plataforma Univer Vídeo, é possível conhecer a história de Walt Heyer, ele conta sua experiência ao mudar de gênero e voltar ao gênero em que nasceu. Na produção são dados detalhes da sua vida e como hoje ajuda outras pessoas que estão passando pelo mesmo. 

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Colaborador

Redação /Foto: iStock