Como ter bons momentos de lazer em família gastando pouco?

Veja também como e onde buscar opções gratuitas e exercer seu direito de acesso à cultura

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O acesso à cultura e ao lazer no Brasil é desigual. Em 2021, por exemplo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que 31,4% da população, sendo 34,3% crianças e adolescentes, vivia em cidades sem museus. Em 14,9% dos municípios, era preciso viajar ao menos uma hora até o museu mais próximo.

A falta de acesso à cultura também tem reflexos na família e pode contribuir para que pais e filhos permaneçam horas na internet, aumentando o distanciamento entre eles, em vez de fortalecer seus vínculos de forma positiva.

Acesso não é luxo

Rose Andreia Castanho, musicista, especialista em gestão de projetos socioculturais e coordenadora geral da Associação de Arte e Cultura (Corre Cultura), de Londrina (PR), afirma que não é luxo ter acesso à cultura e ao lazer: “É direito do cidadão, até porque os impostos que nós pagamos são bem altos. Por isso, é importante que existam diversas formas de acesso à cultura, desde a parte literária até a musical, de todos os estilos, para que pessoas que têm gostos diferentes possam ter acesso também”, avalia.

Fortalecimento dos vínculos

Partilhar a cultura é uma forma de fortalecer os vínculos familiares e de amizade: “Muitas vezes, esses espaços e oportunidades são subutilizados pela própria população, que não experimenta os momentos de lazer oferecidos. As formas variadas de cultura transmitem informação, sejam literárias, históricas ou de outro tipo, e estimulam o pensamento crítico, tornando o indivíduo mais questionador. Além disso, o lazer cultural, como peças de teatro, concertos ou brincadeiras em parques, contribui para a saúde emocional e física, aliviando o estresse e promovendo o bem-estar psicológico”, explica.

Opções baratas ou sem custo

É possível se divertir gastando pouco. “Leis de incentivo garantem acesso gratuito ou com custo reduzido a atividades culturais. Além disso, muitas capitais, cidades grandes e até pequenas oferecem parques e museus com atrações gratuitas, ampliando as opções acessíveis de lazer para a população. Bibliotecas, embora menos frequentadas com a popularização da internet, continuam sendo espaços de lazer valiosos e acessíveis, especialmente para quem aprecia a leitura”, observa Rosa.

Eventos acessíveis

Uma boa forma de acompanhar atividades culturais é seguir as redes sociais de secretarias de Cultura e espaços culturais, além de plataformas que divulgam eventos acessíveis. “Muitas dessas ações envolvem toda a família e promovem momentos de lazer e interação. Há também benefícios legais como meia-entrada para estudantes, jovens de baixa renda entre 15 e 29 anos, pessoas com deficiência (PCDs) e seus acompanhantes, idosos, professores e doadores de sangue em alguns Estados. Esses direitos permitem o acesso a experiências culturais e de lazer com mais economia e qualidade de vida”, conclui.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Arte: Edi Edson