Como driblar o forte calor?

As altas temperaturas podem ser cada vez mais frequentes e intensas por conta das mudanças climáticas

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As ondas de calor no Brasil estão cada vez mais fortes e frequentes e foram destaque mesmo durante o inverno deste ano. Com a presença de massas de ar quente em grande parte do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, os termômetros registraram temperaturas acima dos 30°C. O mês de setembro, por exemplo, foi o mais quente dos últimos 80 anos, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O Inmet chegou a emitir um alerta vermelho de grande perigo de altas temperaturas para 11 Estados e para o Distrito Federal. Em oito capitais, o calor passou dos 37°C.

Além de ser um dos efeitos do aquecimento global, agravado pelo uso de combustíveis fósseis e de outras emissões de carbono, as alterações podem ainda ser reflexo do El Niño, fenômeno em que a elevação anormal das temperaturas das águas do oceano Pacífico muda temporariamente a distribuição de umidade e calor no planeta, principalmente na zona dos trópicos, que abrange grande parte do território brasileiro. Por isso, o mês de outubro, que historicamente já costuma ser quente no Brasil, tende a ter temperaturas ainda mais elevadas.

Para Katia Volpe, dermatologista de 51 anos, o calor excessivo pode causar sérias consequências para a nossa saúde: “desde a desidratação leve e insolação até a morte. Os sinais de que esses problemas estão ocorrendo são respiração rápida e difícil, palidez, às vezes desmaio, convulsão, temperatura do corpo muito elevada, extremidades arroxeadas e fraqueza muscular. Normalmente, o calor vem acompanhado por diminuição da umidade do ar e isso pode agravar o quadro de quem tem doenças respiratórias, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)”.

Para impedir os efeitos nocivos do calor, a exposição ao sol deve ser comedida. “Evite tomar sol das 10 horas às 16 horas. Passe protetor solar duas vezes ao dia.Esse produto é fundamental para evitar envelhecimento precoce, queimaduras e impedir o desenvolvimento do câncer de pele. Na cidade, a radiação pode afetar ainda mais sua pele por causa da poluição do ar. Assim sendo, seja na praia, seja a caminho do trabalho, é importante reforçar o uso de protetor solar durante todos os períodos do ano”, orienta Katia.

Ela esclarece que hidratar-se é fundamental: “beba dois litros de água diariamente. O uso de chapéus e óculos escuros pode não ser suficiente para combater os malefícios da exposição solar, mas ajuda a impedir a passagem dos raios ultravioleta (UV). Use também roupas leves e claras para abrandar o calor. Para quem não tem outra opção, vale usar um leque, que favorece o aumento da ventilação”. Veja outras recomendações na arte ao lado.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Arte: Edi Edson