Ele escapou da morte depois de levar dois tiros na cabeça

A mãe de Igor Andrade sempre lutou pela vida dele no Altar

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O mundo do tráfico de drogas é perigoso. Quem se envolve nele segue, invariavelmente, um caminho de violência que muitas vezes acaba em prisão e até em morte. Igor Costa Andrade, de 23 anos, morador de Quissamã, no norte fluminense, enveredou por essa trilha quando aceitou cheirar a primeira carreira de cocaína oferecida por um amigo. O álcool e a maconha vieram em seguida. Aos 16 anos, sem nunca ter trabalhado, ele se tornou traficante para sustentar os vícios.

O pior é que a família nem desconfiava que isso acontecia. “Só comecei a perceber quando me chamaram na escola e disseram que o Igor não ia às aulas. Ele não usava drogas em casa, mas passava noites fora. Quando ele foi abordado na rua e o policial me perguntou se eu sabia que o Igor estava roubando, minha ficha caiu. Conversamos com ele, mas não adiantou”, conta Sheila Azevedo Costa Andrade, mãe do rapaz.

Ele escapou  da morte  depois de  levar dois  tiros na cabeça

Igor resolveu se mudar para Rio das Ostras, no litoral do Rio de Janeiro, para morar com um amigo, até que, aos 18 anos, foi preso por tráfico de drogas. “Ele foi condenado a dez anos de prisão, cumpriu três anos e sete meses e, quando estava em liberdade condicional, continuou no tráfico e, em maio do ano passado, sofreu uma emboscada de um grupo rival. Durante todo esse tempo sempre lutei por ele no Altar”, afirma Sheila.

Ela e o marido foram avisados de madrugada que Igor tinha levado dois tiros na cabeça e um na mão direita. “Precisavam da presença dos responsáveis para liberar a cirurgia. No caminho, meu marido até me perguntou: ‘será que não estamos indo apenas para reconhecer o corpo?’ Mas eu tinha certeza que não. Quando chegamos, a assistente social falou que devíamos nos preparar para o pior e eu continuei orando”, lembra Sheila.

A cirurgia foi bem-sucedida. “A mão esquerda do Igor paralisou por causa das sequelas dos tiros na cabeça e ele ainda deve passar por outra cirurgia para colocar uma prótese. Ele ficou 50 dias internado, tinha convulsões, não falava direito, não andava, teve Covid-19, mas a mente dele estava funcionando. Eu sempre orava para Deus salvar a alma dele e levava a água consagrada e o óleo ungido na Universal para ele”, relata Sheila.

Em casa, Igor começou a fazer fisioterapia e voltou a andar. “Acordei três dias depois da cirurgia e só lembrava que um carro preto tinha passado e de ter pedido para Deus me ajudar ao ouvir os tiros. Mais duas pessoas foram baleadas e só eu sobrevivi. Deus ouviu as orações da minha mãe e me salvei. Então, assumi um compromisso com Ele, me batizei e passei a integrar a Força Jovem Universal”, conta Igor.

Para as mães que passam por uma situação parecida, Sheila aconselha: “nunca desista do seu filho, porque enquanto há vida há esperança para lutar. Deus é Deus de milagres. As pessoas acham que podem mudar, mas não conseguirão sozinhas. É preciso crer no poder dEle”.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Fotos: Cedidas