Como se preparar para o trabalho do futuro?

Adquirir habilidades digitais pode ajudar a desenvolver a sua carreira

Diante das novas ondas tecnológicas que influenciam o mercado de trabalho de forma cada vez mais rápida e contundente, as empresas têm necessidade de que seus funcionários se atualizem continuamente para que elas possam se manter competitivas. Saber usar o celular, por exemplo, faz parte das chamadas digital skills (habilidades digitais), competências técnicas e comportamentais que envolvem o uso de tecnologias para realizar atividades de trabalho.

Contudo uma pesquisa realizada pela empresa AND Digital e divulgada recentemente pela revista Forbes aponta que mais de 80% dos diretores admitem que a falta das digital skills tem impacto negativo em suas empresas. Outro estudo, o Global Digital Skills Index 2022, feito pela empresa norte-americana de softwares Salesforce, aponta que apenas 28% dos trabalhadores do mundo estão ativamente envolvidos em desenvolver habilidades digitais no campo tecnológico. É possível resolver esses problemas?

Para Adriana Severine, psicóloga especialista em terapia cognitivo-comportamental, é preciso compreender, em primeiro lugar, que as digital skills estão relacionadas com as capacidades comportamentais (soft skills) e técnicas (hard skills). “Os termos vêm do inglês e se referem às habilidades que cada pessoa tem para desempenhar uma tarefa ou ação.

As soft skills incluem características pessoais e de temperamento. Embora algumas empresas utilizem testes de personalidade, dinâmicas de grupo ou a própria entrevista, elas são mais difíceis de identificar, afinal não podem ser medidas ou testadas de uma maneira objetiva”, declara.

Ela explica que as hard skills são mais fáceis de serem comprovadas. “No momento que a pessoa assiste a uma palestra e ganha um certificado ou quando faz um curso de curta duração, ou uma faculdade, uma pós-graduação, um MBA (mestre em administração de negócios, em português), ela coloca essa informação em seu currículo, o que mostra que ela tem aquela habilidade. Acrescentá-las ao currículo também ajuda nos processos seletivos. Quando ele vai para a triagem e, muitas vezes, ela é feita de forma eletrônica, se a pessoa inclui palavras-chave, o currículo dela já é pré-selecionado porque ela tem essas hard skills”, aponta.

Isso também facilita no caso em que o profissional precisa ter um curso determinado, como falar um certo idioma para ocupar uma posição. “Às vezes, o inglês é muito importante porque a empresa vai ter aquilo que chamamos de organização matricial (uma estrutura empresarial em que as equipes ficam sob a supervisão de vários líderes) e o profissional vai responder ao seu chefe aqui no Brasil e tem outro chefe também no exterior, que vai se comunicar em inglês. Não dá para ter aquele inglês básico. É preciso ter inglês fluente”, esclarece.

As hard skills também são usadas cada vez mais para diferenciar um candidato de outro. “Quanto mais conhecimento técnico o profissional tiver, mais importante ele será. Às vezes, ele tem muito conhecimento de uma área financeira e, com esse mundo que está cada vez mais globalizado, há a possibilidade dele estar aqui no Brasil e trabalhar para uma empresa lá dos Estados Unidos, italiana, francesa ou alemã. Se a pessoa fala outros idiomas, além da parte técnica, fica muito mais fácil ela se recolocar e ganhar mais”, avalia.

Ela também orienta que as pessoas saibam usar ferramentas básicas do computador, como o Excel, para fazer planilhas, e o PowerPoint, para fazer apresentações. “Sempre olhe o que a empresa pede naquela posição que você quer e vá se qualificando dentro daquilo que o mercado está pedindo e sempre se atualizando”, aconselha.

Adriana também fala da importância das soft skills. “No meu ponto de vista, elas são mais importantes. Se a pessoa é motivada, determinada, empenhada, não desiste das coisas e vai atrás daquilo que quer, ela pode até não dominar determinado idioma, mas vai buscar aprendê-lo.

Nascemos com as soft skills e conseguimos desenvolver qualquer outra hard skill, que é a parte técnica e que adquirimos ao longo da vida”, dispara.

Ela avalia ainda que cada vez menos empresas investem em cursos e em treinamento para profissionais. “A empresa vai pagar aquele curso que é necessário naquela posição que o profissional está e não para a posição que ele quer ir. Ele precisa sempre olhar a posição que gostaria de ir e investir em si mesmo”, diz.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Foto: golero/getty images / Arte: Edi Edson