Crianças viciadas em tela podem apresentar sinais de autismo

Estudo aponta dificuldades no desenvolvimento de crianças que passam horas nas telas

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Crianças que utilizam telas em excesso têm maior probabilidade de apresentar características semelhantes às do autismo. A conclusão é de um estudo realizado pela Drexel University (EUA).

Os cientistas avaliaram crianças aos 12 meses de idade e, depois disso, aos 18 meses e aos dois anos. Nesse meio tempo, avaliaram também o tempo de tela que cada uma consumia durante o dia, fosse em computador, smartphone, televisão ou qualquer outra.

Tendo avaliado cerca de duas mil crianças, os cientistas concluíram que as crianças que utilizam mais telas têm mais chances de desenvolver características como dificuldade em realizar brincadeiras interativas, dificuldades de comunicação verbal e não verbal, entre outras.

“Nosso estudo expande essa pesquisa anterior, associando experiências iniciais de mídia social e de tela com sintomas posteriores do transtorno de expecto autista”, conta a Dra. Karen Heffler, coautora do estudo.

Para ela, o estudo comprova a grande necessidade de interação entre pais e filhos, diminuindo o tempo de tela ao mínimo possível para crianças, especialmente as mais novas.

Não vicie seu filho

Vício é todo comportamento prejudicial do qual a pessoa não consegue se libertar. Assim, o vício pode ser em drogas lícitas ou ilícitas, em alimentação ou mesmo em telas. De fato, aplicativos de celular e websites são desenvolvidos justamente para viciar seus usuários.

“Todo mundo precisa saber que as empresas por trás dos celulares, todas elas, trabalham com arquitetura para viciar o usuário. Porque eles ganham com o uso prolongado. Isso é muito importante. A intenção deles, eles não vão falar isso, o discurso é o oposto, mas a realidade é que o algoritmo, a arquitetura digital, tudo é feito para você passar o máximo de tempo ali no celular. Porque alguém está ganhando com isso”, explica o Bispo Renato Cardoso.

Infelizmente, as crianças são mais propensas a se viciar em telas do que adultos, de acordo com a Academia de Pediatras Americanos. Por isso, crianças menos de 18 meses de idade não devem ter acesso algum a telas (com exceção de ligações para familiares, por exemplo). Entre os 18 meses e os cinco anos de idade, no máximo uma hora por dia.

Mais do que isso pode viciar e prejudicar o desenvolvimento das crianças.

Perceba que os desenhos animados, as animações musicais e até mesmo os jogos mais simples têm o poder de deixar as crianças vidradas nas telas, sem nem mesmo prestar atenção ao que acontece ao seu redor.

O resultado são crianças que, entre outros problemas, podem desenvolver características autistas, conforme apontou o estudo americano.

“Esse tema não pode ser subestimado”, afirma o Bispo Renato. “Porque, hoje em dia, as pessoas não se dão conta, porque é uma coisa relativamente nova essa questão de vício em internet. Elas não se dão conta das consequências que isso está tendo em muitas áreas da vida: saúde, relacionamento, falta de atenção e tudo o mais. E só daqui há alguns anos a gente vai ver realmente no que isso vai resultar na sociedade”.

Não permita que as telas atrapalhem o desenvolvimento de seus filhos. Clique aqui e aprenda a principal ferramenta para controlar o acesso de seus filhos às telas, sem que isso atrapalhe o relacionamento familiar.

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Colaborador

Andre Batista / Foto: Getty Images