Neste domingo, 17/3, a partir das 14h, acontecerá o Encontro Libras para mulheres em 13 estados e no Distrito Federal, incluindo Pará, Bahia, Goiás, Rio de Janeiro e Paraná. Na capital paulista, o evento — que será todo conduzido na Língua Brasileira de Sinais (Libras) — será no Parque Belém e deve beneficiar ao menos 250 pessoas. A iniciativa é do programa social Libras.

Em São Paulo, haverá um piquenique com lanches saudáveis, e todos poderão fazer alongamentos e exercícios físicos. A organização informa que ocorrerão três dinâmicas com o tema “o que você vê”: isto vai proporcionar, a cada participante, a oportunidade de compartilhar aquilo que ela sente em seu interior. Também serão presenteadas cópias dos livros “Autismo: Entender é a Chave para Amar e Ajudar”, de Josi Boccoli; e “A Mulher V: Moderna, à Moda Antiga”, de Cristiane Cardoso.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 5% da população tem algum grau de deficiência auditiva, ou 10 milhões de pessoas. O caso extremo — a chamada surdez profunda — afeta 2,7 milhões de cidadãos no Brasil. Isso significa que mais de um brasileiro, em cada cem habitantes, não escuta nada — o que revela, também, a necessidade de olhar, com atenção, para esse grupo.

Mais inclusão

A responsável pelo Libras, mantido pela Igreja Universal do Reino de Deus, Tuane Tércio, compreende que a importância deste dia está em criar um momento no qual as mulheres, surdas ou não, possam refletir sobre seu valor. “Por exemplo, com a dinâmica do espelho, que trata de conhecer como você enxerga dentro de si mesma”, conta. Ela lembra que os livros que serão presenteados contribuirão, ainda, com este processo, “além de uma tarde saudável, com exercícios ao ar livre”, completa.

Catimila Matos, de 39 anos, será uma das 400 voluntárias no encontro em São Paulo. Ela enfatiza o fato de tudo ser feito na Língua Brasileira de Sinais: “Isto proporciona a inclusão das pessoas surdas. Por esta razão, é gratificante participar da iniciativa, interagir e se comunicar com esse público”. Cada participante do programa social Libras conhece ou aprende a Língua Brasileira de Sinais.

Sua colega, Larissa Muzel, de 24 anos, também estará na ação paulista, como voluntária. A jovem diz que aprecia muito a oportunidade — e destaca a relevância de todos se envolverem no evento: “Vamos reafirmar o valor de todas as mulheres que, por acaso, já tenham se sentido esquecidas”.