Compras: razão x emoção

A vontade de consumir cresce nesta época, mas saber controlar o orçamento pode ser decisivo para começar o próximo ano no azul

Imagem de capa - Compras: razão x emoção

Com luzes por todos os lados, lojas indicando promoções e o dinheiro extra do décimo terceiro, férias ou bonificações, o apelo para ir às compras é grande e incentiva o consumismo – como se a felicidade pudesse ser embalada em papel de presente.

A estimativa, segundo estudo da consultoria Gauge e da agência W3haus, é de que a Black Friday movimente 16,5% mais dinheiro do que no ano passado. Em contrapartida, a pesquisa Consumer Pulse Brasil, da Bain & Company, indica que, neste ano, 83% dos brasileiros planejam reduzir seus gastos em razão da percepção de aumento dos preços de produtos e serviços.

Por que os números não batem?

Apesar da intenção de economizar, a verdade é que muitos brasileiros têm uma forte inclinação para o consumismo – mesmo que isso signifique gastar o dinheiro de que não dispõem. Não por acaso, a taxa de inadimplência no rotativo do cartão de crédito atingiu 60% neste ano. O comportamento é alimentado por diferentes fatores: o desejo de possuir, a influência do exibicionismo nas redes sociais e a falta de educação financeira. Nesse contexto, a renda extra, especialmente a do décimo terceiro salário, é culturalmente vista como uma oportunidade para satisfazer desejos pessoais.

O apelo emocional por trás das compras

As compras – planejadas ou por impulso – ativam o sistema de recompensa do cérebro e estimulam a liberação de dopamina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer e bem-estar. Além disso, o consumo muitas vezes está ligado à necessidade de pertencimento: adquirir algo porque está na moda ou porque “todo mundo tem” reforça a sensação de inclusão social. Um exemplo comum é a tradicional troca de presentes no amigo-secreto entre familiares, amigos ou colegas de trabalho – prática que pode comprometer o orçamento de quem já está financeiramente apertado.

A conta chega

O impulso de gastar o dinheiro extra em compras desenfreadas ou de incluir novas parcelas no cartão de crédito para o próximo ano pode ser prejudicial. Afinal, em janeiro é comum ter de saldar uma série de despesas, como matrícula escolar, uniforme, material didático e impostos, como IPTU e IPVA. Dessa forma, gastar mais do que devia ou podia pode trazer uma boa dose de arrependimento e necessidade de se apertar para pagar as contas.

O dinheiro é seu e você tem o direito de gastá-lo como quiser. No entanto resistir às tentações e adotar um bom planejamento financeiro garantem um futuro mais tranquilo. Encerrar 2025 e começar 2026 com equilíbrio é, sem dúvida, o melhor presente que você pode dar a si mesmo. Leia abaixo algumas dicas para começar bem o próximo ano.

Saiba mais

Leia as demais matérias dessa e de outras edições da Folha Universal, clicando aqui. Confira também os seus conteúdos no perfil @folhauniversal no Instagram.

Folha Universal, informações para a vida!

imagem do author
Colaborador

Laís Klaiber / Arte: Edi Edson