No programa Escola do Amor Responde, a aluna Núbia contou aos professores Renato e Cristiane Cardoso que namora há oito anos e que ela e o namorado estão construindo uma casa. Por falta de recursos financeiros, não será possível fazer a festa de casamento e ela disse que está com dificuldade de aceitar que não fará esse evento para celebrar a data.

NÚBIA– Namoro há oito anos e nós dois temos 24 anos. Eu pago faculdade e nós estamos construindo a nossa casa. Estamos bem apertados financeiramente e não podemos nem sequer fazer uma simples festa de casamento. Ainda precisamos comprar os móveis. Está bem difícil pensar que não teremos uma festa para celebrar a data.

RENATO – Aí está um mito que impede muitos casais de se casarem e frustra muitas pessoas, especialmente as mulheres. Se a festa não deu certo, se não foi como ela esperava, se ela não pôde fazer o que gostaria, ela se sente frustrada. Então, toda vez que ocorre o casamento de uma celebridade, de um parente ou de um amigo, ela lembra que o próprio matrimônio não foi como ela desejava. A festa de casamento é um mito, porque se atribui a ela a felicidade e o amor entre o casal. Quanto maior a festa, mais elaborada e mais romântica, maior seria a prova de amor de um pelo outro. Isso, porém, é uma bobagem, honestamente falando. Não estou dizendo que quem queira e possa fazer uma festa de casamento não deva realizá-la, que esteja pecando, tampouco estou criticando a festa. Contudo estou dizendo que é um disparate você não se casar em função da falta de condições para fazer uma festa do seu gosto.

CRISTIANE – Isso é um grande erro, Núbia, porque você já está namorando há oito anos. Parece que vocês estão esperando que a vida seja perfeita para que comecem os preparativos. Vocês querem construir a casa, terminar a faculdade, comprar os móveis e querem tudo no lugar certo para depois se casarem. É aí que muitos erram, pois perdem muitas oportunidades quando esperam que tudo esteja perfeito como sempre sonharam. Toda vez que você cria expectativas perfeitas você se frustra. Eu criei expectativa sobre o dia do meu casamento e não aproveitei nada da festa. Seis meses antes do meu casamento, eu já tinha escolhido a música que eu entraria na celebração, que era a música com a qual eu e minha mãe sempre nos emocionávamos. Contudo, no momento que entrei com meu pai na cerimônia, a música parou sem ao menos tocar a introdução, ou seja, algo que preparei por tanto tempo me frustrou em questão de segundos, sem contar várias coisas que deram errado no dia. Criamos tantas expectativas e no final algumas coisas não saem do modo que desejamos. Isso acontece com todas as coisas da vida. O mesmo ocorreu com o meu filho: quando o adotamos, eu tinha criado muitas expectativas e programado a vida dele, mas não foi como eu idealizei. Não dá para pegarmos a vida nas mãos e a moldarmos à nossa maneira. É o que parece que você está tentando fazer, Núbia.

RENATO – Sinto falta dos exemplos de casais que começaram do zero. Há muitas histórias de superação que envolvem pessoas que não tinham quase nada quando se casaram. Antigamente, o casamento era marcado na igreja, a noiva tinha o seu vestido, o noivo pegava um terno emprestado, havia alguns comes e bebes e era algo simples. Hoje em dia, porém, a festa de casamento faz parte de uma enorme indústria. Se a pessoa tem dinheiro e quer fazer uma festa, tudo bem, não estou reclamando de quem faz ou gostaria de fazer. No entanto, se você não tem condições de fazer uma festa semelhante às das revistas de noivas, com bufê, limusine e lua de mel, não importa. Núbia, o que garante o casamento não é a festa. Faça algo simples e convide as pessoas que realmente são importantes para vocês. A festa de casamento não é para as pessoas, mas para vocês. Se você não puder dar uma festa, lembre-se de que o mais importante não custa nada. O que conta mesmo é o compromisso e a verdade do que um prometeu para o outro em cima do Altar.