Em Israel: 45 mortos em evento religioso
Catástrofe aconteceu durante peregrinação judaica
Pelo menos 45 pessoas morreram durante um festival religioso em Israel nesta sexta-feira (30) (horário local, noite de quinta-feira no Brasil). Outras 150 pessoas ficaram feridas, sendo que muitos ainda correm risco de morte.
A confusão aconteceu durante uma peregrinação em celebração ao feriado judaico de Lag Baomer, no Monte Meron. A peregrinação visita, todos os anos, um túmulo que acredita-se ser do Rabino Shimon Bar Yochai, um talmudista que viveu no século 2 e é creditado por escrever o Zohar, uma obra central do misticismo judaico.
De acordo com a agência de notícias internacional AFP, um grande número de pessoas aglomerou-se para passar por um corredor muito estreito. Uma testemunha contou à agência que “a polícia não deixava sair [pela outra ponta do corredor] e eles começaram a se pressionar e depois a se esmagar”.
Entre as vítimas há homens e mulher, crianças, adolescentes, adultos e idosos. Até o momento, 32 corpos foram identificados e 20 foram enterrados. Segundo a emissora de televisão “Canal 12”, entre as vítimas estão um jovem argentino e cinco norte-americanos.
Dezenas de ambulâncias e seis helicópteros realizaram o resgate das vítimas. A polícia e o corpo de bombeiros locais ainda trabalham na identificação dos mortos e de feridos desacordados.
Tragédia anunciada
O festival é realizado no mesmo lugar há muitos anos. Entretanto, a região não é capaz de abrigar tantos religiosos quanto participam do festival. Dessa maneira, diversas autoridades e órgãos de fiscalização anunciam, há anos, o perigo de que uma catástrofe acontecesse.
Em 2019, último ano em que o festival foi realizado, as autoridades israelenses permitiram a participação de 15 mil pessoas.
Em 2020, a peregrinação foi cancelada devido à pandemia de COVID-19.
Em 2021, atos culturais, eventos esportivos e religiosos foram liberados pelo governo a quem já possui o certificado de vacinação. O país é o que possui vacinação mais avançada no mundo, tendo aplicado a segunda dose do imunizante em 52% da população. Essa semana Israel registrou “apenas” 16 mortes pela doença.
O Estado reduziu a capacidade máxima de lotação a dez mil pessoas. Entretanto, foram fretados mais de 650 ônibus de todo o país e países vizinhos para o evento, o que já alcançaria a marca de 30 mil participantes.
A imprensa local estima que havia 100 mil pessoas na peregrinação, número ainda não confirmado pelas autoridades.
“A catástrofe do Monte Meron é uma das mais graves a atingir o Estado de Israel”, afirmou o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que visitou o local da tragédia.
Netanyahu decretou um dia de luto nacional no domingo (02), pediu que boatos não fossem espalhados pela população e afirmou que uma investigação completa já está aberta para trazer respostas o quanto antes.
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