Como lidar com a morte de um ente querido?
Antes de morrer, a atriz Debbie Reynolds disse que iria se encontrar com a filha
O ano passado foi difícil para várias pessoas. Foi um período que apresentou adversidades de toda ordem e muitos perderem entes queridos. Foram desgraças que atingiram desde as pessoas mais comuns até as mais famosas. Entre elas, a atriz Carrie Fisher (foto ao lado, à dir.), de 60 anos, que ficou conhecida pelo papel de princesa Leia na saga Star Wars.
Ela sofreu uma parada cardíaca dentro de um avião, pouco antes de a aeronave, que vinha de Londres, na Inglaterra, pousar em Los Angeles, nos Estados Unidos. A atriz chegou a ser internada em um hospital por quatro dias, mas não resistiu e morreu no último dia 27 de dezembro.
Em meio a tudo isso, a mãe da artista e também atriz Debbie Reynolds (foto acima, à esq.), de 84 anos, foi à casa de outro filho para organizar o velório de Carrie. Lá ela sofreu um a acidente vascular cerebral (AVC) e também faleceu, apenas um dia depois da morte da filha. Os amigos dizem que as últimas palavras dela foram “estou indo encontrar Carrie”.
É como se a união das duas fosse muito forte e para sempre. O fato de elas morrerem em um curto espaço de tempo é uma tragédia, mas não se trata de algo incomum. Não podemos afirmar se há uma relação entre a morte das atrizes, no entanto, há muitos casos de pessoas que se amam e morrem com pequena diferença de dias ou até mesmo poucas horas depois, o que é chamado de Síndrome do Coração Partido, conhecida formalmente como cardiomiopatia de estresse ou cardiomiopatia de Takotsubo.
De acordo com a Fundação Britânica do Coração, no Reino Unido, a doença pode ser provocada por um choque, que pode ser um falecimento, ou ainda fruto de estresse.
Ela enfrentou a perda
A empresária Simone Gomes Santana (foto ao lado), de 43 anos, de Bragança Paulista, no interior de São Paulo, passou por algo que poderia muito bem ter se transformado em uma ocorrência da Síndrome do Coração Partido. “Quando eu estava com 26 anos, minha mãe teve um enfarte e morreu. Ela tinha 56 anos. Eu ainda estava me recuperando disso e nem imaginava o que viria pela frente. Apenas um mês depois da morte dela, o meu marido levou quatro tiros ao sofrer um assalto e também faleceu. Nós éramos apaixonados um pelo outro, tivemos dois filhos, mas logo nossa história se tornou uma tragédia”, lembra.
Aquilo foi um baque na vida de Simone. A empresária perdeu o chão com a falta de dois entes queridos muito próximos. “Eu era feirante e minha rotina era muito cheia, mas à noite eu não dormia, sentia falta do meu marido e de minha mãe. Não estava mais raciocinando direito. Minha ex-sogra, preocupada comigo, chegou a me dar remédios tarja preta para prevenir a depressão, mas eu não me sentia bem”, conta.
A irmã de Simone, vendo-a cada vez mais triste e a caminho de uma depressão sem volta, resolveu ajudar. “Eu estava sofrendo muito porque me sentia sozinha. Minha irmã viu o mal que estava ocorrendo comigo. Ela era da Universal e me convidou para participar das reuniões. Não foi de uma hora para outra que comecei a mudar a forma de pensar e me recuperar das perdas de meu marido e da minha mãe, mas foi ali que encontrei suporte para lidar com o problema. As orações que eu fazia a Deus foram importantes e me ajudaram muito”, relata.
Aos poucos, Simone foi colocando em prática o que era ensinado nos encontros e deixando o sofrimento de lado, até entender que a morte é uma ocorrência a que todos estão sujeitos. “Fui superando a dor dessa ausência e entendendo que deveria continuar a tocar a minha vida, buscando o melhor para mim e meus filhos. O meu filho mais velho ficou revoltado durante muito tempo por conta da morte do pai, até aprender a lidar com essa dor também”, revela.
A empresária diz que a visão dela sobre a vida também foi mudando, o que abriu espaço para um novo relacionamento. “Depois de me recuperar, conheci o meu atual marido nas reuniões da Universal. Já estamos juntos há 10 anos. O Mike me ajudou a cuidar de meus filhos: o Breno, de 20 anos, e o Bruno, de 23. Todos estamos na mesma fé”, afirma.
Ninguém está livre de passar por situações como a perda de um ente querido. Entretanto, lidar com elas é um grande aprendizado. Com certeza, são problemas graves, mas são maiores ainda para quem se deixa transformar por eles e destrói os valores elevados da vida.
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