Cuidado com a Síndrome do Impostor

O sentimento de não merecer as conquistas é mais comum do que se pensa e pode nos levar a sabotar planos e sonhos

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A Síndrome do Impostor ocorre quando a pessoa pensa que não merece algo que conquistou, como ser bem-sucedida no trabalho ou nos estudos, ser feliz no amor e na família ou ter êxito em outras áreas da vida. Alguém assim tende a se depreciar e a ter baixa autoestima e pode apresentar sintomas parecidos com os de outros transtornos, como ansiedade e depressão.

“Todos nós, em algum momento, já tivemos dúvida se estamos ou não preparados para determinada tarefa ou cargo. O medo e a insegurança podem surgir e, consequentemente, a sensação de falta de controle da situação também”, afirma a psicóloga Márcia Romeiro, de São Paulo (SP).

Ela explica que a síndrome “se refere a um conjunto de sensações e sentimentos que reúne medo, dúvida, apreensão e um ciclo de ansiedade derivado do sucesso”. Ela esclarece como ela se desenvolve: “muitas pessoas, apesar de totalmente capazes em determinada área, experimentam sentimento de negação depois que alcançam o sucesso, pois acreditam que ele se deve ao acaso ou a alguma coincidência. Elas sofrem com o medo de que suas conquistas não tenham sido fruto efetivo de trabalho duro, competência ou talento”.

De acordo com Márcia, “sentimentos de impostor são observados em pessoas que cresceram em ambientes familiares com altas cobranças por resultados e boas performances”. Ela cita alguns exemplos que podem ocorrer dentro de casa: “pais que enviam mensagens mistas, alternando críticas e elogios, tendem a aumentar o risco do surgimento desse sentimento de fraude. Quando as crianças não recebem elogios por suas conquistas e ouvem os pais atribuírem o sucesso a outro fator, como sorte, por exemplo, elas tendem a duvidar do seu potencial”.

Como combater esse sentimento
Segundo Márcia, há maneiras de lutar contra essa síndrome. Veja a seguir:

– Se autoconhecer: conhecer o problema é o primeiro passo para a resolução dele. Reconhecer que se sabota e que tende a não admitir as próprias conquistas oferecerá visões diferentes sobre o problema.

– Descubra seus pontos fortes: identifique seus talentos dominantes e pratique-os.

– Mude seu pensamento: reformule o modo de encarar suas conquistas. Entenda que você foi promovido não só porque fulano foi demitido ou passou naquela prova sempre considerada difícil apenas porque naquele ano estava mais fácil, mas porque você se esforçou. Não menospreze seus sucessos, dos menores aos maiores.

Confiança em Deus
Há uma passagem bíblica que ilustra os sinais de uma pessoa que achava que não era merecedora de algo. O profeta Moisés conduziu o povo hebreu pelo deserto por 40 anos rumo à Terra Prometida, mas morreu antes de chegar a ela. Deus escolheu Josué para substituí-lo.

O novo líder se sentiu intimidado diante do exemplo de seu antecessor e da grande tarefa à sua frente, ao que Deus disse: “Não te mandei Eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares”. (Josué 1.9).

O erro de Josué não foi só duvidar de si mesmo, mas também não contar com o poder de Deus, muito maior do que o seu. Ao despertar para isso, ele atravessou o rio Jordão com seu povo, venceu desafios gigantescos e fez história. Ele já tinha os instrumentos, mas precisou mudar seu modo de pensar.

É justamente o que o Bispo Edir Macedo escreveu em seu blog: “o segredo para mudar de vida é mudar de mente. Se você quer ter uma nova vida, precisa absorver novos pensamentos. Só assim estará apto a tomar novas atitudes e, consequentemente, terá novas oportunidades e novos resultados”.

O Bispo ainda afirma que “nada pode ser realizado ou concretizado se antes não for assimilado e processado pelo raciocínio. Por isso, se você quer que algo aconteça no seu exterior, primeiro ele deve acontecer no seu interior. Se você quer mudar o que está fora, é preciso mudar o que está dentro. Caso contrário, a mudança nunca ocorrerá de fato”.

Conheça as principais características da Síndrome do Impostor no quadro ao lado. Elas são baseadas em um estudo da Universidade Brigham Young, dos Estados Unidos. Os acometidos por ela tendem a apresentar três ou mais desses sinais.

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Colaborador

Marcelo Rangel / Foto: Getty images