Ele passou por vários médicos até descobrir qual era a sua doença

Veja como Adauto da Silva se curou de um tumor que poderia deixá-lo sem andar pelo resto da vida

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Adauto Gabriel da Silva, de 42 anos, é pedreiro e mora em Salvador (BA) com a esposa, Ana Lucia Santos Lima, de 40 anos, e o filho Gabriel, de 2 anos. Em outubro de 2022, ele começou a sentir fortes dores no peito e nas costas. “Fui ao clínicogeral e ele fez um check-up. Me pediu eletrocardiograma, ressonância magnética e radiografias e disse que eu estava com a saúde equivalente à de um atleta e que devia ser um problema psicológico. Eu falei que a dor estava me paralisando e ele recomendou que eu consultasse um neurologista”, conta Adauto.

Diversos exames foram feitos. “No retorno com o neurologista, ele disse que eu estava com uma hérnia de disco e passou um medicamento. Como eu tomava e não ficava bom, procurei um ortopedista, que disse que meu problema era no nervo ciático e mandou que eu tomasse um remédio por três meses. Nesse período, eu perdi o movimento da perna direita. Minha esposa começou a acreditar que a doença podia ser algo criado pela minha cabeça.”

Contudo ela já frequentava a Universal há mais de três anos e conversou com o pastor, que a orientou a dar a água consagrada para Adauto e a levá-lo às reuniões de libertação. “Eu usava a água nas pernas, costas e onde sentia dor. Ela marcou uma consulta em outro hospital e o médico pediu uma ressonância com contraste e conseguiu que o resultado saísse na hora, pois era normal que demorasse uma semana para ficar pronto”.

O resultado não foi bom. “O médico pediu para a minha esposa se sentar e falou que eu estava com um tumor de 3 cm na medula, na região das costas, abaixo do pescoço. Ela começou a chorar e ele disse: ‘é algo ruim, mas o lado bom é que está fora da medula. Só que a cirurgia tem que ser feita no máximo em 20 dias, porque senão o quadro se tornará irreversível’. A operação era muito difícil, poderia custar R$ 45 mil e não tínhamos dinheiro.”

Uma semana depois do diagnóstico, Adauto perdeu também os movimentos da perna esquerda e teve uma crise de ansiedade. “Eu me debatia tanto que duas pessoas tiveram que me segurar. Fomos para o hospital de madrugada e informaram que não tinham como me atender. Minha esposa se desesperou e a atendente perguntou a ela: ‘cadê a tua fé? Tenha fé. Teu marido vai se curar’. Minha mulher respondeu: ‘é verdade, tenho que lembrar que eu sigo a um Deus Vivo’. No caminho para casa, recebemos uma ligação avisando sobre uma consulta médica no Hospital das Clínicas, mas que não estava nada certo”.

No dia da consulta, o médico que atendeu Adauto falou que havia mil pessoas na fila de espera na frente dele para fazer a mesma cirurgia. “Ele aconselhou que entrássemos com uma ação no Ministério Público para fazer a operação. Minha esposa fez isso e ficamos aguardando. Cinco dias depois, após outra consulta que já tínhamos marcado no mesmo hospital, fui internado.”

Adauto já chegou de cadeira de rodas e esperou oito dias para fazer a cirurgia. “Minha esposa ia ao hospital com a água consagrada e na hora do banho a jogava da minha cabeça até os meus pés. Ela também passava o óleo ungido na minha cabeça, mas, no dia marcado, a operação foi adiada. O médico disse que eu teria que esperar mais oito dias. Eu já não tinha mais controle para urinar e defecar.”

Nesse mesmo dia, a esposa de Adauto viu o médico conversando com o diretor do hospital no corredor. “Passadas duas horas, o doutor voltou e disse que faria a minha cirurgia na madrugada seguinte. A operação durou cinco horas e meia e foi um sucesso. Quando a operação terminou, recebemos uma ligação do Ministério Público informando que a cirurgia tinha sido aprovada para ser realizada em Salvador. Meia hora depois recebemos uma ligação do hospital Sarah, em Brasília, em que diziam que nossas despesas seriam pagas para que fizéssemos a cirurgia lá”.

Em seguida, o médico que operou Adauto orientou Ana Lucia quanto aos cuidados que ela deveria ter dali para a frente. “Ele pediu que eu assinasse um documento de que estava ciente da gravidade do caso e que, mesmo com o sucesso da cirurgia, havia 90% de chance de que ele não voltasse a andar”, diz Ana Lucia.

Adauto foi para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e o fisioterapeuta já pediu a ele que tentasse ficar de pé. “Eu pensei: ‘meu Deus, não consigo nem mexer as pernas, como é que vou ficar em pé?’ Mas, quando tentei me mover, as pernas responderam. Ele falou para que eu tentasse devagarinho dar um passo e dei. Eu chorei e ele segurou na minha mão. Demos dez voltas no pátio e ele falou: ‘você vai ficar bem’. Eu respondi: ‘eu creio que sim, porque Quem me prometeu garante’.

Exames posteriores apontaram a cura. “No mês passado, o médico pediu uma ressonância com contraste e ao ver os resultados me parabenizou: ‘o tumor não está mais aí’. Sou grato todos os dias a Deus. Quando Ele promete, Ele garante. Eu dediquei os meus dias de doença ao Senhor e hoje passei a orar pelo próximo e a entregar minha vida nas mãos de Deus. Passei a liberar o perdão dentro do meu coração e a andar em comunhão com o Senhor”, conclui.

O que são os tumores da coluna vertebral?

É uma doença em que ocorre crescimento desordenado/descontrolado de células no interior do canal da vértebra ou mesmo na própria vértebra e que causa compressão da medula espinhal, dos nervos do canal vertebral ou alteração da estrutura óssea da coluna vertebral. Os tumores podem causar dores nas costas sem relação com atividades físicas e pioram com o passar do tempo, perda de controle do intestino e da bexiga, dificuldade para andar, disfunção erétil e deformidades da coluna vertebral. Dependendo do caso, o tratamento pode incluir quimioterapia, radioterapia e cirurgia, que podem ser indicados isolada ou concomitantemente ou depois da retirada do tumor.

Fonte: Hospital Israelita Albert Einstein

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Colaborador

Eduardo Prestes / Fotos: arquivo pessoal