Empresários afirmam que não cumprirão lockdown

Carta aberta revela preocupação com medidas adotadas pelo governo

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Empresários da cidade Três Lagoas (MS) publicaram uma carta destinada ao governador sul-mato-grossense, ao prefeito três-lagoano e aos deputados responsáveis pelas medidas anti-pandemia. Na carta, eles afirmam que não cumprirão o novo decreto.

A carta foi publicada na última quarta-feira (10) e contestam as decisões tomadas pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) na mesma manhã. Conforme anunciou Azambuja, o estado aumentará as medidas restritivas a partir do próximo domingo (14):

 “Os setores da economia têm até sábado (13) para se organizar e fazer um planejamento de suas ações.”

Entre outras proibições, o decreto estadual cria um toque de recolher que funcionará das 20h às 5h. Neste período, apenas serviços essenciais poderão estar abertos. Mesmo esses operarão com capacidade de apenas 50%, sendo que as pessoas dentro das lojas deverão manter a distância mínima de 1,5 metros uma da outra.

Aos fins de semana, os serviços não-essenciais só poderão atender ao público entre 6h e 15h.

Eventos e shows estão proibidos de acontecer; clubes estão proibidos de abrir as portas; e cirurgias eletivas não poderão ser marcadas.

A carta dos empresários contesta e alerta que “qualquer novo decreto que impeça o trabalho irá comprometer outro Direito Constitucional, o da Dignidade da Pessoa Humana (Art. 1o, III, CF) seja para empresários, colaboradores, funcionários públicos, aposentados e outros, pois, além de inviabilizar a continuidade de atividades, demissão em massa, quem tem seus proventos sofrerá com enorme redução em virtude da inflação no preço dos produtos”.

Conforme apurou o jornal local JP News, ao invés de proibirem o trabalho, os empresários exigem que os governantes “esqueçam a política e adotem o tratamento precoce, transparência da vacinação e verbas, e que façam investimentos na área da saúde, aumento de leitos, insumos, estoque de medicamentos, EPIs, dentre outros que garantam atendimento médico a todos, bem como a fiscalização contínua de festas clandestinas, churrascos e aglomerações”.

E ainda reiteram “que o distanciamento social não é sinônimo de proibição do trabalho e fechamento de atividades, tendo em vista que 90% do comércio e serviços do Município não possuem aglomerações, devido à crise financeira”.

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Colaborador

Andre Batista / Foto: Getty Images