Elas conseguiram vencer os conflitos familiares

Veja como mãe e filha se tornaram melhores amigas

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A família é para muitos um grande motivo de alegria e satisfação, mas, para outros, é sinônimo de conflitos. Um estudo recente realizado pelo Centro de Pesquisas da Faculdade Pio XII, em Cariacica, no Espírito Santo, com 500 pessoas, parece comprovar essa realidade. O levantamento apontou que 93,8% dos entrevistados consideram sua família feliz, mas, em contrapartida, 79,8% das pessoas que responderam aos questionamentos já brigaram com algum familiar.

Para 34,2%, a falta de tempo é o sentimento que mais atrapalha o convívio familiar, seguido pela ausência de diálogo (23,4%); de afeto/amor (11%,4%); de união (10%); fofocas (9,6%); desrespeito (7%) e inveja (4,4%). A pesquisa também mostrou que na opinião de 37% dos entrevistados o que mais contribui para a desunião familiar é a diferença de pontos de vista, seguida pela participação em grupos do WhatsApp (32,4%), vícios (19%) e traição (11,6%).

Fora de casa
Para a psicóloga clínica Vânia de Moraes Salles, da clínica Equilybra, de São Paulo, os conflitos familiares acontecem por motivos pontuais. “Percebo que as crianças e os adolescentes sofrem pela inexistência de comunicação com seus pais, pois a falta de tempo e de disponibilidade interna para a família em virtude da busca de melhores condições financeiras, muitas vezes, causa ausência de atenção, de amor e de compreensão entre os membros da família”, explica.

A especialista orienta que os familiares têm de partilhar pelo menos uma hora por dia juntos. “Uma família unida é aquela que participa das atividades dos filhos, que percebe que os problemas existem entre eles e, como pais, podem ajudá-los com uma conversa. Cabe à família estar perto, conversar muito e procurar se aproximar em uma fase que pode ter tantos perigos, descobertas e conflitos. Melhor ter pais amigos do que pais distantes e ameaçadores, pois o jovem precisa de boa comunicação, amor e respeito”, avalia.

Guerra
A cabeleireira Eliana de Souza, de 42 anos, passou por vários problemas familiares com a filha Tainara de Souza Azevedo, de 23 anos (foto a esq.). “Desde pequena, ela mentia para mim e quando chegou à adolescência isso só aumentou. Era o período em que ela queria viver sem ser questionada. Começou a namorar e as brigas só aumentaram, até que ela decidiu sair de casa. Depois acabou voltando, mas foi muito difícil para nós duas. Era uma verdadeira guerra”, revela.

Mas Eliana também reconhece sua parcela de culpa: “eu era viciada em álcool. Também não tinha consciência do quanto a minha filha precisava de mim. Eu a rejeitava porque ela foi fruto de uma gravidez não planejada. Acreditava que ela atrapalhava a minha vida, pois eu queria estar sempre em festas e não ter a responsabilidade de cuidar dela. Eu tinha dificuldade de aceitar um abraço e o carinho dela e não percebia o quanto ela também precisava do meu amor de mãe”, conta.

Mudança
Ao buscar auxílio na Universal para tentar se livrar do vício, Eliana também conseguiu mudar a relação com a filha. “Quando cheguei à Igreja, Deus começou a trabalhar em mim para acabar com o meu vício e eu passei a entender esse processo de libertação: eu tinha que mudar para que a minha filha também mudasse. Hoje sou completamente diferente do que eu era. Meus amigos de festa logo perceberam minha mudança e diziam até que eu tinha sofrido lavagem cerebral, pois eu não queria mais beber nem ir para baladas”, recorda.

Com o passar do tempo, a filha de Eliana também começou a participar dos encontros na Universal e foi mudando. “A Tainara é a minha melhor amiga e parceira. Eu consigo dizer ‘eu te amo’ para ela e não existe mais rejeição. Tenho paz, pois posso confiar nela, sem mentiras. Ela é meu socorro para tudo, é o meu braço direito depois de Deus”, admite Eliana.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Fotos: Cedidas