Quando falamos em herança, o que vem logo à nossa mente é a ideia de algo valioso deixado por um parente, distante ou não, aos seus sucessores.

Há diversas histórias em livros e filmes que abordam o tema, até com enredos mirabolantes em que os herdeiros lutam pelo legado deixado a eles por direito. Você pode ler na Bíblia, inclusive, no livro de Gênesis, a história de Esaú e Jacó cujo desfecho nos mostra, entre outros aspectos, a importância do perdão vencer a disputa pela herança.

Mas a verdade é que as heranças não se restringem apenas a questões patrimoniais. Elas também podem ser genéticas: podemos herdar o tom da pele de nossos pais, a cor dos olhos e outras características deles, como o formato do rosto e a calvície precoce, por exemplo. As heranças genéticas também podem ser as doenças transmitidas por gerações anteriores, como diabetes, colesterol e até problemas cardíacos, só para citar algumas.

Entretanto o que muitos ignoram é que há outros exemplos de heranças familiares que não estão relacionadas ao patrimônio ou à genética. Elas têm relação direta com ações ou hábitos praticados pelos pais e que são passados aos filhos e, assim, sucessivamente aos que vierem depois deles.

Quando essas práticas são agradáveis, como a gentileza no trato com outros seres humanos, e estão relacionadas à boa educação, à ética e à moral, por exemplo, significam boas heranças.

O grande problema, porém, é quando esse legado é avesso a esses valores e ainda encontra quem o defenda sem perceber que essas condutas precisam ser mudadas urgentemente. Para muitos homens, por exemplo, as traições e mentiras para a esposa são recorrentes. Para outros, a violência é a única forma de resolver seus problemas até no que se refere à educação dos filhos. A justificativa dada em quase todos os casos é quase sempre a mesma: “meu pai fazia o mesmo quando eu era criança”.

O pior é que, provavelmente, esses homens, hoje traidores, mentirosos e/ou violentos, condenavam a conduta errada dos pais durante sua infância. O que será que mudou para eles para que decidissem repetir as mesmas ações equivocadas praticadas por seus pais? Para o Bispo Renato Cardoso, que já abordou esse assunto em pregações e vídeos na internet, essa repetição tem uma causa espiritual, mas ela pode ser vencida.

O ponto de partida, segundo ele, é refletir sobre sua conduta: “eu herdei algum mau hábito ou algum mau comportamento? Eu recebi alguma herança espiritual, moral, emocional ou comportamental negativa da minha família, dos meus pais, dos meus avós, dos meus irmãos? Essa herança me persegue ainda hoje?”

Buscar o modelo certo de conduta a ser seguido é o passo seguinte para se libertar dessa herança maldita. É preciso compreender que somos falhos e, assim como nós, nossos pais também são imperfeitos. Não se trata de brigar com eles e condená-los pelos erros do passado. É preciso perdoá-los, como ocorreu na história dos irmãos Esaú e Jacó, mas deve-se ficar atento para que exemplos ruins não sejam seguidos.

De fato, o único modelo que o homem deve seguir à risca é o Senhor Jesus. Siga Seus ensinamentos, tornese verdadeiramente Filho de Deus e receba a herança mais valiosa que existe: a vida eterna ao lado dEle.