É possível crescer na crise

Saiba o que fazer e conheça o exemplo de quem está lutando para vencer neste período

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Vivemos uma época difícil. A economia está estagnada. Muitos estão desesperados, pois não sabem o que fazer para manter a vida profissional e financeira de forma adequada. Diversas pessoas estão com seus empreendimentos parados em função da pandemia. Outros tantos temem os riscos de investir em alguma área. Por outro lado, a vida não para. As faturas e cobranças continuam chegando e a preocupação em resolver esse problema só aumenta. Na cabeça de muitos a pergunta recorrente é: há possibilidade de crescer na crise?

Para o escritor e palestrante Renato Cardoso, antes de responder a essa questão, é preciso compreender o motivo de muitas pessoas não conseguirem ter perspectiva de crescimento: “quando se fala em visão para vencer na crise é porque a sua visão tem que se abrir, porque você tem que olhar para o lugar aonde quer chegar. Para onde você olha é também para onde você vai. Se você olha as dificuldades, você vai dar de cara com elas. Se você só fica assistindo ao noticiário e 99% do que aparece é má notícia, é para lá que você vai, porque a sua visão fica cheia desses pensamentos. O que a gente pensa é o que a gente faz”, dispara.

De acordo com Renato, não é preciso ignorar o mundo à sua volta. “Não se trata de enterrar a cabeça na areia como um avestruz. Nós sabemos que estamos em crise, mas sabemos também que toda crise traz uma oportunidade. Os ricos sabem disso. Eles adoram uma crise porque na crise eles saem comprando tudo: as pequenas empresas e os concorrentes. Eles investem, compram imóveis, por exemplo, porque sabem que os preços caem. As pessoas ficam com medo, mas os investidores avançam na crise”, avalia.

Muitos devem estar se questionando como alguém que não tem alto poder aquisitivo pode e deve agir: “você tem que ter cabeça de rico.

Antes de ser rico no bolso, tem que ser rico na cabeça. E a cabeça do rico, na hora da crise, fica procurando oportunidades, antenada para o que as pessoas estão precisando, se estão precisando de máscaras, de respiradores nos hospitais, de insumos de saúde, de proteção, etc.

O rico fica monitorando as necessidades das pessoas e seus problemas e trazem uma solução”, explica.

Ele afirma que há outro tipo de pessoa que também nunca entra em crise: “em Provérbios 22.29, na Bíblia está escrito: ‘Viste o homem diligente na sua obra? Perante reis será posto; não permanecerá entre os de posição inferior’. A palavra diligente, em algumas traduções da Bíblia, aparece como perito, uma pessoa habilidosa, ou seja, quem é perito sempre vai ser requisitado e vai ser chamado até pelos reis”, diz.

Para Renato, todos podem se tornar peritos. “Você não precisa necessariamente estar em uma faculdade – obviamente que há profissões que exigem isso –, mas não é só a faculdade que faz um perito. Há muitos formados, com diplomas debaixo do braço, que não sabem ter sucesso. O perito é aquele que sabe que não pode ter medo de errar e de tentar, porque é assim que ele vai adquirir experiência.”

Fazendo a diferença
Os empreendedores Tércio Melo, de 51 anos, e Sandra Melo, de 50 anos, podem ser considerados exemplos de quem está se tornando perito naquilo que faz. O casal é dono de um restaurante no bairro do Tucuruvi, na zona norte de São Paulo, e segue as direções de Deus.

“Tivemos que adaptar o nosso negócio assim que a crise do novo coronavírus começou. Antes mesmo da ordem de fechamento dos estabelecimentos vigorar, muitos restaurantes da região fecharam as portas e nós mantivemos o nosso aberto”, diz Tércio.

Com isso, muitos clientes dos concorrentes migraram para o restaurante deles imediatamente. “Mas quando a ordem para fechar começou a valer, tivemos que tomar uma medida até então impensada por nós. Foi preciso agir, mesmo durante a crise, e deixar de reclamar. Nunca trabalhamos com delivery, mas, naquele momento, enxergamos que era uma boa saída. Reduzimos os trabalhadores free lancers durante a semana e passamos a fazer entregas”, conta Tércio.

Além de mudar o atendimento, o casal se organizou de forma diferente: “fizemos um cardápio digital para enviar aos clientes pelo Whats- App. Interagimos com eles individualmente e oferecemos nossos pratos. O sucesso foi tanto que em abril o nosso faturamento foi maior do que no período em que ficávamos abertos ao público. Acredito que isso aconteceu porque continuamos atendendo com carinho, atenção e qualidade naquilo que entregamos”, declara Sandra.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Foto: Demetrio Koch