Da dor à fé: ela achava que tinha nascido para sofrer
Na escuridão dolorosa em que Maria de Aquino vivia, Jesus parecia inalcançável
Aos 55 anos, a aposentada Maria Auxiliadora de Aquino vive uma realidade completamente diferente daquela em que cresceu. Ela resume sua trajetória em uma palavra: transformação.
Nascida em Olinda (PE), Maria teve uma infância marcada por dor e rejeição. Fruto de um relacionamento extraconjugal, ela chegou ao mundo em meio ao luto: o pai foi assassinado antes do seu nascimento. Criada pela avó materna, ela ouvia desde cedo palavras duras, presenciava conflitos familiares e sofria com a falta de estrutura emocional. “Minha mãe me amaldiçoava desde criança. Tudo que ela dizia acabou se cumprindo na minha vida. Fui uma jovem angustiada, mergulhada em paixões erradas, bebidas e com tristeza e vazio na alma”, diz.
Prolongamento da dor
Sua adolescência foi um prolongamento da infância difícil. Aos 16 anos, ela se envolveu com um homem casado, a relação durou anos e lhe trouxe ainda mais problemas e sofrimento.
A perda de um irmão, assassinado aos 21 anos, a deixou ainda mais triste. Ela conta como reagiu ao fato: “Minha mãe também ficou devastada. Era muita dor. Minha família era destruída, sem união e sem esperança. Eu tentava me anestesiar com festas e bebidas, mas só havia revolta e angústia em mim”.
Repulsa à Universal
Na escuridão em que Maria vivia, Jesus parecia distante. Ela conta que rejeitava o convite para ir à Universal, zombava de quem professava a fé e repudiava a Igreja, conforme esclarece: “Eu achava que era tudo uma farsa. Tinha raiva, desprezo mesmo”.
Mas a dor se intensificou a tal ponto que, em maio de 1993, ela decidiu aceitar um convite para ir à Igreja. “Cheguei em casa com uma tristeza tão profunda que só conseguia chorar. Era como se minha alma gritasse. Liguei o rádio bem alto para que ninguém escutasse o meu choro, mas era como se algo dentro de mim dissesse: ‘Vá para a Igreja'”.
Pedido atendido
Ela foi à Universal e ouviu falar de arrependimento e perdão, temas que tocaram sua alma. Ela revela o resultado que obteve: “Pedi que Jesus tirasse do meu coração a mágoa que eu nutria pelo homem que matou meu irmão e toda a tristeza que eu carregava. Ele me ouviu”. Sua transformação foi gradual, mas decisiva. Ela se batizou nas águas, participou de correntes de libertação e, determinada em sua busca, recebeu o batismo com o Espírito Santo.
Frutos da melhor escolha
Com fé e perseverança, ela superou todo o sofrimento do passado, como afirma: “Perdoei, abandonei os erros, decidi viver de acordo com a Vontade de Deus e até hoje colho os frutos da melhor decisão que tomei. Tenho um casamento abençoado, dois filhos e há anos sirvo a Deus com alegria. Minha vida é uma prova de que Deus faz tudo novo e de que o Altar nunca fica devendo nada a ninguém”.
Ela revela que tem prazer de evangelizar, como ocorreu com ela no passado. Ela aconselha e estende a mão especialmente às mulheres rejeitadas pela sociedade, pois usa como base sua experiência: “Eu sei o que é ser desprezada, rejeitada, desacreditada e, por isso, faço questão de falar do amor de Jesus aos que mais sofrem. Se Ele me amou, ama a todos. A fé me deu valor, honra e, principalmente, me deu paz.”
Hoje, ela se considera uma mulher privilegiada: “Sou feliz porque conheci Jesus e quero compartilhar tudo que Ele me deu com quem ainda vive na escuridão de onde eu vim um dia”.
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